1.1. O modelo de Hayes e Flower (1980) - é considerada um subprocesso decomposto em dois processos: Leitura (Reading) e Edição (Editing). O subprocesso de edição é destinado ao exame sistemático e automático de tudo o que o redator põe em texto. Ele se comporta como uma espécie de detector-corretor de diferentes tipos de problemas (violação das convenções de escritura, inadequação de sentido, inadequações em relação aos objetivos perseguidos pelo redator etc.).
1.2. O modelo CDO de Scardamalia e Bereiter (1983) - descreve os componentes e a organização de um subprocesso de produção escrita que, segundo eles, está frequentemente implicado na revisão de um texto: o processo CDO (Compare, Diagnose, Operate). Segundo esse modelo, o subprocesso CDO é comparável a um anel de retroação que se aciona quando uma incompatibilidade é detectada entre duas representações mentais estocadas na memória de longo prazo: a representação do texto já escrito e a representação do texto esperado.
1.3. O modelo de Hayes, Flower, Schriver, Stratman e Carey (1987) - contrariamente ao modelo de Scardamalia e Bereiter (1983), é um modelo especificamente concebido para descrever o processo de revisão no quadro da produção escrita. O processo de revisão propriamente dito é subordinado a um primeiro processo, a Definição da Tarefa (Task Definition), que determina a maneira pela qual o redator se representa a tarefa de revisão. Esse processo produz uma representação, depois conserva-a na memória de longo prazo. Essa representação define o objetivo da revisão, o nível (global ou local) no qual ela presumidamente atua, assim como a estratégia global a adotar para revisar o texto. A definição da tarefa pode ser modificada ou não durante o desenrolar do processo de revisão.
1.4. O modelo de revisão de Hayes (1996) - constitui uma tentativa de melhoramento e de clarificação dos modelos iniciais de Hayes e Flower (1980) e de Hayes et al. (1987). Nesse modelo, os três subprocessos do processo de redação, que estavam representados nos modelos anteriores, a saber, o Planejamento, a Tradução e a Revisão, são substituídos respectivamente pelos processos de Reflexão (Reflection), de Produção de Texto (Text Production) e de Interpretação do Texto (Text Interpretation). Neste novo modelo, o subprocesso de Revisão do modelo anterior é, pois, substituído pelo subprocesso de Interpretação do Texto. Segundo Hayes (1996), a função desse processo é criar representações internas a partir de informações de entradas linguísticas e gráficas. Nesse modelo, a revisão não é mais considerada um subprocesso “composto” implicando os três subprocessos de base, que são a Interpretação do Texto, a Reflexão e a Produção de Texto, sendo o conjunto organizado e conduzido por uma Estrutura de Controle (Control Structure), determinando, ao mesmo tempo, quais subprocessos devem ser ativados e em qual ordem.
2. Um exame da psicologia faz surgir 3 concepções da revisão, são elas:
2.1. Revisão como modificação efetiva levada a um texto - atividade de retorno ao texto, terminando em uma modificação efetiva deste último (modificação em texto já escrito).
2.2. Revisão como componente do processo de escrita visando melhorar o texto escrito - a revisão visa melhorar o texto e consiste num exame sistemático do mesmo a qualquer momento.
2.3. Revisão como componente do controle da produção escrita - a revisão é considerada como um processo composto que é constituído de vários subprocessos que tem como único objetivo melhorar o texto.
3. O processo de redação como processo social, estratégico e dirigido por objetivos (resolve-se o problema textual e preserva-se ao máximo o texto original):
3.1. Pré-escrita ou previsão
3.2. Escritura ou visão
3.3. Reescritura ou revisão
4. Métodos da revisão:
4.1. Estudos dos produtos - descreve precisamente o conjunto das modificações trazidas por um redator a uma versão anterior de um texto redigido por ele ou por outro. As correções efetuadas são categorizadas de acordo com o nível linguístico afetado pela correção (letra, palavra, etc.) e o tipo de correção (acréscimo, supressão, substituição, etc.).
4.2. Análise cronométrica - situa fisicamente e temporalmente os indícios comportamentais recolhidos de maneira a descrever a dinâmica do processo de revisão.
4.3. Método dos protocolos verbais - consiste em pedir a um redator para verbalizar em alta voz tudo o que pensa durante ou depois da revisão de um texto para capturar os conteúdos de sua memória de trabalho. Os dados recolhidos são transcritos e depois analisados.
4.4. Dupla ou tríplice tarefa - o redator possui uma tarefa prioritária (geralmente a tarefa de redação) e a outra tarefa, não prioritária, é chamada de "tarefa secundária" e uma tarefa posterior a essa secundária (dupla), é chamada de "tarefa secundária n° 2" (tríplice).