1. Economia Aberta
1.1. Taxa de câmbio
1.1.1. A taxa de câmbio pode ser nominal ou real e é influenciada por diversos fatores econômicos
1.1.2. Determinação da taxa de câmbio: é determinada por oferta e demanda de moeda estrangeira
1.2. Balanço de pagamentos
1.2.1. O balanço de pagamentos registra todas as transações econômicas entre um país e o resto do mundo
1.2.2. Conta corrente: a conta corrente inclui exportações, importações e transferências unilaterais
1.3. Regimes cambiais
1.3.1. Os regimes cambiais podem ser fixos, flutuantes ou mistos, cada um com suas vantagens e desvantagens
1.3.2. Globalização: a globalização traz benefícios como acesso a mercados, mas também custos, como a perda de empregos em setores não competitivos
2. Crescimento Econômico
2.1. Modelos de crescimento
2.1.1. Os modelos de crescimento, como o de Solow e o endógeno, explicam as fontes do crescimento econômico
2.1.1.1. Modelo de Crescimento de Solow: descreve o crescimento econômico a partir da acumulação de capital físico, trabalho e progresso tecnológico. A função de produção agregada mostra como o capital (K), o trabalho (L) e o progresso tecnológico (A) contribuem para o produto total (Y). O modelo prevê que, à medida que o capital aumenta, o crescimento econômico desacelera devido aos retornos marginais decrescentes do capital. No longo prazo, o progresso tecnológico é o principal motor do crescimento sustentado, pois eleva a produtividade tanto do capital quanto do trabalho
2.1.1.1.1. Teoria da Convergência: derivada do modelo de Solow, sugere que economias mais pobres tendem a crescer mais rápido que economias mais ricas, dado que possuem menor estoque de capital e, portanto, podem se beneficiar mais de novos investimentos. Economias semelhantes em termos de tecnologia, preferências e políticas tendem a convergir em seus níveis de renda per capita no longo prazo. Essa convergência pode ser absoluta, quando todas as economias convergem para o mesmo nível de renda, ou condicional, quando as economias convergem para diferentes níveis de renda, ajustados por suas características estruturais e políticas
2.1.1.1.2. Modelo de Crescimento Endógeno surgiu como uma alternativa ao Modelo de Solow, incorporando fatores internos da economia como determinantes do crescimento de longo prazo. Ao contrário do modelo de Solow, que atribui o crescimento sustentado ao progresso tecnológico exógeno (vindo de fora do modelo), o modelo endógeno explica o crescimento contínuo a partir de fatores como investimentos em capital humano, inovação tecnológica e políticas públicas que incentivam a produtividade
2.1.2. Fatores que afetam a produtividade: tecnologia, capital humano e infraestrutura são essencias para a produtividade
2.2. Desigualdade
2.2.1. A desigualdade econômica pode afetar o crescimento e a estabilidade social
2.2.2. Medidas de desigualdade: medidas como Índice de Gini ajudam a quantificar a desigualdade em uma economia
2.2.2.1. Índice de Gini mede a desigualdade de distribuição de renda em uma população, variando entre 0 e 1, onde 0 representa igualdade perfeita e 1 reflete desigualdade máxima. Ele é calculado a partir da Curva de Lorenz, que compara a distribuição cumulativa de renda com uma linha de igualdade perfeita. Quanto mais próximo de 1, maior a concentração de renda nas mãos de poucos, e quanto mais próximo de 0, mais uniforme é a distribuição. É amplamente utilizado para avaliar a desigualdade em diferentes países e regiões
3. Setor Real
3.1. Consumo
3.1.1. A função consumo descreve comportamento de consumo das famílias em relação à sua renda. Ela mostra quanto as pessoas tendem a gastar com consumo de bens e serviços em função de sua renda disponível
3.1.2. Propensão marginal a consumir: indica a fração da renda adicional que é gasta em consumo
3.2. Investimento
3.2.1. O investimento é crucial para o crescimento econômico e é influenciado pela taxa de juros
3.2.2. Função Investimento: a função investimento relaciona o nível de investimento à taxa de juros e à expectativa de lucro
3.3. Governo
3.3.1. Os gastos governamentais e a tributação afetam a demanda agregada
3.3.2. Multiplicador Keynesiano: amplifica o efeito dos gastos governamentais na economia
4. Setor Monetário
4.1. Oferta e Demanda de Moeda
4.1.1. A teoria quantitativa da moeda relaciona a quantidade de moeda à atividade econômica
4.1.2. Demanda por moeda: é influenciada pela renda e taxa de juros. Relacionada a transações, especulação e precaução
4.1.3. Quando a oferta de moeda cresce mais rápido do que a demanda por moeda, há um excesso de liquidez na economia, o que pode aumentar a demanda agregada e pressionar os preços, levando à inflação. Por outro lado, se a demanda por moeda aumentar, mas a oferta se mantiver constante ou insuficiente, a inflação tende a ser controlada ou até reduzir. Essa relação é capturada pela teoria quantitativa da moeda, que sugere que um aumento na oferta monetária, sem um correspondente aumento na produção, resulta em alta nos preços
4.2. Bancos Centrais
4.2.1. Os bancos centrais desempenham um papel crucial na política menotária, controlando a oferta de moeda
4.2.2. Funções: incluem emissão de moeda, a regulação do sistema bancário e a implementação da política monetária
4.3. Política Monetária
4.3.1. A política monetária busca controlar a inflação e estabilizar a economia
4.3.2. Objetivos: os principais objetivos incluem a estabilidade de preços e pleno emprego
4.3.3. Intrumentos: são as ferramentas que os bancos centrais utilizam para controlar a oferta de moeda e, consequentemente, influenciar o nível de atividade econômica e a inflação. São eles: open market, reservas obrigatórias, taxa de redesconto
4.3.3.1. Operações de mercado aberto: O Banco Central compra ou vende títulos públicos para regular a quantidade de dinheiro em circulação. Quando compra títulos, injeta dinheiro na economia, aumentando a oferta monetária. Quando vende, retira dinheiro da circulação, reduzindo a oferta monetária
4.3.3.2. Taxa de redesconto: É a taxa de juros que o Banco Central cobra aos bancos comerciais por empréstimos de curto prazo. Reduzir essa taxa incentiva os bancos a emprestarem mais, aumentando a oferta de moeda. Elevar a taxa de redesconto torna o crédito mais caro e diminui a oferta monetária
4.3.3.3. Reservas obrigatórias: O Banco Central exige que os bancos mantenham uma porcentagem de seus depósitos em reserva. Ao aumentar essa exigência, o BC reduz a quantidade de dinheiro que os bancos podem emprestar, contraindo a oferta de moeda. Reduzir a exigência aumenta a capacidade de crédito dos bancos e expande a oferta monetária
5. A política monetária atua diretamente sobre a demanda agregada e a inflação. Em economias emergentes, a política monetária enfrenta desafios como choques externos e volatilidade cambial
6. Conceitos Fundamentais *A relação entre o PIB, desemprego e inflação é central nos estudos dos ciclos. Uma forma simplificada de entender o ciclo econômico é através da Curva de Phillips, que sugere uma relação inversa entre inflação e desemprego no curto prazo *
6.1. PIB
6.1.1. O Produto Interno Bruto (PIB) é uma medida de produção econômica de um país. O PIB nominal reflete o valor a preços correntes, enquanto o PIB real ajusta a inflação
6.1.2. Componentes: incluem consumo, investimentos, gastos do governo e exportações líquidas. Cada um desempenha um papel crucial na economia
6.1.3. PIB como medida de Bem-Estar: embora o PIB seja um indicador econômico importante, ele não captura aspectos como desigualdade e qualidade de vida
6.2. Inflação
6.2.1. A inflação é o aumento geral dos preços. Os tipos incluem: inflação de demanda, custo e embutida, cada um com causas e efeitos distintos
6.2.1.1. Causas: podem ser monetárias, como aumento da oferta de moeda, ou não monetárias, como choques de oferta
6.2.1.2. Efeitos: pode redistribuir renda, causar distorções nos preços relativos e gerar custos de menu
6.2.1.2.1. Custos de menu são os gastos que empresas têm ao ajustar preços durante a inflação. Incluem despesas com impressão de novos materiais, reprogramação de sistemas e tempo administrativo para atualizar os preços. Esses custos aumentam durante períodos de inflação alta, quando as mudanças de preço são mais frequentes
6.3. Desemprego
6.3.1. O desemprego é a falta de travalho para aqueles que desejam e podem trabalhar. Os tipos incluem: cíclico, estrutural e friccional
6.3.2. Taxa de desemprego: é uma medida percentual da força de trabalho que está desempregada
6.3.2.1. Lei de Okun: relaciona a taxa de desemprego com a produção econômica, sugerindo que uma redução no desemprego está associada a um aumento no PIB
6.4. Ciclo Econômico
6.4.1. O ciclo econômico refere-se às flutuações na atividade econômica ao longo do tempo (em torno de uma tendência de crescimento). Eles envolvem períodos de expansão (quando a economia cresce) e recessão/contração (quando ela encolhe)
6.4.2. Os ciclos econômicos envolvem as flutuações de curto prazo da atividade econômica, divididas em fases de booms (expansão) e recessões (contração). Para entender essas flutuações, classificamos variáveis econômicas como pró ou contra-cíclicas, leading ou lagging, e em relação à volatilidade
6.4.2.1. Pró-cíclicas: Variáveis que se movem na mesma direção que o ciclo econômico. Quando a economia está em expansão, essas variáveis tendem a aumentar, e quando a economia está em recessão, elas tendem a diminuir. Exemplo: PIB e nível de emprego
6.4.2.2. Contra-cíclicas: Variáveis que se movem na direção oposta ao ciclo econômico. Elas aumentam em tempos de recessão e caem em tempos de expansão. Exemplo: taxa de desemprego
6.4.2.3. Leading (antecedentes): Variáveis que mudam antes que a economia como um todo comece a mudar, servindo como indicadoras antecipadas de futuras flutuações econômicas. Exemplo: índices de ações e ordens de novos bens
6.4.2.4. Lagging (defasadas): Variáveis que mudam após a economia já ter começado a se expandir ou contrair, servindo como indicadores que confirmam as mudanças econômicas. Exemplo: inflação e salários
6.4.2.5. Volatilidade: Refere-se à magnitude das flutuações de uma variável ao longo do tempo. Variáveis altamente voláteis tendem a sofrer grandes oscilações, enquanto as de baixa volatilidade têm flutuações menores. Exemplo: índices de ações tendem a ser mais voláteis que o PIB
6.4.3. Fases do ciclo: incluem expansão, pico, vale, recessão/contração e recuperação, cada uma com características distintas
6.4.3.1. Fatores que afetam os ciclos: A demanda agregada, choques de oferta (ex: crises de petróleo), política monetária e fiscal
6.4.4. Indicadores do ciclo: indicadores como PIB, taxa de desemprego e índices de preços ajudam a identificar a fase do ciclo
6.5. Política Econômica
6.5.1. A política econômica é dividida em: fiscal e monetária
6.5.1.1. Política fiscal: envolve gastos do governo e impostos
6.5.1.1.1. Instrumentos da política fiscal: os principais instrumentos incluem gastos públicos e tributação, que afetam a demanda agregada
6.5.1.2. Política monetária: lida com a oferta de moeda, ou seja, é o controle da oferta de moeda por parte do Banco Central, que influencia as taxas de juros e, por consequência, o nível de investimento e consumo
6.5.1.2.1. Instrumentos da política monetária: os bancos centrais utilizam taxas de juros e operações de mercado aberto para controlar a oferta de moeda
6.5.1.2.2. Demanda de Moeda: Ligada à transação (necessidade de moeda para realizar compras), especulação (retornos de títulos e ativos) e precaução
6.5.1.2.3. Oferta de Moeda: Controlada pelo Banco Central através de instrumentos como operações de mercado aberto, reservas obrigatórias e taxa de redesconto
7. Modelos Macroeconômicos
7.1. Modelo Clássico
7.1.1. O modelo clássico assume que os mercados são sempre eficientes e que a economia se ajusta automaticamente
7.1.2. Hipóteses: as principais hipóteses incluem a flexibilidade de preços e salários, e a neutralidade da moeda no longo prazo
7.1.3. Críticas ao modelo: críticos argumentam que o modelo não considera as rigidezes de preços e a possibilidade de desemprego involuntário
7.2. Modelo Keynesiano
7.2.1. O modelo keynesiano enfatiza a importância da demanda agregada e o papel do governo na estabilização econômica
7.2.2. Hipóteses: as hipóteses incluem a rigidez de preços e a propensão marginal a consumir
7.2.3. Críticas ao modelo: críticas incluem a dependência excessiva de políticas fiscais e a subestimação do papel da oferta
7.3. Modelo IS-LM
7.3.1. O modelo IS-LM analisa a interação entre o mercado de bens e o mercado monetário
7.3.2. Curva IS: a curva IS representa o equilíbrio no mercado de bens, onde o investimento iguala poupança
7.3.3. Curva LM: a curva LM representa o equilíbrio do mercado monetário, onde a demanda iguala a oferta de moeda. Depende da taxa de juros e da renda
7.4. Modelo AD-AS
7.4.1. O modelo AD-AS explora a relação entre a demanda agregada, a oferta agregada e o nível de preços
7.4.1.1. Esse modelo é fundamental para analisar as flutuações econômicas e a eficácia de políticas econômicas
7.4.1.2. O hiato do produto é a diferença entre o PIB real e o PIB potencial de uma economia. Ele indica se a economia está operando acima ou abaixo de sua capacidade total. O hiato do produto é usado para ajustar políticas econômicas, como política fiscal e monetária, para trazer a economia de volta ao equilíbrio.
7.4.1.2.1. Hiato positivo: O PIB real está acima do potencial, indicando uma economia superaquecida, com risco de inflação
7.4.1.2.2. Hiato negativo: O PIB real está abaixo do potencial, sugerindo uma economia com capacidade ociosa e possivelmente desemprego elevado
7.4.2. Curvas de Demanda e Oferta: a curva de demanda agregada mostra a relação inversa entre o nível de preços e a quantidade demandada
7.4.2.1. Curva de Oferta Agregada: No curto prazo, pode ser crescente devido a rigidezes de preços e salários. No longo prazo, é vertical, refletindo o pleno emprego
7.4.2.2. Curva de Demanda Agregada: Reflete a relação inversa entre o nível de preços e o PIB real
7.4.3. Choques: choques de oferta ou demanda podem deslocar as curvas, afetando o equilíbrio econômico