História Natural da doença relacionada a epidemiologia e aos níveis de prevenção

1. História Natural da doença:

1.1. -Curso da doença sem intervenção, ou seja, o modo próprio de evoluir que tem toda doença ou processo, quando se deixa seguir seu próprio curso. O processo tem como início a exposição de um hospedeiro suscetível a um agente causal e o seu fim com a recuperação, deficiência ou óbito;

1.2. -Períodos do modelo com base nas prevenções de Leavell e Clark:

1.2.1. -> Pré- Patogênico: interação ente o hospedeiro, agente e ambiente (antes da doença). Envolve os condicionamentos sociais e ambientais e, também, fatores próprios do suscetível, até que chegue a uma configuração favorável à instalação da doença.

1.2.2. ->Patogênico: mudanças realizadas no hospedeiro após realizado o estímulo efetivado. Desenvolve nos seguintes estágios:

1.2.2.1. Interação estímulo-hospedeiro: nessa etapa a doença ainda não tomou desenvoltura, porém todos os fatores para que isso ocorra estão presentes;

1.2.2.2. Patogênese precoce: a doença já está implantada no organismo afetado, embora não ocorra manifestações clínicas, já existem alterações perceptíveis;

1.2.2.3. Doença precoce discernível: acima do horizonte clínico os sinais iniciais da doença tornam-se nítidos e se transformam em sintomas;

1.2.2.4. Doença avançada: a evolução clínica da doença pode progredir até o estado de cronicidade ou conduzir o doente a um dado nível de incapacidade física por tempo invariável, podendo geral a invalidez permanente ou a morte;

1.2.3. ->Horizonte Clínico: marca o momento que a doença é aparentemente clínica

1.3. -A História Natural da doença possui desenvolvimento em dois períodos sequenciado: o período epidemiológico, em que o interesse é dirigido para as relações suscetível-ambiente e o período patológico que interessa as modificações que se passam no organismo vivo;

1.4. -É descrito a História Natural de várias doenças, tanto transmissíveis como não transmissíveis, agudas ou crônicas;

1.5. -Nas doenças transmissíveis, o período de latência é o tempo que transcorre desde a infecção até que a pessoa se torne infectado, já o período de incubação é o tempo que transcorre desde a infecção até a apresentação de sintomas;

2. Medicina baseada em evidências

2.1. Na Medicina Baseada em Evidências (MBE), as dúvidas que surgem ao resolver problemas de pacientes são os principais estímulos para que se procure atualizar os conhecimentos;

2.2. A MBE deve ser vista como a integração da experiência clínica com a capacidade de analisar e aplicar racionalmente a informação científica ao cuidar de pacientes;

2.3. Concretiza-se como rearranjo entre a bioestatística, informática biomédica e epidemiologia clínica;

2.4. Competências da MBE:

2.4.1. 1. Identificar os problemas relevantes do paciente;

2.4.2. 2. Converter os problemas em questões que conduzem às respostas necessárias;

2.4.3. 3. Pesquisar eficientemente as fontes de informação;

2.4.4. 4. Avaliar a qualidade da informação e a força de evidência, favorecendo ou negando o valor de uma determinada conduta;

2.4.5. 5. Chegar a ma conclusão correta quanto ao significado da informação;

2.4.6. 6. Aplicar as conclusões dessa avaliação na melhoria dos cuidados prestados aos pacientes;

2.5. Níveis da MBE:

2.5.1. Nível 1- Revisão sistemática e metanálise: é o mais alto nível de evidência de efetividade, realizada mediante a análises de artigos científicos sobre determinado tema.

2.5.2. Nível 2- Ensaio Clínico Randomizado Mega Trial: estudo comparativo entre dois grupos de pacientes, distribuídos aleatoriamente, submetidos a diferentes tratamento para a mesma moléstia.

2.5.3. Nível 3- Ensaio Clínico Randomizado com baixo número de pacientes. De nada destoa do nível 2 de evidência, mas o número reduzido de pacientes deve ser levado em consideração no grau de evidência encia do resultado apresentado.

2.5.4. Nível 4- Estudos Observacionais de Coorte: estudo observacional de pacientes que possuem características semelhantes

2.5.5. Nível 5- Estudo de Caso Controle: estudo observacional onde os pacientes que possuem determinado desfecho são comparados com pacientes sem esse desfecho para tentar determinar os fatores que possam ter causado essa diferença entre os dois grupos.

2.5.6. Nível 6- Estudo de Série de Casos ou Consecutivos: diversos casos com vários pacientes que possui como fim informar um aspecto novo ou não amplamente conhecido de uma doença ou terapia.

2.5.7. Nível 7- Opinião de Especialistas

3. Níveis de Prevenção:

3.1. A prevenção em saude exige uma ação antecipada, baseada no conhecimento da História Natural da Doença a fim de tornar improvável o progresso posterior da doença (Leavell e Clark, 1976);

3.2. -Prevenção Primária: promoção da saúde e proteção específica;

3.2.1. Inclui o conjunto de atividades que visam evitar ou remover a exposição de um indivíduo ou de uma população a um fator de risco ou causal antes que se desenvolva uma mecanismo patológico. Inclui a imunização que visa aumentar a resistência do hospedeiro a um determinado microorganismo.

3.2.1.1. Está presente no período de Pré-patogenose da História Natural da Doença.

3.3. -Prevenção Secundária: diagnóstico e tratamento precoce;

3.3.1. Tem como finalidade a detecção de um problema de saúde em uma fase precoce. Isto pressupõe, entre outros, o conhecimento da Historia Natural da Doença para evidenciar o período de detecção precoce da enfermidade.

3.3.1.1. Está presente no período Patogênico do modelo de História Natural da Doença.

3.4. Prevenção Terciária: reabilitação

3.4.1. Impedir a incapacidade total

3.4.1.1. Também presente no período de Patogênese da História Natural da Doença.