1. Letramento da Escrita
1.1. ROJO, R. H.; MOURA, E. Letramentos, mídias e linguagens. São Paulo: Parábola, 2019. (p. 11-27)
1.1.1. Os autores argumentam que "o letramento envolve um conjunto de c apacidades de agir em contextos diversos, na interação entre texto e sociedade" (Rojo & Moura, 2019, p. 15). Isso significa que a escrita não é apenas uma habilidade isolada, mas uma prática social que requer entendimento de normas, contextos e audiências. Com isso, os letramentos contemporâneos incluem a habilidade de transitar por gêneros multimodais, que integram linguagens verbais, visuais e digitais, promovendo uma ampliação das formas de expressão e comunicação.
2. Letramento X Alfabetização
2.1. KLEIMAN, A. B. Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola. In: KLEIMAN, A. Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas: Mercado de Letras, 1995. (p. 15-57).
2.1.1. Alfabetização : Alfabetização, de forma simples, refere-se a uma técnica de escrita dentro de um sistema alfabético. É o processo inicial da aprendizagem em que são desenvolvidas as principais habilidades para leitura e escrita. Tem como objetivo a compreensão do sistema de escrita da língua, construindo através dela, a base para a leitura, o reconhecimento dos fonemas (letras e sons) e a formação de palavras. Kleiman afirma que "a alfabetização é uma das práticas de letramento que faz parte do conjunto de práticas sociais de uso da escrita da instituição escolar" (KLEIMAN, 2005, p. 12)
2.1.2. Letramento - Letramento, de forma genérica, refere-se a forma de conhecer os impactos que o texto escrito tem para um determinado grupo social. Kleiman afirma que “Letramento” é um conceito criado para referir-se aos usos da língua escrita não somente na escola, mas em todo lugar. Porque a escrita está por todos os lados, fazendo parte da paisagem cotidiana" (KLEIMAN, 2005, p. 5).
3. **Eventos e Práticas**
3.1. KLEIMAN, A. B. Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola. In: KLEIMAN, A. Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas: Mercado de Letras, 1995. (p. 15-57).
3.1.1. Um evento de letramento é uma situação em que a escrita e a leitura são utilizadas de forma significativa e contextualizada, envolvendo a interação entre os participantes e a compreensão de textos. Kleiman define um evento de letramento como "ocasião em que a fala se organiza ao redor de textos escritos e livros, envolvendo a sua compreensão" (KLEIMAN, 2005, p. 23).
3.1.2. As práticas de letramento referem-se ao conjunto de atividades e habilidades que envolvem a leitura e a escrita. O letramento vai além de decifrar palavras; envolve capacidade de interpretar, criticar e utilizar a escrita de forma eficaz nas diversas situações da vida cotidiana. Alguns pontos sobre práticas de letramento:
4. Introdução ao conceito de Letramento
4.1. KLEIMAN, A. B. Preciso “ensinar” o letramento? Não basta ensinar a ler e escrever? Campinas: CEFIEL/UNICAMP, 2005. (p. 5-32).
4.1.1. Segundo Kleiman (2005), o letramento é um conceito que se refere aos usos da língua escrita em diversas práticas sociais, não se limitando apenas ao contexto escolar. Ele é visto como um processo sociocultural que envolve a interação do indivíduo com a escrita em diferentes esferas da vida. Kleiman afirma que "letramento é um conceito criado para referir-se aos usos da língua escrita não somente na escola, mas em todo lugar" (KLEIMAN, 2005, p. 5). Isso implica que o letramento é uma prática que se desenvolve em contextos variados e que é influenciado pelas experiências e interações sociais do indivíduo.
4.2. SOARES, M. B. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: CEALE/Autêntica, 1998. (14-59)
4.2.1. Madga Soares afirma que "Letramento é, pois, o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever: o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita" (SOARES, 1998, p. 19). Dessa forma, letramento não é somente o simples domínio da escrita e da leitura, mas, também, o uso dessas habilidades no contexto social para refletir criticamente sobre o assunto lido ou escrito.
5. **Multiletramentos**
5.1. KALANTZIS, M.; COPE, B.; PINHEIRO, P. Letramentos. Campinas: Editora Unicamp, 2020. (p. 35-68)
5.1.1. O multiletramento refere-se à capacidade de identificar, interpretar, criar e comunicar significado por meio de uma variedade de formas de comunicação, como a visual, oral, corporal, musical e alfabética. (Faz, educação e tecnologia) Os multiletramentos, conceito cunhado pelo Grupo de Nova Londres (GNL ou NLG) em seu manifesto de 1996, é uma perspectiva de letramento que considera a multiplicidade de linguagens (visual, verbal, sonora, espacial…) e a de culturas. Em 1996, os autores fazem referência aos modos linguístico, sonoro, visual, gestual e espacial, considerando-os em relação aos designs. Em 2009, Cope e Kalantzis vão listar o escrito, oral, visual, sonoro, tátil, gestual, emocional e espacial, em termos de representações, sendo a sinestesia tangencialmente inserida no âmbito das multimodalidades. (Tecle, Unicamp).
6. Práticas Dominantes e Práticas Vernáculas
6.1. BARTON, D.; LEE, C. Linguagem online, textos e práticas digitais. São Paulo: Parábola, 2015. (p. 183-202)
6.1.1. As práticas de letramento dominantes referem-se a formas de ler e escrever que são amplamente valorizadas e institucionalizadas em uma sociedade. Dentro desse contexto, o letramento dominante tende a refletir os interesses e valores das classes e grupos sociais que detêm maior poder e controle sobre os meios de produção e transmissão do conhecimento. Segundo os autores, "as práticas de letramento digital são muitas vezes fluidas e colaborativas, distanciando-se das práticas mais estáticas e individualizadas dos letramentos dominantes" (Barton & Lee, 2015, p. 190).
6.2. KALMAN, J. Querido Santo Antônio: escrita vernácula e instabilidade social. In: MARINHO. M.; CARVALHO, G. T. Cultura escrita e letramento. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010. (p. 125-155).
6.2.1. As práticas de letramentos vernáculas podem ser entendidas como práticas privadas e informais que resultam na aprendizagem relevante para as pessoas que as utilizam. São práticas flexíveis, livres, desprestigiadas e, por vezes, criticadas diferentemente das prâticas acadêmicas que se organizam por meio de um curriculo institucional nigido e formal. Assim como afirma Kalman que "a noção de que existem formas vernáculas da leitura e da escrita se fundamenta em uma longa tradição de pesquisa, que demonstrou que a lectoescrita, longe de ser uma ação unitária, é uma coleção de usos da língua escrita com diversos propósitos comunicativos." (KALMAN, 2012, p. 22)