A parte maldita do desempenho

1. Gera lucro financeiro, melhora e cria novos produtos, otimiza a organização do trabalho e o gerenciamento dos homens e favorece a autonomia, a iniciativa, a eficiência e a comunicação.

1.1. Mas se o desempenho é medido apenas como metro de lucratividade financeira ele deixa na sombra repercussões sociais e humanas.

1.1.1. A cultura do desempenho justifica práticas de gerenciamento, cuja brutalidade nada deixa a invejar as práticas mais repressivas do poder disciplinar.

2. "Somos muitos, custamos demasiadamente caros".

2.1. Essa abordagem abstrata permite por de lado as violências e os sofrimentos que as demissões geram.

2.1.1. Perturbações psíquicas, dermatológicas, cardiovasculares, comportamentais.

2.1.1.1. Os planos sociais focam nos aspectos financeiros e administrativos e esquecem as pessoas . As negociações se orientam para procedimentos técnicos de medidas de reclassificação e tomam a forma contábil de indenizações.

3. Degradação das condições de Trabalho

3.1. Doenças profissionais, acidentes de trabalho, aumento da dependência de ordens.

3.1.1. Expressão da ambiguidade da modernização: discurso que assimila a flexibilidade à liberdade e práticas que intensificam os controles, as prescrições e as exigências.

4. A violência dos inocentes

4.1. A negação da realidade apresentada como uma conseqüência da racionalidade econômica gera nos trabalhadores um sentimento de aniquilação e incapacidade de se defender.

5. As violências inocentes se dissimulam por trás do pára-vento de orientações estratégicas.

6. A Modernização leva a minar os fundamentos do progresso, pondo em questão os direitos sociais ligados ao trabalho.

7. A “modernização” apresenta-se como a passagem de um mundo com regra do jogo conhecidas para aceitar viver na adaptabilidade e na insegurança.