1. Estudos Críticos de Segurança (CSS), com foco na abordagem da Escola Galesa, que vincula a segurança à Teoria Crítica. O CSS propõe expandir o conceito de segurança além das questões militares, abordando uma variedade de ameaças e atores, com ênfase na emancipação humana.
2. Diferenciando-se das abordagens tradicionais, o CSS busca uma maior profundidade teórica e normativa. No entanto, a interpretação da Escola Galesa é controversa e não amplamente acei
3. Discute as distinções entre "Teoria Crítica" (marxista) e "teoria crítica" (mais abrangente e diversa).
4. Traça a transição dos Estudos de Segurança Tradicionais para os Estudos Críticos de Segurança (CSS). Os estudos tradicionais focavam na segurança militar dos Estados, com o objetivo principal de resolver o problema da guerra entre eles, assumindo que a guerra era uma constante inevitável na política mundial. Robert Cox distingue essa abordagem como "Teoria de Resolução de Problemas", que aceita o status quo, contrastando-a com a "Teoria Crítica", que questiona as suposições subjacentes sobre política e segurança.
5. Os Estudos Críticos de Segurança emergem de influências como os Estudos da Paz e a Teoria Crítica Internacional, ampliando a agenda de segurança para incluir aspectos sociais, econômicos e ambientais. A perspectiva crítica desafia o foco exclusivo no Estado e na guerra entre Estados, argumentando que outras formas de insegurança, como pobreza, repressão estatal e violência estrutural, também são relevantes. A abordagem crítica vê o próprio Estado, em muitos casos, como fonte de insegurança, principalmente em países em desenvolvimento, onde o Estado pode ser responsável pela opressão e pobreza de sua população.
6. CSS propõe uma visão mais ampla e transformadora da segurança, questionando o centrismo estatal e a aceitação da guerra como fato imutável.
7. Estudos de Segurança Tradicionais:
7.1. - Foco na segurança militar entre Estados.
7.2. - Centralidade na guerra como principal problema a ser resolvido.
7.3. - Enfatiza o papel dos Estados como atores principais na política mundial.
7.4. - Assume que a guerra é uma característica inevitável da política internacional.
7.5. - Exemplo: Stephen Walt define estudos de segurança como o estudo da ameaça, uso e controle da força militar.
8. Teoria de Resolução de Problemas (Robert Cox):
8.1. - Aceita o status quo e foca em resolver problemas existentes (como guerras entre Estados).
8.2. - Assume que a política mundial é um "dado", sem questionar suas estruturas subjacentes.
9. Crítica aos Estudos Tradicionais:
9.1. - Estreiteza empírica: Foco exagerado na guerra entre Estados, desconsiderando conflitos internos e novas formas de guerra (como as "Novas Guerras").
9.2. - Justificação do status quo: Defende implicitamente o sistema estatal, mesmo quando o Estado é fonte de repressão e insegurança.
9.3. - Foco militar restrito: Ignora outras formas de insegurança, como pobreza, repressão estatal e questões ambientais.
10. Estudos Críticos de Segurança (CSS):
10.1. - Inspirado nos Estudos da Paz e na Teoria Crítica.
10.2. - Propõe uma visão ampliada da segurança, incorporando questões sociais, econômicas e ambientais.
10.3. - Enfatiza a necessidade de emancipação e questiona a aceitação do Estado como o principal ator de segurança.
10.4. - O Estado pode ser uma fonte de insegurança, especialmente em países em desenvolvimento.
10.5. - Desafia o enfoque tradicional na guerra e propõe estudar uma ampla gama de ameaças à segurança humana.
11. 1. Conceitos-chave do CSS:
11.1. - Estatismo/centrismo de Estado: Crítica à ideia de que o Estado é o principal ator da política mundial e o único provedor de segurança. O CSS desafia essa visão e questiona o foco exclusivo na segurança nacional.
11.2. - Segurança como Conceito Derivativo: A segurança é vista como derivada de como se enxerga a política mundial. Visões diferentes sobre política resultam em diferentes conceitos de segurança.
11.3. - Emancipação: O conceito central do CSS, definido como a "libertação das pessoas de restrições físicas e humanas que as impedem de realizar suas escolhas livremente"
11.4. - Crítica Imanente: Foco em identificar características emancipatórias dentro de situações concretas e trabalhar para fortalecê-las, avançando a segurança das pessoas.
11.5. - Nexo Teoria-Prática: A relação entre teoria e prática, onde a teoria de segurança informa as práticas de segurança e vice-versa.
12. 2. Três Ideias Centrais do CSS:
12.1. - Segurança como conceito derivado: A definição de segurança depende da visão de mundo e da política. Por exemplo, no Neo-Realismo, a segurança deriva da ameaça da guerra nuclear e da proteção do Estado. O CSS critica essa visão e propõe que a segurança seja vista sob diferentes prismas, levando em conta diferentes ameaças, como pobreza e opressão.
12.2. - Agenda de segurança alargada: O CSS defende a ampliação do conceito de segurança para incluir não apenas ameaças militares, mas também ameaças ambientais, econômicas, políticas e sociais. Isso vai além da visão tradicional focada no Estado.
12.3. - Indivíduo como objeto de referência: O CSS argumenta que o foco da segurança deve ser o ser humano, não o Estado. A segurança deve referir-se às experiências materiais e corpóreas dos indivíduos.
13. 3. Crítica ao Centramento no Estado:
13.1. - A segurança estatal tradicional é vista como insuficiente, pois ignora as ameaças que afetam diretamente os indivíduos.
13.2. - O CSS critica a visão do Estado como objeto de referência da segurança e argumenta que o foco deve ser nas pessoas e nas comunidades.
14. 4. Emancipação, Comunidade e Identidade:
14.1. - A emancipação é vista como um processo contínuo de libertação das pessoas de várias formas de opressão. Não há uma "sociedade ideal" estática, mas uma busca constante por melhorias.
14.2. - Crítica imanente: Identificação de contradições no conceito de segurança para promover potencialidades emancipatórias.
14.3. - A ideia de emancipação também está conectada à tradição da Teoria Crítica, influenciada pelo pensamento marxista e pela Escola de Frankfurt.
15. 5. CSS e a Transformação Social:
15.1. - O CSS propõe que seu propósito deve ser a transformação das sociedades para torná-las mais seguras e emancipadas. Isso envolve um compromisso com mudanças sociais que abordem as ameaças às pessoas em vários níveis, e não apenas no âmbito estatal.
16. Emancipação no CSS (Critical Security Studies)
17. 1. Foco na Existência Material e Corpórea: O CSS argumenta que a segurança deve priorizar o bem-estar material dos seres humanos, indo além da mera proteção militar.
18. 2. Segurança e Emancipação: Ken Booth define "segurança" como ausência de ameaças e "emancipação" como a libertação de restrições que impedem as pessoas de viverem como escolheriam.
19. 3. Ampliação da Agenda de Segurança: O CSS propõe expandir o conceito de segurança para incluir ameaças não militares como pobreza, saúde precária e degradação ambiental, criando uma conexão direta com o bem-estar humano.
20. 4. Crítica à Segurança Centrada no Estado: A abordagem tradicional que foca na sobrevivência do Estado é criticada. Segurança é mais do que sobrevivência; é viver com liberdade para construir uma vida plena.
21. 5. Identidade, Comunidade e Segurança: O CSS explora como a identidade e a comunidade interagem com a segurança. Indivíduos fazem parte de comunidades políticas sobrepostas, e a verdadeira segurança deve promover comunidades emancipadoras, baseadas na inclusão e igualdade.
22. 6. Práxis e Intelectuais Orgânicos: Inspirado por Gramsci, o CSS defende a interconexão entre teoria e prática, sugerindo que acadêmicos críticos devem agir como "intelectuais orgânicos" que promovem mudanças sociais emancipadoras.
23. 7. Emancipação como Processo Contínuo: A emancipação é vista como um processo dinâmico, adaptável a diferentes contextos históricos e geográficos, e não como um ponto final fixo.
24. 8. Críticas ao Conceito de Emancipação:
24.1. - Pós-estruturalistas: Consideram "emancipação" uma metanarrativa ocidental que pode ser problemática em contextos não ocidentais.
24.2. - Teoria da Securitização: Questiona o uso da segurança para questões não militares, sugerindo que a lógica de segurança pode ser contraproducente para certos problemas.
25. 9. Debate sobre o Objeto Referente: O CSS coloca o ser humano individual no centro da segurança, desafiando a tradicional centralização do Estado.
26. 10. Aplicações Práticas: O exemplo do apartheid na África do Sul é usado para ilustrar uma luta concreta por emancipação. Booth e Wyn Jones defendem que o fim do apartheid aumentou a liberdade, embora a democracia liberal ainda não seja uma solução definitiva.
27. 11. Visão Progressista: O CSS promove uma agenda política progressiva, ancorada no Iluminismo, buscando a melhoria contínua do bem-estar humano por meio de reformas gradativas e não-violentas.
28. CSS enfrenta críticas que apontam limitações inerentes, mas também possibilita uma reflexão sobre suas potencialidades, especialmente no que tange à relação entre Teoria Crítica e estudos de segurança. A obra de Booth e Wyn Jones sugere uma interpretação que poderia enriquecer essa conexão, mas há espaço para explorar outras áreas como degradação ambiental, segurança humana e a intersecção com tecnologia militar, aspectos que podem aprimorar nossa compreensão de questões fundamentais (ver Capítulos 6, 8 e 10).
29. Para os críticos, o CSS está indissoluvelmente ligado a um progressismo iluminista, cujos princípios já não ressoam de maneira eficaz no contexto contemporâneo. Essa relação, acentuada por reafirmações recentes do CSS, provoca um debate sobre se essa é uma limitação crítica da abordagem ou se, por outro lado, o foco nas inseguranças individuais oferece um meio valioso para reimaginar a segurança global. Aqueles que se sentirem atraídos pela abordagem do CSS poderão vê-la como uma plataforma para efetuar mudanças significativas na segurança global, em vez de apenas uma análise teórica do fenômeno.
30. Pontos-chave
31. 1. Crítica às Abordagens Tradicionais: A "Escola Galesa" de Estudos Críticos de Segurança critica as abordagens de segurança centradas no Estado, que se concentram predominantemente em ameaças militares.
32. 2. Enfoque no Indivíduo: O CSS enfatiza que os seres humanos são o foco mais importante da segurança, adotando uma abordagem emancipatória que visa libertar indivíduos e grupos de restrições que os impedem de alcançar a segurança.
33. 3. Práticas Emancipatórias Contextualizadas: Em vez de fornecer modelos rígidos para a emancipação, o CSS propõe que as práticas emancipatórias sejam moldadas pela identificação das inseguranças específicas vivenciadas por indivíduos e grupos em contextos particulares.
34. 4. Diferenciação de Abordagens Críticas: O foco do CSS na emancipação diferencia esta abordagem de outras teorias críticas de segurança, mas também atrai críticas sobre a definição de emancipação, a ênfase no indivíduo e a intersecção entre emancipação e segurança. vo mapa mental