1. “Até recentemente, o ensino de produção de textos era feito como um procedimento único e global, como se todos os tipos de texto fossem iguais e não apresentassem determinadas dificuldades e, por isso, não exigissem aprendizagens específicas” (SILVA, 2010, p. 72).
2. Marcuschi sai em defesa dos gêneros textuais diretamente ligadas ao ensino. “Ele afirma que o trabalho com o gênero é uma grande oportunidade de se lidar com a língua em seus mais diversos usos autênticos no dia a dia” (SILVA, 2010, p. 71).
3. “[Marcuschi] Cita os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1998), dizendo que apresentam a ideia básica de que um maior conhecimento do funcionamento dos gêneros textuais é importante para a produção e para a compreensão de textos” (SILVA, 2010, p. 71).
4. “[Marcuschi] afirma que é possível a identificação de gêneros com dificuldades progressivas, do nível menos formal ao mais formal, do mais privado ao mais público e assim por diante. Os gêneros devem passar por um processo de progressão, conforme sugerem Dolz & Schneuwly (2004)” (SILVA, 2010, p. 71).
5. A concepção que fundamenta o ensino na narração, descrição e dissertação “guarda em si uma visão equivocada de que narrar e descrever seriam ações mais ‘fáceis’ do que dissertar, ou mais adequadas à faixa etária, razão pela qual esta última tenha sido reservada às séries terminais – tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio” (SILVA, 2010, p. 72).
6. “Schneuwly (1991 apud DOLZ & SCHNEUWLY, p. 77, 2004) mostrou que as tipologias sofrem de limitações consideráveis, por mais que tenham trazido importantes conhecimentos sobre o funcionamento da linguagem. Para o autor, o objeto das tipologias não é o texto e nem o gênero do qual todo texto é um exemplar” (SILVA, 2010, p. 72)
7. “Pensamos que o ensino-aprendizagem de leitura, compreensão e produção de texto pela perspectiva dos gêneros reposiciona o verdadeiro papel do professor de Língua Materna hoje, não mais visto aqui como um especialista em textos literários ou científicos, distantes da realidade e da prática textual do aluno, mas como um especialista nas diferentes modalidades textuais, orais e escritas, de uso social” (SILVA, 2010, p. 73).
8. “(...) abordando os gêneros, a escola estaria dando ao aluno a oportunidade de se apropriar devidamente de diferentes gêneros textuais socialmente utilizados, sabendo movimentar-se no dia-a-dia da interação humana, percebendo que o exercício da linguagem será o lugar da sua constituição como sujeito” (SILVA, 2010, p. 73).