1. No final da década de 1960, a sociologia se consolidou ao estudar sociedades urbanas complexas, contrastando com as tradições das comunidades camponesas e indígenas.
1.1. A diversidade urbana impede uma cultura comum, e o antropólogo deve entender as lógicas e vivências dos indivíduos nos territórios.
2. Na sociologia, a relação entre indivíduo e sociedade/cultura é debatida por teóricos clássicos como Marx, Durkheim e Weber, e contemporâneos como Elias e Bourdieu, cada um com perspectivas distintas.
2.1. Émile Durkheim
2.1.1. A sociedade influencia o indivíduo por meio de normas e instituições, moldando suas ações, pensamentos e sentimentos, que são produtos das relações sociais externas.
2.2. Max Weber
2.2.1. O foco nas ações sociais analisa como os sentidos atribuídos às ações coletivas influenciam as estruturas sociais, afetando a dinâmica coletiva em vez de se restringir ao comportamento individual.
2.3. Karl Marx
2.3.1. O foco de análise considera as condições materiais e sociais, destacando que os acessos materiais dos indivíduos determinam suas condições e subjetividades.
3. A relação entre indivíduo e sociedade é bidirecional, com influências mútuas que geram transformações contínuas, refletindo a complexidade do tema nas ciências sociais.
3.1. No Brasil, durante esse período, diversos movimentos sociais foram precursores da Antropologia Urbana, destacando-se figuras como Gilberto Velho, Ruth Cardoso e Eunice Durham, todos ativos em contextos urbanos, especialmente no Rio de Janeiro e em São Paulo.
4. História da antropologia
4.1. A Antropologia estuda o ser humano de forma integral, considerando aspectos biológicos, sociais e culturais, para entender suas transformações
4.2. Antropologia pré-histórica
4.2.1. A Antropologia pré-histórica, ou Arqueologia, estuda sociedades passadas através de vestígios materiais, utilizando métodos e conceitos específicos.
4.2.1.1. Metodologia
4.2.1.1.1. Os passos da Arqueologia são: * Levantamento: coleta de dados sobre o local. * Prospecção: busca de vestígios no subsolo. * Escavação: extração de materiais. * Análise: estudo dos achados em laboratório.
4.2.1.1.2. A análise de materiais culturais e biológicos revela semelhanças entre modos de vida antigos e atuais, além de permitir o estudo do avanço tecnológico por meio de ferramentas, como lanças de pedras lascadas.
4.2.2. Os arqueólogos investigam as adaptações humanas e as transformações sociais por meio de registros destruídos, como materiais e artefatos que refletem
4.2.3. Os arqueólogos utilizam materiais para formular hipóteses sobre o desenvolvimento de sociedades passadas e suas características culturais. Conhecer a cultura de grupos de extinção ajuda a entender os elementos que constituem
5. Objetos de estudo
5.1. A Antropologia evoluiu de um foco em sociedades distantes e suas estruturas sociais para o estudo de manifestações culturais específicas, como rituais. Isso resultou no desenvolvimento de subáreas, como Antropologia da Saúde, da Religião, Visual, Urbana, da Alimentação, Econômica e Política, permitindo análises teóricas dos modos de vida dos indivíduos em uma mesma sociedade.
6. As escolas de Antropologia
6.1. A antropologia é uma ciência recente, surgida no século XIX, que estuda o homem e sua cultura através de teses com uma sequência temporal. Esse desenvolvimento levou à formação de escolas de pensamento, como evolucionismo, difusionismo, culturalismo, funcionalismo e estruturalismo.
6.1.1. Evolucionismo
6.1.1.1. O evolucionismo, primeira tese da antropologia social, afirma que culturas evoluem progressivamente, com povos primitivos em estágio atrasado em relação aos civilizados, avançando do menos para o mais civilizado, tecnológico e racional.
6.1.2. Difusionismo
6.1.2.1. O difusionismo, derivado do evolucionismo, explica a semelhança de objetos arqueológicos em culturas distintas, sugerindo que inovações culturais surgiram em culturas específicas e se espalharam ao longo da história. O Egito antigo, como centro de difusão, influenciou várias civilizações, incluindo a religião grega.
6.1.3. Culturalismo
6.1.3.1. O culturalismo defende que crenças e práticas devem ser compreendidas no contexto da própria cultura do indivíduo, em vez de critérios externos. Suas características incluem empiria e etnografia.
6.1.4. Futuralismo
6.1.4.1. O funcionalismo, fundado por Émile Durkheim, analisa a sociedade pelas funções sociais, sem julgar certo ou errado. Foca em fatos sociais, tratando a sociedade como um todo, onde instituições são mais importantes que indivíduos, e normas se sobrepõem às escolhas pessoais.
6.1.5. Estruturalismo
6.1.5.1. O estruturalismo na antropologia, influenciado por Saussure, usa um método sincrônico, onde o significado dos fonemas surge das relações de oposição, não de elementos isolados. Foca em dicotomias como língua e fala e significante e significado.
7. Buscar entender o homem
7.1. Antropologia vem de: *antropos (homem)* e *logos (razão) *
7.2. Surgiu no contexto da expansão das grandes *"navegações"*, levando asa civilizações interagirem com outras
8. Determinismo
8.1. Geográfico: explica a diferença cultural por meio da localidade.
8.1.1. Biológico: explica a diferença cultural por meio dos aspectos biológicos.
9. Os argumentos deterministas justificavam a escravização e inferiorização de africanos e indígenas, classificando-os como submissos, sem fé e preguiçosos.
9.1. Os estudos antropológicos mostram que não há povos superiores ou inferiores, apenas diferenças culturais, sem justificativas biológicas ou geográficas.
10. Os estudos antropológicos mostram como as culturas são formadas e internalizadas pelos grupos sociais, com a linguagem sendo o principal fator que diferencia os humanos de outras espécies.
10.1. A arte rupestre iniciou a expressão simbólica e o desenvolvimento da linguagem. A antropologia reconstrói memórias e identidades culturais por meio de narrativas.
11. A Escola de Chicago, criada na década de 1910, estudou os problemas sociais gerados pelo rápido crescimento urbano e industrial de Chicago, como criminalidade, pobreza e segregação.
11.1. Os problemas sociais, chamados de "patologia social" na época, tornaram-se os principais objetos de pesquisa da Escola de Chicago.
12. Antropologia linguística
12.1. A linguagem distingue humanos de animais: a comunicação humana é complexa e fundamental para entender sociedades. Edward Sapir, em "Language" (1921), sugeriu que culturas são como linguagens. Línguas, como o português, apresentam variações por mudanças de sons e gramática. A reconstituição de línguas antigas permite revelar influências culturais entre sociedades.
12.1.1. História da língua inglesa
12.1.1.1. A língua inglesa surgiu na Grã-Bretanha com a mistura de povos, começando com os anglo-saxões no século V. Em 1060, a invasão normanda acrescentou dialetos franceses, e no século XVI, a expansão marítima trouxe novas expressões. O primeiro dicionário de inglês foi publicado em 1604.
12.1.2. Espanhol
12.1.2.1. O espanhol, derivado do latim e conhecido como castelhano no reino de Castilla, evoluiu com a expansão do império castelhano e, após a formação da Espanha, tornou-se o espanhol moderno.
12.1.3. Português
12.1.3.1. A língua portuguesa, originada do latim, surgiu após a invasão romana da Península Ibérica em 218 a.C. Com a formação de Portugal em 1128, o idioma evoluiu de galego-português para português.
12.1.4. Português Brasileiro
12.1.4.1. Os portugueses colonizaram o Brasil trazendo seu idioma, mas precisaram aprender as línguas indígenas. A mistura com as línguas de escravos africanos e imigrantes formou o português atual.
12.1.5. Francês
12.1.5.1. O francês surgiu do latim e do gaulês após a divisão entre Carlos II, que ficou com a França, e Luís II, que ficou com a Alemanha, resultando no desenvolvimento do francês e do alemão.
13. Antropologia psicológica
13.1. Nos anos 70, a antropologia estudou como culturas e sociedades afetam a psicologia individual, destacando a importância da mente na interação com o mundo.
14. Antropologia social e cultural
14.1. No final do século XIX, a antropologia analisou comportamentos e estruturas sociais, incluindo religião e arte. A etnografia permite que pesquisadores convivam com os grupos estudados, registrando modos de vida em diários, entrevistas e fotografias, facilitando a interpretação cultural.
15. Urbanização no Brasil
15.1. A urbanização brasileira, acelerada pela industrialização e modernização do campo desde a segunda metade do século XX, fez com que a população urbana ultrapassasse a rural, chegando a quase 85% atualmente. Esse processo desordenado resultou em macrocefalia urbana e agravou desigualdades socioeconômicas. As primeiras cidades surgiram na costa, e a industrialização, especialmente no sudeste, levou ao êxodo rural em busca de oportunidades.
15.2. OCUPAÇÕES IRREGULARES
15.2.1. As favelas no Brasil, originadas no Rio de Janeiro na Proclamação da República, surgiram devido ao crescimento desordenado e à alta demanda por habitação. A população pobre foi forçada a viver em cortiços insalubres, resultando em segregação social. Em São Paulo, a industrialização levou à invasão de terras. Na década de 1980, movimentos sociais, como o MTST, começaram a lutar pela regularização fundiária e pelo direito à moradia, organizando ocupações em áreas privadas.
15.3. CIDADE FORMAL X INFORMAL ATUAL
15.3.1. O planejamento urbano no Brasil frequentemente ignora as favelas, focando em interesses das classes favorecidas. Apesar de serem vistas como desorganizadas, as favelas têm vitalidade própria. Para integrá-las à cidade formal, é necessário regularização fundiária e infraestrutura. As restrições ao mercado formal elevam os custos de construção, limitando o acesso à moradia digna e perpetuando a informalidade.
15.4. URBANIZAÇÃO NAS FAVELAS
15.4.1. As favelas enfrentam desordem e condições precárias de habitação, agravando a vida dos moradores. A segregação e a falta de serviços básicos dificultam a realocação, pois muitos desejam permanecer em suas comunidades. A urbanização deve incluir a criação de espaços públicos que valorizem a cultura local e fortalecer os laços sociais, além de garantir moradias personalizadas, evitando a substituição por conjuntos habitacionais iguais.