
1. ■ Nasceu em Genebra em 25 de junho de 1907.
1.1. ■ Com 4 anos mudou-se para o Chaco (nordeste da República Argentina): cultura Guarani.
1.1.1. ■ Dois mundos diferentes: Desenvolveu um tipo de pensamento que tende a associar o dissociado, que valoriza o contraste, o heterogêneo, o diferente, um pensamento que lhe permite descobrir relações e nexos onde, à primeira vista, essas relações não existem.
2. ■ A integração das duas culturas lhe permitiu o desenvolvimento de um pensamento aberto, dialético, não preconceituoso, não autoritário ou etnocêntrico, sendo-lhe de grande importância na compreensão do doente mental.
2.1. ■ No fim dos anos 30, já formado em psiquiatria e psicanálise, trabalhou como psiquiatra no “hospício de las Mercedes”
2.2. ■ A partir destas vivências desenvolveu um método de trabalho e aprendizagem instrumentado pelo contraste e pela contradição, pela heterogeneidade de contribuições e interpretações do real, o que serviu de base à técnica de grupo operativo.
3. ■ No grupo operativo e através da tarefa, o múltiplo, o heterogêneo, o divergente podem integrar-se numa síntese multiforme que enriquece cada um dos integrantes.
3.1. ■ A partir dos diferentes enfoques, das perspectivas trazidas pelos integrantes em sua heterogeneidade, o objeto de conhecimento vai se enriquecendo.
3.1.1. ■ Sua pratica hospitalar lhe permitiu investigar as causas sociais da enfermidade mental, os fenômenos da transculturação, da perda do habitat como desestruturação de vínculos internos, como sério ataque à identidade.
4. ■ Propôs uma psicologia que aborde “o homem concreto em suas condições concretas de existência”, entendendo que essas condições concretas cumprem um papel fundamental na configuração e nas vicissitudes do psiquismo.
4.1. ■ Transformou-se em um estudioso da estrutura familiar, institucional e da ordem social, num indagador do quotidiano. A sua prática hospitalar o leva a reconsiderar os métodos de cura, a criar técnicas grupais que permitam ao paciente assumir um papel de protagonista na aprendizagem da realidade, recuperando suas potencialidades, sua história, sua cultura e identidade.
4.1.1. ■ Segundo ele, a doença mental consiste num transtorno da aprendizagem da realidade. “Quanto mais repetitiva é uma conduta, mais doente está o sujeito”.
5. ■ Define o sujeito como síntese ativa de suas relações sociais, como sujeito da práxis. ■ Desenvolveu uma metodologia destinada a trabalhar sobre os obstáculos que emergem na relação do sujeito e o mundo, vínculo pelo qual se dá a aprendizagem.
5.1. ■ Sua técnica de grupo operativo alicerça a proposta de aprender a aprender ou aprender a pensar integrando estruturas afetivas, conceituais e de ação, isto é, o sentir, o pensar e o fazer no processo cognitivo.
6. ■ Cada um recupera seu próprio saber e experiência e o saber e a experiência do outro, todos são protagonistas e todos são filhos de sua própria aprendizagem.
6.1. ■ O saber produzido no grupo circula rompendo com a questão de que alguém supostamente sabe e ensina e outro que supostamente ignora e aprende.
6.1.1. ■ O grupo é o instrumento de cura.
6.1.2. ■ É o social que vai determinar o homem.
6.1.3. ■ Todo encontro é um reencontro.
6.1.4. ■ Para Pichon nós não somos, nós estamos.
6.1.5. ■ Até o concreto é flexível.
7. ■ Aprender a aprender ou aprender a pensar implica na transformação de um pensamento linear, lógico-formal num pensamento dialético que visualize as contradições no interior dos fenômenos e as múltiplas interconexões do real.
7.1. ■ Tenciona-se então uma passagem da dependência à autonomia, da passividade à ação protagonista, da rivalidade à cooperação.
7.1.1. ■ Tal aprendizagem não ocorre sem um custo emocional, para o qual o enquadramento do grupo operativo tenta oferecer um âmbito de continência e de elaboração.
8. ■ Para Pichon precisa ser uma técnica grupal porque o grupo é um sistema de relações destinadas a satisfazer as necessidades de seus integrantes.
8.1. ■ Não há vínculo nem grupo sem um fazer, sem uma tarefa, seja explícita ou implícita, consciente ou inconsciente.
8.1.1. ■ Esta tarefa implica num fazer e num refletir criticamente acerca deste fazer e das relações que se vão estabelecendo em função do objetivo proposto.