1. Relato de uma das profas de Yoga mais conhecidas e seguidas no Brasil (Camila Reitz):"A doença tem a ver com a sua história pessoal; tem um sentido. Se eu não praticasse o ioga seria obesa e depressiva [sic]. A doença é uma desarmonia da energia sutil. Os chackras desalinhados repercutem em doenças. A energia (prana) circula e a sua má circulação ocasiona em doenças. O ioga é uma forma de se conectar consigo mesmo. O ioga afina o corpo, que com a doença desafina, como um instrumento."
1.1. Estresse yogi/Klesas
2. Peregrinações à Índia, mas também a Israel e Machu Pichu
3. Com a entrada do racionalismo cientifico advindo da aproximação do yoga com a biomedicina e sua relação cura-salvação-saúde, o yoga se desvinculou do Hinduísmo, fragmentou sua prática. O resultado foi o mote "Yogaterapia" crescer e também a secularização de sua espiritualidade.
4. Ideologia similar ao do Prof.Hermógenes
5. Yoga nas Periferias: yogis marginais
6. Na pessoa nervosa, os “corpos” ou “planos de ser” se encontram em desarmonia. Seus nervos e glândulas estão em desarranjo. O estresse pode ter origem na perturbação da economia energético-vital. Pode ser gerado por emoções em conflito, bem como resultar de estarmos afastados dos níveis divinos do Espírito. Pode ser que tudo isso junto, interagindo, é que mantém o sofrimento [causas dos klesas?]. Yoga é a redenção desse sofrimento, mercê de seu poder hamonizador e reequilibrante. Onde reina o caos, o yoga leva o cosmo. Razão por que se constitui salvação contra o nervosismo. Se você não é nervoso, salva-o, preventivamente. Se já o é, salva-o curativamente. Nervosismo é desarmonia. Yoga é harmonia. Yoga e estresse não coexistem (HERMÓGENES, 2011, p.45).
6.1. Temos agora agora uma inversão da polarização yoga híbrido (hermogeano) vs yoga tradicionalista (deroseano). O yogaterapia e para todos ameaça a desfragmentação identitária do yoga (e de toda a sua espiritualidade). A ala mais ortodoxa do yoga ganha voz.
6.2. Relaxamento Espiritualizado/Samadhi
6.2.1. Homeostase Divina/Kaivalya
7. Geração "hibridista" do Yoga brasileiro
8. Fase 4: Recuperações
8.1. A partir dos anos 2010 houve uma preocupação de alguns líderes de ioga na perda identitária de sua espiritualidade, que fomentou o levante de uma parcela de iogues com o intento de “resgatar” o “espírito original” do ioga indiano.
8.1.1. E os discípulos de Glória Arieira se multiplicam e as críticas a obsessão das posturas em relação as escrituras do yoga aumentam
8.1.1.1. Surge o Yoga nas Empresas
8.1.1.1.1. E pesquisas revelando a relação entre o relaxamento com uma nova proposta soteriológica do yoga moderno
9. Fase 5: Inovações
10. Fase 6: Reenquadramento das inovações
10.1. A geração tradicionalista do Yoga brasileiro
10.1.1. De certa forma herdeiros da mesma ideologia ortodoxa que Derose adotou nos anos 70
10.1.1.1. "O ioga é uma espiritualidade originalmente. Eu gosto da palavra “resgate”. Me considero responsável pelo resgate da tradição do ioga no Brasil. Faço parte de uma tradição ancestral de ioga. Há uns malucos neo-iogues que pregam algo diferente da tradição. Se utilizam de conceitos do vedanta sem fazer parte da tradição e misturam com um pensamento mágico... Eu sou contra a isso. Eu sou um guardião da tradição do ioga original."
10.1.2. https://www.youtube.com/watch?time_continue=8&v=wByupWhef1c
11. O yoga com Hermógenes se hibrida com os princípios cristãos
12. Fase 3: Ambiguidades
12.1. O psicólogo brasileiro Janderson, daimista "fardado", virou um guru "pop" do yoga no país
12.2. Yoga e o Budismo Zen
12.2.1. Yoga e o xamanismo brasileiro
12.3. Mindfulness
12.3.1. Uma das mais evidentes ambiguidades vem da Ciência biomédica que, ao invés de desencantar o ioga, o legitima como “verdade” por meio de suas pesquisas que atestam os benefícios de suas práticas com poderes de cura. Talvez por decorrência desta aproximação, o ioga como espiritualidade terapêutica, idêntico a outras religiões no país, teceu maior identidade a aproximação com a cultura brasileira.
12.4. Yoga entre evangélicos ainda causa controvérsias, mas algumas soluções religiosas já estão sendo desenvolvidas
12.4.1. Como o caso do Holy Yoga
12.4.1.1. Mas a rejeição entre a aproximação yoga e cristãos ainda é maior
13. Fase zero (Pré-Transplante): A "Renascença" Indiana
13.1. Raja Ram Roy (1772-1833)
13.1.1. Raja Ram fundou o primeiro movimento religioso Neo-Vedanta, o Brahmo Samaj (“Comunidade de Devotos a Brahma”), em 1828.
13.2. Swami Dayananda Saraswati (1824-1883)
13.2.1. Fundou também, em 1875, assim como Raja Ram, uma organização religiosa conhecida como Arya Samaj (“Sociedade dos Nobres”) mas, ao contrário de Roy, desferiu fortes golpes contra as tentativas de aproximação entre o Hinduísmo e as outras religiões.
13.3. Paramahansa Ramakrishna (1836-1886)
13.3.1. A realização místico-religiosa de Ramakrishna levou-o a crer que todas as religiões são caminhos para alcançar Deus(a), e que a Realidade nunca poderia ser expressa em termos humanos.
13.4. Keshab Candra Sem (1838-1884)
13.4.1. Em meados de 1876, Sem, já convertido ao Cristianismo e também avesso ao misticismo e à idolatria, se encontra com Ramakrishna. Do encontro surge Nabo Bidhan ou New Dispensation, a qual almejava unir os princípios cristãos, hindus e as tradições místicas ocidentais.
13.5. Lokmanya Tilak
13.5.1. Ele fundou, junto com amigos, a Deccan Education Society, escola com um novo sistema de ensino afiliado com os ideais de independência da época.
13.6. Sri Aurobindo (1872-1950)
14. Fase 1 (Contato): Yoga como uma religião terapêutica
14.1. Vivekananda (1893), principal discípulo de Ramakrishna no 1.Parlamento Mundial das Religiões em Boston/EUA
14.1.1. Vivekananda Rural Education Society
14.1.1.1. Self-Realization Fellowship (Yogananda em Hollywood/EUA, 1920)
14.1.1.2. Kaivalyadhama Yoga Institute (Kuvalayananda, 1927)
14.1.1.3. The Divine Life Society (Sivananda, 1936)
14.1.2. O yoga vem apresentado como uma "religião universal" e já ressignificado pela biomedicina e com intentos terapêuticos.
14.1.2.1. Enquanto que nos EUA e Europa o yoga vai sendo implantado pelos próprios indianos, na América Latina o yoga surge pelas mãos de esotéricos europeus, como Katherine Augusta Westcott Tingley em Cuba ainda em meados de 1900.
14.1.2.2. Assim como Tingley, acredita-se que outro imigrante, o francês Léo Alvarez Costet de Mascheville (antes Jehel, depois swami Servananda) viaja a Argentina, Uruguai e Brasil, entre os anos de 1924-1947. Arrolando ensinamentos secretos de uma ordem iniciática chamada de Grupo Independente de Estudos Esotéricos (GIDEE), apresenta um ioga como veículo de desenvolvimento espiritual.
14.1.2.3. Serge Raynaud de la Ferriere, o nosso último personagem da primeira fase ioguica latino-americana, parece ter chegado a Medelim/Colômbia em 1947. O seu intento estava em difundir o ioga através da ordem mística europeia Grande Fraternidade Universal ou A Missão da Ordem de Aquarius.
14.1.2.3.1. Ao lado da Cabala, Astrologia, Budismo e outros elementos ocultistas de origem martinista e da Associação Mística Internacional (AMO) - ordem esotérica originada por outro iogue francês estabelecido no Uruguai: Cesar Della Rosa - o ioga latino-americano vai se difundindo discretamente e bastante difuso.
15. Fase 2 (comparações): o yoga terapêutico-místico apresentado pelos esotéricos europeus inicia diálogo com as religiões nativas e populares dos países latino-americanos
15.1. As primeiras comparações não é marcado pela vinda de mestres indianos em terras latino-americanas, mas da ida de iogues brasileiros para a Índia.
15.2. Yogi chileno Don Benjamim Gusman inicia a ordem ioguica Suddha Dharma Mandalam (SDM) na América Latina por intermédio de sua iniciação (por cartas entre os anos de 1918-24). O SDM nasce na Índia entre 1842-1915 a partir dos estudos da Sociedade Teosófica de Adyar na Índia.
15.3. Caio Miranda, coronel do exército, conheceu o yoga pelas mãos de Léo Alvarez Costet de Mascheville, provavelmente, de alguma loja maçônica ou rosa-cruz do RJ em meados de 1950-60.
15.3.1. O Prof. Hermógenes, outra figura importante no cenário ioguico brasileiro, foi buscar confirmação de seu trabalho com o ioga em sessões espíritas com Chico Xavier.
15.3.2. O iogue brasileiro Mestre DeRose, por exemplo, teve o primeiro contato com seu mestre espiritual não-encarnado – Bhávajánanda - em um terreiro de Umbanda em 1969, no Rio de Janeiro. Ou seja, nenhuma das duas grandes figuras do ioga latino-americano, foi iniciado por mestres de tradições ioguicas indianas, pelo contrário, é a religiosidade brasileira que os legitima como iogues.
15.3.2.1. O yoga com DeRose elimina qualquer aproximação religiosa e tenta se apresentar como "cultura" e não religião/espiritualidade
15.3.2.1.1. DeRose e Maçonaria
15.4. Outros yogis latino-americanos iniciam a partir dos anos 1970 uma imersão na religiosidade ioguica retornando a Índia e comparando os ensinamentos recebidos pelos esotéricos europeus com o da "Tradição" indiana
15.4.1. Entre os anos de 1971-1972, em viagem pela América Latina, swami Satyananda Saraswati, discípulo de Sivananda, estabelece as bases da Bihar School of Yoga no Uruguai, Colômbia, Brasil, Chile, Argentina, Cuba e Porto Rico. Será um dos primeiros iogues indianos fundar as primeiras escolas/tradições de yoga na América Latina.