1. Podemos definir a seleção natural como o processo em que o indivíduo mais apto a viver em determinado meio sobrevive, reproduz-se e passa suas características aos seus descendentes. Esse processo é um importante mecanismo de evolução, uma vez que essa seleção faz com que características sejam mantidas e aumenta a frequência delas, podendo levar até mesmo ao surgimento de uma nova espécie. A seleção natural pode ocorrer de diferentes formas, sendo classificada em três tipos: seleção direcional, estabilizadora ou disruptiva.
2. Seleção Direcional
2.1. → Seleção direcional
2.2. A seleção direcional é o tipo de seleção natural em que um fenótipo extremo é favorecido e tem sua frequência aumentada na população. É o tipo de seleção que provoca mudanças mais rapidamente que as outras, sendo o tipo mais usado nas seleções artificiais.
2.3. Um exemplo de seleção direcional pode ser observado em salmões que vivem no noroeste do Pacífico. Eles têm apresentado uma redução em seu tamanho nos últimos anos por causa do aumento da pesca com rede na região. Esse tipo de pesca acaba selecionando indivíduos maiores, o que fez com que os menores apresentassem vantagem sobre os outros, uma vez que não eram capturados. Com o tempo, observou-se uma redução no tamanho médio desses peixes.
3. Seleção Estabilizadora
3.1. → Seleção estabilizadora
3.2. A seleção estabilizadora é o tipo mais comum de seleção natural nas populações atuais. Como o nome sugere, ela seleciona os organismos com fenótipo intermediário. Isso quer dizer que indivíduos muito fora da média (extremos) são eliminados.
3.3. Um exemplo de seleção estabilizadora ocorre em algumas regiões africanas, onde se observa a presença de um alelo recessivo (s) que determina a anemia falciforme, uma doença relativamente grave. Apesar de grave, muitas pessoas apresentam o gene, entretanto, em heterozigose (Ss). A permanência desse gene é importante porque confere proteção contra a malária, uma doença comum em certas regiões africanas. Nesse caso, portanto, a seleção natural privilegiou a permanência do gene em heterozigose, diminuindo a frequência do gene em homozigose (SS e ss)
4. Seleção Disruptiva
4.1. → Seleção disruptiva
4.2. A seleção disruptiva é aquela em que os extremos são favorecidos e os organismos intermediários são eliminados. Um exemplo desse tipo de seleção pode ser observado em alguns tentilhões africanos que são adaptados a comer sementes. Eles variam em tamanho (grandes, médios e pequenos), mas as formas intermediárias são pouco observadas. Isso ocorre porque existem sementes que variam em dureza. Os tentilhões maiores conseguem alimentar-se de sementes duras, e os menores alimentam-se de sementes macias.
5. Seleção Sexual
5.1. Darwin definiu a seleção sexual como a "luta entre indivíduos de um sexo, geralmente os machos, pela posse do outro sexo". Em 1858, a teoria da evolução por seleção natural foi publicada pelos manuscritos de Darwin e Wallace. Darwin separava os aspectos "sobrevivência" e "reprodução" no processo de seleção natural. Chamou de "Seleção Sexual" o processo de escolha de características morfológicas e comportamentais que levavam ao cruzamento bem sucedido, distinguindo-a da seleção natural. A seleção sexual é responsável, então, pela evolução de características que dão aos organismos vantagens reprodutiva, em contraste com as vantagens de sobrevivência. Assim, pode-se explicar por que alguns traços, como ornamentos coloridos em pássaros ou plumagens coloridas da cauda de pavões, são preferidos pelas fêmeas, apesar de não indicarem nenhuma vantagem adaptativa para a sobrevivência. A seleção natural por si só teria excluído tais características, se não fossem de alguma forma importantes.
6. Coevolução
6.1. A coevolução tem como uma de suas definições a de processo onde ocorre a evolução simultânea de duas ou mais espécies que têm um relacionamento ecológico próximo. Charles Darwin já havia mencionado sobre as interações evolutivas entre plantas e insetos em sua obra a origem das espécies, porém o termo coevolução foi utilizado pela primeira vez por Paul Ehrlich e Peter H. Raven na descrição sobre influências que plantas e insetos herbívoros têm sobre a evolução um do outro. Eles notaram que os compostos secundários produzidos por uma planta determinam o uso desta planta como alimento por borboletas. Dessa forma, a diversidade de plantas e dos compostos secundários produzidos por elas contribuem para a diversificação de borboletas e vice-versa