Desenvolvimento psicossocial segundo Freud, Erikson, Piaget e Vygotsky

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Desenvolvimento psicossocial segundo Freud, Erikson, Piaget e Vygotsky por Mind Map: Desenvolvimento psicossocial segundo Freud, Erikson, Piaget e Vygotsky

1. Freud apresentou um modelo de desenvolvimento psicossocial que pode ser compreendido em termos de como o sujeito adquire e estrutura seu conhecimento de si mesmo, do mundo e das relações interpessoais. Isso ocorre, segundo Freud, principalmente através das fases do desenvolvimento psicossexual.

1.1. Fase Oral (do nascimento até 1 ano e meio) Zona erógena: Boca (amamentação, sucção, mordida). Aprendizado e conhecimento: O bebê começa a experimentar o mundo por meio da boca, sendo esta a principal fonte de prazer e interação. A relação com a mãe (ou cuidador) é central para o desenvolvimento de confiança e segurança. Consequências: Uma fixação nessa fase pode levar a traços como dependência ou hábitos orais (fumar, roer unhas).

1.1.1. Fase Anal (1 ano e meio até 3 anos) Zona erógena: Ânus (controle das funções excretoras). Aprendizado e conhecimento: A criança desenvolve a noção de controle e autonomia, especialmente em relação ao treinamento esfincteriano. Essa fase ensina disciplina, ordem e o equilíbrio entre controle e expressão. Consequências: Fixações podem gerar personalidades excessivamente controladoras (personalidade anal retentiva) ou desleixadas (anal expulsiva).

1.1.1.1. Fase Fálica (3 a 6 anos) Zona erógena: Genitais. Aprendizado e conhecimento: Surge a curiosidade sobre o próprio corpo e o dos outros. É aqui que Freud introduz o Complexo de Édipo: a criança se identifica com o genitor do mesmo sexo e desenvolve sentimentos ambivalentes em relação ao genitor do sexo oposto. Consequências: A resolução saudável do Complexo de Édipo leva à identificação e internalização das normas culturais e morais (formação do superego).

1.1.1.1.1. Fase de Latência (6 anos até a puberdade) Zona erógena: Nenhuma específica (a energia libidinal está "reprimida"). Aprendizado e conhecimento: A criança direciona sua energia para atividades sociais, escolares e criativas. Este é um período de aprendizado intelectual e formação de habilidades sociais. Consequências: É uma fase de preparação para o desenvolvimento posterior, com poucos conflitos conscientes.

2. Piaget ropôs uma teoria do desenvolvimento cognitivo que descreve como os seres humanos adquirem, constroem e organizam o conhecimento ao longo da vida. Sua abordagem se concentra nas transformações qualitativas do pensamento, dividindo o desenvolvimento em quatro estágios principais, baseados na interação entre o indivíduo e o ambiente.

2.1. Estágio Sensório-Motor (0 a 2 anos) Características principais: O conhecimento do mundo é adquirido através dos sentidos (visão, audição, toque) e ações motoras (pegar, explorar, manipular). A criança aprende por tentativa e erro, desenvolvendo esquemas básicos de causa e efeito. Habilidades desenvolvidas: Permanência do objeto: Entender que os objetos continuam a existir mesmo quando não estão visíveis. Coordenação sensório-motora: Combinação de percepções sensoriais e movimentos motores para explorar o ambiente. Exemplo: Um bebê aprende que, ao sacudir um chocalho, ele produz som.

2.1.1. Estágio Pré-Operatório (2 a 7 anos) Características principais: O pensamento é simbólico, e a criança começa a usar palavras, imagens e desenhos para representar objetos e ideias. No entanto, o pensamento ainda é egocêntrico e centrado em um único aspecto da situação. Habilidades desenvolvidas: Função simbólica: Uso de símbolos (como palavras e imagens) para representar objetos e ações. Egocentrismo: Dificuldade em ver as coisas do ponto de vista dos outros. Pensamento animista: Tendência a atribuir vida e intenções a objetos inanimados. Exemplo: Uma criança pode acreditar que a lua "a segue" quando ela caminha.

2.1.1.1. Estágio das Operações Concretas (7 a 11 anos) Características principais: O pensamento torna-se mais lógico e organizado, mas ainda está limitado a situações concretas e tangíveis. A criança começa a resolver problemas práticos e compreende conceitos de conservação. Habilidades desenvolvidas: Conservação: Entender que as propriedades de um objeto (quantidade, volume, número) permanecem as mesmas, mesmo que sua forma ou disposição mude. Classificação e seriação: Capacidade de organizar objetos em categorias e em ordem sequencial. Descentralização: Capacidade de considerar múltiplos aspectos de uma situação. Exemplo: Uma criança entende que, ao dividir uma barra de chocolate em pedaços menores, a quantidade de chocolate não muda.

2.1.1.1.1. Estágio das Operações Formais (12 anos em diante) Características principais: O pensamento abstrato e hipotético emerge. O indivíduo é capaz de resolver problemas complexos e testar hipóteses de maneira sistemática. Há um raciocínio mais flexível e orientado para o futuro. Habilidades desenvolvidas: Raciocínio abstrato: Capacidade de pensar em conceitos não concretos, como justiça e liberdade. Raciocínio hipotético-dedutivo: Desenvolver hipóteses e testá-las de forma lógica. Metacognição: Pensar sobre o próprio pensamento, avaliando estratégias cognitivas. Exemplo: Um adolescente consegue analisar diferentes estratégias para resolver um problema matemático e escolher a mais eficiente.

3. Vygotsky desenvolveu uma teoria sociocultural do desenvolvimento que destaca o papel central da interação social e da cultura no aprendizado e no crescimento cognitivo. Segundo ele, o desenvolvimento humano ocorre por meio da mediação de ferramentas culturais, principalmente a linguagem, e se dá em um contexto social dinâmico.

3.1. Interação Social como Base do Desenvolvimento: Para Vygotsky, o desenvolvimento cognitivo ocorre primeiro no nível social (entre pessoas) e depois no nível individual (dentro da mente). A aprendizagem é mediada por interações com pessoas mais experientes, como pais, professores ou colegas.

3.1.1. Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP): A ZDP é o espaço entre o que a criança consegue fazer sozinha (nível de desenvolvimento real) e o que ela pode alcançar com ajuda (nível de desenvolvimento potencial). As interações sociais fornecem suporte, ou andaimagem, permitindo à criança realizar tarefas dentro dessa zona até que ela possa fazê-las de forma independente.

3.1.1.1. Mediação e Ferramentas Culturais: O aprendizado é mediado por ferramentas culturais, como a linguagem, símbolos e tecnologias. A linguagem, em particular, desempenha um papel crucial, pois é tanto um meio de comunicação quanto uma ferramenta de pensamento.

3.1.1.1.1. Linguagem e Pensamento: Vygotsky argumenta que a linguagem é inicialmente usada para comunicação social, mas gradualmente se torna internalizada como "fala interna," formando a base do pensamento lógico e da autorregulação. A transição da fala externa (para os outros) para a fala interna (para si mesmo) reflete o desenvolvimento cognitivo.

4. Erikson desenvolveu a teoria do desenvolvimento psicossocial, que descreve o crescimento humano como um processo contínuo de interação entre a personalidade e o ambiente social ao longo da vida. Ele ampliou as ideias de Freud, focando não apenas no desenvolvimento infantil, mas também no ciclo vital completo, desde a infância até a velhice. Segundo Erikson, o desenvolvimento ocorre em oito estágios psicossociais, cada um com um conflito ou crise central que o indivíduo precisa resolver para avançar saudavelmente para o próximo estágio.

4.1. Confiança x Desconfiança (0 a 1 ano e meio) Questão central: "Posso confiar nos outros?" Descrição: O bebê desenvolve um senso de confiança (ou desconfiança) em relação ao mundo, baseado em como suas necessidades básicas (alimentação, conforto, segurança) são atendidas pelos cuidadores. Resolução positiva: Confiança e segurança básica em si mesmo e no ambiente. Resolução negativa: Desconfiança e insegurança em relação ao mundo. Exemplo: Um bebê que recebe atenção constante e cuidado aprende que o mundo é um lugar confiável.

4.1.1. Autonomia x Vergonha e Dúvida (1 ano e meio a 3 anos) Questão central: "Posso agir de forma independente?" Descrição: Nesta fase, a criança começa a explorar sua independência, como andar e escolher. Os cuidadores devem apoiar essa autonomia sem serem muito controladores. Resolução positiva: Confiança em suas habilidades e independência. Resolução negativa: Vergonha e dúvida sobre suas próprias capacidades. Exemplo: Uma criança que é encorajada a tentar vestir-se sozinha, mesmo que cometa erros, desenvolve autoconfiança.

4.1.1.1. Iniciativa x Culpa (3 a 6 anos) Questão central: "Sou capaz de agir de forma propositada?" Descrição: A criança começa a planejar e executar atividades por conta própria. Nesse processo, pode enfrentar limitações ou reprimendas, o que influencia sua autoestima. Resolução positiva: Sentimento de iniciativa e liderança. Resolução negativa: Culpa por tentar agir de forma independente. Exemplo: Uma criança que propõe um jogo para os colegas e é encorajada desenvolve senso de iniciativa.

4.1.1.1.1. Indústria x Inferioridade (6 a 12 anos) Questão central: "Sou competente em algo?" Descrição: Nesta fase, a criança busca ser produtiva e sentir-se competente em habilidades sociais e acadêmicas. Comparações com os outros se tornam mais frequentes. Resolução positiva: Orgulho por realizar tarefas e desenvolver habilidades. Resolução negativa: Sentimentos de inferioridade e incompetência. Exemplo: Uma criança que é elogiada por um projeto escolar aprende a sentir-se capaz e orgulhosa.