Processos patológicos do desenvolvimento intrauterinopor Rafaela Andrade
1. Transposição dos grandes vasos (TGA)
1.1. Definição: As artérias do coração tem sua origem invertida, fazendo com que a aorta fique ligada ao ventrículo direito e a artéria pulmonar no esquerdo.
1.2. Consequência: Na TGA, o sangue pobre em oxigênio continua circulando pelo corpo, enquanto o rico continua voltando para os pulmões. Se ha uma abertura grande o suficiente entre os dois átrios, o sangue se mistura, fornecendo oxigênio suficiente para o bebê por um período de dias ou semanas. Alguns tem essa abertura naturalmente, mas para a maioria, o médico deve criá-la dentro das primeiras horas após o nascimento. Cirurgia com o coração aberto para religar a artéria pulmonar e a aorta para os ventrículos de forma adequada, é necessária para o longo prazo, e normalmente é feito alguns dias depois.
2. Comunicação interventricular (CIV)
2.1. Definição: ocorre quando existe um orifício ou "buraquinho" entre as duas câmeras do coração chamadas de ventrículos.
2.2. Consequência da comunicação interventricular: Se a comunicação for pequena provoca ligeira mistura de sangue entre as câmaras e não causa perturbações significativas dinâmica de sangue. Em contraste, um defeito do septo ventricular grande lentamente mas certamente pode levar a um aumento da pressão nos pulmões, à resistência vascular pulmonar, alterações irreversíveis nos vasos sanguíneos pulmonares e, eventualmente, síndrome de Eisenmenger (o fluxo de sangue entre as câmaras era o inverso, da direita para a do ventrículo esquerdo). Defeitos do septo ventricular provoca um sopro cardíaco característico e infecções recorrentes do sistema respiratório superior.
3. Persistência do ducto arterioso
3.1. Definição: é um defeito cardíaco congênito mais comum em prematuros, acusada por uma falha no fechamento do canal que liga a artéria pulmonar à aorta no período do nascimento.
3.2. Principais consequências: sobrecarga do ventrículo esquerdo, resultante do processo de dilatação e hipertrofia ventricular esquerda. Consequentemente ocorrerá distensão do anel da valva atrioventricular esquerda, causando regurgitação. Fibrilação pode acontecer como sequela da dilatação atrial esquerda. Quando o canal é moderado a grande, havendo retorno do sangue da esquerda para a direita, os sintomas podem ser rouquidão, tosse, infecção respiratória, atelectasia ou pneumonia, também pode apresentar dispneia e dificuldade de ganhar peso.
4. Tetralogia de Fallot
4.1. Defeito do septo inter-ventricular (DSV): uma comunicação entre os ventrículos esquerdo e direito (CIV). Centralizado na região superior do septo ventricular. Geralmente a CIV é única e ampla.
4.2. Dextroposição da aorta: O arco aórtico é voltado para a direita, cavalgando o septo em até 50%, dessa forma a válvula aórtica tem conexão biventricular, localizada no defeito do septo ventricular.
4.3. Hipertrofia ventricular: O ventrículo direito possui mais músculos do que o normal, causada pela obstrução da via de saída do ventrículo direito.
5. Coarctação da Aorta
5.1. Definição: A Coarctação de Aorta é um estreitamento que ocorre na aorta.
5.2. Na Coarctação de aorta, encontra-se um estreitamento da aorta em sua porção torácica descendente. Com isto ocorre dificuldade de passagem do sangue por este estreitamento, causando aumento da pressão nas artérias do cérebro e braços e diminuição da pressão nas víceras e pernas. Principalmente em recém-nascidos, a presença de Coarctação de Aorta pode ser danosa devido ao baixo fluxo de sangue para os órgãos abdominais e membro inferiores.
6. Comunicação interatrial (CIA)
6.1. Definição: ocorre quando existe um orifício entre duas câmeras do coração chamadas de átrios (esquerdo e direito).
6.2. Consequência: Nesta ocasião o sangue oxigenado que está no átrio esquerdo passa para o átrio direito misturando-se sangue rico em oxigênio com o sangue pobre em oxigênio que irá para os pulmões. Com isto existe um aumento na quantidade de sangue (hiperfluxo) para os pulmões.