
1. Tipos de Tecidos
1.1. Granulação
1.1.1. Tecido viável, altamente vascularizado, de cor vermelho vivo, responsável por reconstituir a área lesionada
1.1.1.1. Aparência brilhante e granular. Indica um processo de cicatrização saudável
1.2. Epitelização
1.2.1. Presente na fase final do processo de cicatrização. Tem coloração rosada e, geralmente, surge nas bordas da lesão e se desenvolve para o centro
1.2.1.1. Aparência rosada ou avermelhada. Indica a formação de nova epiderme sobre a ferida
1.3. Desvitalizado
1.3.1. Tecidos com diferentes níveis de morte tecidual, geralmente, composto por necrose ou esfacelo
1.3.1.1. Esfacelo
1.3.1.1.1. Tecido não vascularizado, de coloração amarela ou castanha. Geralmente, fica aderido ao leito da lesão ou bordos da ferida.
1.3.1.2. Necrose
1.3.1.2.1. Quando ocorre a morte tecidual. Apresenta coloração escura (enegrecida) e pode ter consistência mole (necrose úmida) ou dura (necrose seca).
2. Epiderme, derme e estruturas subcutâneas.
2.1. Área esbranquiçada, enegrecida ou amarronzada, pele seca e rígida (aspecto de couro), perda de sensibilidade devido à destruição das terminações nervosas.
2.1.1. Necessidade de intervenção médica urgente, desbridamento, enxertos de pele.
3. Queimaduras
3.1. lesão provocada pelo contato direto com alguma fonte de calor ou frio, produtos químicos, corrente elétrica, radiação, ou mesmo alguns animais e plantas (como larvas, água-viva, urtiga), entre outros.
3.1.1. 1º Grau (Superficial)
3.1.1.1. Apenas derme
3.1.1.1.1. Vermelhidão, dor, sensibilidade ao toque, sem bolhas
3.1.2. 2º Grau (Espessura Parcial)
3.1.2.1. Epiderme e parte da derme
3.1.2.1.1. Vermelhidão intensa, dor forte, presença de bolhas e exsudação. Pode deixar cicatriz
3.1.3. 3º Grau (Espessura Total)
3.1.4. 4º Grau
3.1.4.1. Atinge músculos, tendões e ossos.
3.1.4.1.1. Carbonização do tecido, necrose evidente.
3.2. Regra dos Nove (Estimativa da Área Queimada)
3.2.1. calcular a extensão de uma queimadura no corpo
3.2.1.1. Cabeça e pescoço
3.2.1.1.1. 9%
3.2.1.2. Cada braço inteiro
3.2.1.2.1. 9%
3.2.1.3. Cada perna inteira
3.2.1.3.1. 18%
3.2.1.4. Tronco anterior
3.2.1.4.1. 18%
3.2.1.5. Tronco posterior
3.2.1.5.1. 18%
3.2.1.6. Períneo
3.2.1.6.1. 1%
3.2.2. Exemplo: Se um paciente apresenta queimaduras no tronco anterior e em um braço, a estimativa seria: 18% (tronco anterior) + 9% (braço) = 27% de área corporal queimada.
4. Tipos de coberturas primárias
4.1. Papaína
4.1.1. concentrações acima de 2% é utilizada como desbridante em tecidos necróticos.
4.1.1.1. possui ação bacteriostática e bactericida. Estimula a proliferação celular e realiza desbridamento químico.
4.1.1.1.1. Na concentração de 2% pode ser usada em tecidos de granulação
4.2. Gaze não aderente
4.2.1. geralmente é impregnada com petrolato, mantém o meio úmido e acelera o processo de formação do tecido de granulação
4.2.1.1. Pode ser usada em tecidos de granulação, hipergranulação, bordas e periferia da lesão
4.3. Alginato de cálcio
4.3.1. promove hemostasia e mantém o meio úmido, absorve exsudato, algumas apresentações são utilizadas para preencher cavidades.
4.4. Alginato com prata
4.4.1. possui ação bactericida, tem alta capacidade de absorção, promove hemostasia e mantém o meio úmido, facilitando o processo de cicatrização
4.4.1.1. Pode ser utilizado em feridas exsudativas, infectadas, queimaduras, etc
4.5. Carvão ativado com prata
4.5.1. Pode ser utilizado em feridas infectadas fétidas, tumorais
4.5.1.1. controla o odor da lesão, possui ação bactericida e absorve exsudato
4.5.1.1.1. não deve ser utilizado em áreas de exposição óssea
4.6. Hidrocolóide
4.6.1. mantém o meio úmido, estimula a angiogênese e a autólise, atua como barreira térmica, microbiana e mecânica
4.6.1.1. Não pode ser utilizado como curativo secundário
4.6.1.1.1. Utilizado em feridas pouco exsudativas
4.7. Hidrogel
4.7.1. promove desbridamento autolítico e mantém o meio úmido
4.7.1.1. Ideal para hidratação da ferida, tecidos desvitalizados, queimaduras de 1º e 2º grau.
4.7.1.1.1. Não se deve utilizar nas bordas da lesão pois causa maceração.
4.8. Filme transparente
4.8.1. possui permeabilidade seletiva e pode ser usado como barreira, fixação de cateteres e em feridas secas.
4.8.1.1. Útil para melhor visualização da área
4.9. Sulfadiazina de prata 1%
4.9.1. possui ação bactericida e bacteriostática
4.9.1.1. muito utilizada em queimaduras e feridas infectadas
4.10. Colagenase
4.10.1. realiza desbridamento enzimático e mantém o meio úmido
4.10.1.1. Geralmente utilizada em pacientes que possuem contraindicação a papaína
4.10.1.1.1. ação desbridante degrada também os tecidos viáveis com fatores de crescimento importantes no processo de cicatrização
4.11. Espuma de poliuretano
4.11.1. capacidade de absorção de exsudatos
4.11.1.1. não é aderente
4.11.1.1.1. acelera o processo de cicatrização
4.12. AGE
4.12.1. ácidos graxos essenciais, promove angiogênese e quimiotaxia, mantém o meio úmido favorecendo a granulação
4.12.1.1. usada em tecidos de granulação e em bordas.
5. Feridas traumáticas
5.1. quando existe uma interrupção acidental da continuidade do tecido da pele, associada a uma agressão externa - cortes/incisões, lesões perfurocortantes e abrasões.
6. Na concentração de 2% pode ser usada em tecidos de granulação
7. Ulcerativas
7.1. Estágio I
7.1.1. pele avermelhada, não rompida, mácula eritematosa bem delimitada, atingindo epiderme
7.2. Estágio II
7.2.1. pequenas erosões na epiderme ou ulcerações na derme. Apresenta-se normalmente com abrasão ou bolha;
7.3. Estágio III
7.3.1. Afeta derme e tecido subcutâneo
7.4. Estagio IV
7.4.1. perda total da pele atingindo músculos, tendões e exposição óssea
8. Cirúrgicas
8.1. que podem ser abertas ou fechadas com sutura
9. Tipos de curativos
9.1. Simples
9.1.1. realizado por meio da oclusão com gaze estéril no local da lesão, mantendo-a seca e limpa.
9.2. Oclusivo
9.2.1. realizado na lesão com sua total cobertura, evitando o contato com o meio externo.
9.3. Úmido
9.4. Aberto
9.4.1. limpeza da lesão, mantendo-a exposta ao meio externo
9.5. Compressivo
9.5.1. promove a hemostasia local prevenindo a hemorragia.