RNA

1. O código genético

1.1. O código genético é o conjunto de regras por meio do qual a informação contida no material genético (DNA e RNA), isso é, nas sequências de bases nitrogenadas, é traduzida em proteínas. Essas regras são universais e comuns a todos os seres vivos e ocorrem em duas etapas

1.1.1. Transcrição– A sequência de DNA de um gene é “reescrita” em uma fita de RNA. Tradução– A sequência de uma fita de RNA mensageiro (mRNA) é “traduzida” ou decodificada em uma sequência de aminoácidos, que formará uma proteína

2. Aminoácidos formam proteínas; proteínas determinam características

2.1. Os aminoácidos são os “blocos de construção” das proteínas. Eles se ligam, formando cadeias, conhecidas como polipeptídeos, que por sua vez formam as proteínas. Entre os seres vivos, existem 20 aminoácidos conhecidos, que combinados de formas distintas, formam centenas de milhares de proteínas

2.1.1. As proteínas desempenham funções essenciais no organismo: compõem a estrutura de músculos, ossos e pele, regulam o metabolismo, o transporte de moléculas, a resposta imune, a comunicação celular, entre outras

3. A manifestação das características herdadas

3.1. A informação genética é herdada dos pais biológicos, portanto, é uma informação hereditária. Assim, a expressão gênica é o processo de decodificação dessa informação hereditária, contida nos genes, em proteínas

4. Tradução

4.1. É a síntese de uma proteína a partir de uma fita de RNA mensageiro (mRNA), coordenada com RNAs transportadores (tRNA) e RNA ribossômicos (rRNA).

4.2. Ocorre nos ribossomos, estruturas citoplasmáticas que têm duas subunidades e estão presentes no citoplasma ou associados ao retículo endoplasmático rugoso (RER), em células eucarióticas.

4.2.1. A tradução é dividida em três etapas: iniciação, alongamento e terminação

5. Os códons do RNA

5.1. As células decodificam o mRNA lendo as trincas de nucleotídeos (formadas por U, C, A e G), chamadas códons.

5.1.1. A maioria dos códons especifica um aminoácido, mas alguns sinalizam o início ou o fim da tradução

5.1.1.1. O códonAUG indica o início da fita de mRNA a ser traduzida, e o aminoácido metionina (Met).

5.1.1.2. Os códons UAA, UAG e UGA indicam o fim do processo de tradução e da proteína

6. Iniciação e alongamento da tradução

6.1. A tradução é uma coordenação entre mRNA e diversos RNAs transportadores (tRNA). Cada códon do mRNA é complementar a um anticódon de um tRNA. Por sua vez, cada tRNA carrega um aminoácido específico.

6.2. Na iniciação, o códon de início AUG do mRNA será complementar ao anticódon UAC de um tRNAque carrega o aminoácido metionina. Esse marca o primeiro aminoácido e o início da proteína.

6.2.1. No alongamento, os códons sucessivos do mRNA são expostos e lidos da mesma forma: ● O anticódon do tRNA correspondente se liga ao códon do mRNA; ● A cadeia de aminoácidos existente liga-se ao aminoácido do tRNA; ● O mRNA é deslocado em um códon no ribossomo, expondo um novo códon para ser lido

7. videos

7.1. https://youtu.be/U6n2KmK7nGU?si=71wYYCOe9pj8DKHk

8. Etapas da transcrição

8.1. A transcrição é o processo que ocorre no núcleo celular, pelo qual uma sequência de DNA é transcrita em uma sequência de RNA, com base nas regras de pareamento entre as bases.

8.2. A enzima RNA polimerase liga-se ao DNA, com apoio de moléculas denominadas fatores de transcrição (que “ligam” ou “desligam” o gene); cria uma bolha de transcrição, onde as duas cadeias do DNA são separadas localmente; por fim, adiciona nucleotídeos de RNA complementares a uma das fitas do DNA, formando a fita de RNA

8.3. O RNA é liberado da bolha de transcrição e migra do núcleo para o citoplasma, onde pode ser processado para exercer sua função. Existem alguns tipos de RNA e cada tipo desempenha um papel na produção de uma proteína ou na regulação de sua produção

8.4. Cada proteína tem uma função e molda uma característica do organismo. Assim, a transcrição é uma etapa intermediária e fundamental da expressão gênica. A última etapa, que culmina na síntese de uma proteína a partir de seus aminoácidos, é regulada pelos diferentes tipos de RNA

9. O caso da fibrose cística

9.1. A fibrose cística (FC) é uma doença de origem genética com cerca de 150 mil casos por ano no Brasil. Além do suor excessivamente salgado, ela tem como sintomas a produção de muco excessivo e espesso no tubo digestivo e vias respiratórias, prejudicando seus funcionamentos.

9.2. Pessoas com a FC apresentam uma alteração no gene que codifica a proteína CFTR, responsável pela condução de sais de dentro para fora de algumas células. A versão alterada da proteína é pouco funcional e leva ao acúmulo de sais nas células, o que causa os sintomas