Rotina de Avaliação do Estado Mental

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Rotina de Avaliação do Estado Mental por Mind Map: Rotina de Avaliação   do Estado Mental

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1.1. FUNÇÕES MENTAIS

1.1.1. AFETIVIDADE e HUMOR

1.1.1.1. Conceito; Avaliação; Alterações; Transtornos.

1.1.1.1.1. CONCEITO: É a experiência imediata e subjetiva das emoções sentidas pelo paciente em relação ao que o cerca, abrangendo desde sentimentos em relação a pessoas e ambientes até lembranças de fatos, situações, ou pessoas do passado, bem como expectativas sobre o futuro.

1.1.1.1.2. AVALIAÇÃO: A avaliação da afetividade e do humor é feita ao longo da entrevista, observando-se a expressão facial do paciente, sua postura, o conteúdo afetivo predominante no seu relato (tristeza, euforia, irritabilidade, etc), o tipo de afeto que transmite e que desperta no entrevistador.

1.1.1.1.3. ALTERAÇÕES: Ansiedade e sintomas autonômicos de ansiedade; medo e tensão;

1.1.1.1.4. Irritabilidade, raiva, ódio, desprezo, hostilidade; labilidade afetiva (rápidas alternações de afetos opostos); incontinência emocional (deixar transparecer todas emoções que sente, geralmente sendo estas intensas);

1.1.1.1.5. Indiferença afetiva ou "la belle indiference" (ocorre uma restrição importante na saúde ou vida do paciente, como não conseguir movimentar um membro.

1.1.1.1.6. E a reação deste é praticamente indiferente); afeto inapropriado ou incongruente (em relação ao que está sendo relatado); afeto hipomaníaco e maníaco, exaltado,expansivo: euforia e êxtase (sendo este sentimento desproporcional às circunstâncias);

1.1.1.1.7. Afeto deprimido: tristeza, desesperança, baixa auto-estima e sentimentos de culpa; apatia, afeto achatado ou embotado (resposta emocional diminuída ou indiferente às alterações dos assuntos).

1.1.2. PENSAMENTO:

1.1.2.1. Conceito; Avaliação; Alterações; Transtornos.

1.1.2.1.1. CONCEITO:É o conjunto de funções integrativas capazes de associar conhecimentos novos e antigos, integrar estímulos externos e internos, analisar, abstrair, julgar, concluir, sintetizar e criar.

1.1.2.1.2. AVALIAÇÃO: Deve-se considerar a cultura do paciente ao avaliar-se o conteúdo de seu pensamento, uma vez que crenças compartilhadas por uma comunidade são vistas como naturais entre seus membros e não como um sintoma.

1.1.2.1.3. ALTERAÇÕES: Produção, curso, conteúdo envolvendo conceitos relacionados ao tema pensamento.

1.1.3. JUÍZO CRÍTICO

1.1.3.1. Conceito; Avaliação; Alterações; Transtornos.

1.1.3.1.1. CONCEITO: É a capacidade para perceber e avaliar adequadamente a realidade externa e separá-la dos aspectos do mundo interno ou subjetivo. Implica separar sentimentos, impulsos e fantasias próprios, de sentimentos e impulsos de outras pessoas.

1.1.3.1.2. AVALIAÇÃO: A partir da entrevista geralmente tem-se uma boa ideia a respeito da capacidade de julgamento e insight. Porém, nas ocasiões em que permanecem dúvidas pode-se fazer perguntas objetivas, como o que o paciente faria se encontrasse uma carta endereçada e selada na rua, sendo a resposta adequada a de colocar em uma caixa de correio.

1.1.3.1.3. ALTERAÇÕES: Falar coisas inapropriadas; ser inconveniente; gastar mais do que pode; não medir consequências; não se dar conta da gravidade da doença; não reconhecer limitações.

2. .

2.1. FUNÇÕES MENTAIS

2.1.1. CONDUTA:

2.1.1.1. Conceito; Avaliação; Alterações; Transtornos.

2.1.1.1.1. CONCEITO: São os comportamentos observáveis do indivíduo: comportamento motor, atitudes, atos, gestos, tiques, impulsos, verbalizações, etc.

2.1.1.1.2. AVALIAÇÃO: A partir da observação do paciente durante a entrevista, de perguntas objetivas ou de entrevistas com os familiares, pesquisa-se dados sobre os hábitos do paciente, como o que costuma fazer todos os dias e em situações especiais (maneira como se diverte, trabalha, convive socialmente);

2.1.1.1.3. ALTERAÇÕES: Inquietação, agitação (hiperatividade, aumento de energia) ou retardo (hipoatividade, diminuição do interesse por atividades, lentificação dos movimentos e da fala) psicomotores; agressividade, sadismo, masoquismo; comportamento catatônico (ficar parado, sem qualquer movimento durante horas, mesmo em posição desagradável, podendo alternar-se com hiperatividade), bizarro (fazer coisas absurdas ou estranhas, como revirar lixo) ou autista (concentrado em si mesmo e independente do mundo ao seu redor);

2.1.1.1.4. Negativismo (fazer o contrário do que é solicitado); tiques e cacoetes; comportamento histriônico (sentimentos expressos de forma exagerada e dramática); risos imotivados; uso/abuso de álcool e drogas, fissura (ou "craving", perda do controle em busca do uso de SPA), roubo, vandalismo, Exposição ao perigo; jogo, compras/gastos, comer compulsivos ou excessivos; mesquinhez; anorexia; tentativa de suicídio, suicídio, homicídio; aumento ou diminuição da atividade sexual, parafilias; tricotilomania; impulsividade;

2.1.1.1.5. Compulsões (urgência irresistível de realizar um ato motor aparentemente sem motivo, repetitivo, estereotipado, reconhecido como sem significado; rituais, limpeza e ordem exagerados, evitações); somatizações, estados dissociativos (sintomas físicos persistentes sem explicação plausível), estados de transe;

2.1.1.1.6. Dimuição das habilidades sociais (não se dar conta que está se comportando mal em público), piora dos cuidados pessoais (higiene), isolamento social (evitar encontros com amigos, familiares); aparência excêntrica (diferente do seu grupo sociocultural, com roupas, ornamentos, postura ou trejeitos muito discrepantes).1,2,3,4,CID

2.1.2. 11. LINGUAGEM:

2.1.2.1. Conceito; Avaliação; Alterações; Transtornos.

2.1.2.1.1. CONCEITO: É a maneira como a pessoa se comunica, verbal ou não verbalmente, envolvendo gestos, olhar, expressão facial ou por escrito.

2.1.2.1.2. AVALIAÇÃO: Costuma-se dar mais ênfase à fala, avaliando-se a quantidade (loquaz, prolixo, taciturno, não-espontâneo ou normal), velocidade ou fluxo (verbalização rápida, lenta, hesitante, monótona) e qualidade (gagueira, ecolalia). Também é interessante se observar o volume (alto ou baixo), a gramática e sintaxe, e o vocabulário ou escolha de palavras, o que possibilita a realização de inferências sobre a organização do pensamento e cognição.

2.1.2.1.3. ALTERAÇÕES: Produção, curso, conteúdo envolvendo conceitos relacionados ao tema pensamento. Podem ser encontradas na comunicação oral, escrita e mímica, espontânea ou em resposta

2.1.2.1.4. Exemplos: disartria (dificuldade na articulação da palavra), gagueira, bradilalia (falar muito devagar), taquilalia (falar muito rápido), ecolalia (repetir as últimas palavras do interlocutor), afasia (não conseguir falar), logorréia (não parar de falar), mutismo (ficar completamente quieto).

3. FUNÇÕES PSICOFISIOLÓGICAS

3.1. SONO: Insônia inicial, terminal, ou no meio da noite; hipersonia; sonambulismo; terror noturno; apnéia do sono; alterações do ciclo sono-vigília (SCO, Demência), diminuição da necessidade de sono (Mania).1,DSM,CID

3.2. APETITE: Aumento ou diminuição, com ou sem alteração no peso (considerar variações maiores que 5% do peso usual). 1,DSM,CID

3.3. SEXUALIDADE: diminuição ou aumento do desejo ou da excitação (depressão e mania); incapacidade de atingir o orgasmo; parafilias; ejaculação precoce, retardada, vaginismo.

4. ASPECTOS DO PACIENTE NA ENTREVISTA INICIAL.

4.1. APARÊNCIA É UM FATOR IMPORTANTE

4.1.1. Pouco contato de olhar pode indicar vergonha, ansiedade ou dificuldade de relacionamento.

4.1.1.1. O uso de roupas extravagantes e o excesso de adornos fazem pensar em mania ou características histéricas de personalidade.

4.2. ATIVIDADE PSICOMOTORA E COMPORTAMENTO

4.2.1. O retardo psicomotor é caracterizado por uma lentificação geral dos movimentos, da fala e do curso do pensamento, usualmente acompanhado de humor deprimido.

4.2.1.1. A atividade psicomotora refere-se a maneira como a atividade física se relaciona com o funcionamento psicológico, considerando os aspectos quantitativos e qualitativos do comportamento motor do paciente.

4.2.1.1.1. Um paciente em agitação psicomotora caminha constantemente, não consegue ficar quieto e frequentemente apresenta pressão para falar e ansiedade.

4.2.1.1.2. Outros sintomas comuns são:

4.2.1.1.3. Rabiscar, balançar pés ou pernas, cruzar e descruzar frequentemente as pernas, roer unhas, ficar enrolando o cabelo, etc.

4.3. ATITUDE FRENTE AO EXAMINADOR

4.3.1. Frequentemente os pacientes são inicialmente reservados, limitando-se a responder as perguntas do examinador.

4.3.1.1. Podem ser hostis, numa tentativa de envergonhar ou humilhar o examinador; bajuladores, para agradar o entrevistador; ou sedutores.

4.3.1.1.1. A atitude frente ao examinador pode ser amigável, cooperativa, irônica, hostil, defensiva, sedutora ou ambivalente.

4.4. COMUNICAÇÃO COM O EXAMINADOR

4.4.1. Devem ser descritas as características da fala do paciente, em termos de quantidade, velocidade e qualidade de produção

4.4.1.1. A verbalização pode ser rápida, lenta, tensa, hesitante, emotiva, monótona, forte, sussurrada, indistinta.

4.5. SENTIMENTOS DESPERTADOS

4.5.1. O entrevistador deve relatar a impressão emocional geral transmitida pelo paciente, ou seja, os sentimentos despertados em sua pessoa pelo paciente.

4.5.1.1. Geralmente são sentimentos de tristeza, pena, irritação, desejo de ajudar.

5. FUNÇÕES MENTAIS

5.1. CONSCIÊNCIA:

5.1.1. Conceito; Avaliação; Alterações; Transtornos.

5.1.1.1. CONCEITO: É o estado de lucidez ou de alerta em que a pessoa se encontra, variando da vigília até o coma.

5.1.1.2. AVALIAÇÃO: Observar as reações do paciente frente aos estímulos, se sua reação é rápida ou lenta; se se mostra sonolento ou não.

5.1.1.3. ALTERAÇÕES: Obnubilação/sonolência; Confusão; Estupor; Coma; Hiperalerta.

5.1.1.3.1. TRANSTORNOS: Observa-se o estupor na esquizofrenia (catatônico), em intoxicações, doenças orgânicas, depressão profunda, reações epilépticas e histéricas.

5.2. ATENÇÃO:

5.2.1. Conceito; Avaliação; Alterações; Transtornos.

5.2.1.1. CONCEITO: A atenção é uma dimensão da consciência que designa a capacidade para manter o foco em uma atividade.

5.2.1.2. AVALIAÇÃO: Vigilância, tenacidade, concentração.

5.2.1.3. ALTERAÇÕES: Desatenção: incapacidade de voltar o foco para um determinado estímulo. Distração: incapacidade de manter o foco da atenção em determinado estímulo.

5.2.1.3.1. TRANSTORNOS: A desatenção ocorre em depressões, demências, delirium, efeito adverso de medicamentos, Transtornos de Déficit de Atenção.

5.3. SENSOPERCEPÇÃO:

5.3.1. Conceito; Avaliação; Alterações; Transtornos.

5.3.1.1. CONCEITO: Designa a capacidade de perceber e interpretar os estímulos que se apresentam aos órgãos dos sentidos.

5.3.1.2. AVALIAÇÃO: A senso percepção é investigada através da entrevista com o paciente.

5.3.1.3. ALTERAÇÕES: Alucinações, ilusões, Dismegalopsias.

5.3.1.3.1. TRANSTORNOS: transtornos psicóticos (principalmente esquizofrenia) e Síndromes Cerebrais Orgânicas.

6. FUNÇÕES MENTAIS

6.1. ORIENTAÇÃO:

6.1.1. Conceito; Avaliação; Alterações; Transtornos.

6.1.1.1. CONCEITO: Capacidade do indivíduo de situar-se no tempo, espaço ou situação e reconhecer sua própria pessoa.

6.1.1.2. AVALIAÇÃO: Tempo, espaço, a própria pessoa, demais pessoas.

6.1.1.3. ALTERAÇÕES: Quando um paciente fica desorientado, após um quadro de delirium, por exemplo, a primeira noção de orientação perdida é em relação ao tempo, depois espaço e por último (e raramente) em relação a si próprio (desorientação).

6.1.1.3.1. TRANSTORNOS: Síndromes Cerebrais Orgânicas, psicoses afetivas, esquizofrenia.

6.2. MEMÓRIA:

6.2.1. Conceito; Avaliação; Alterações; Transtornos.

6.2.1.1. CONCEITO: É a capacidade de registrar, fixar ou reter, evocar e reconhecer objetos, pessoas e experiências passadas ou estímulos sensoriais.

6.2.1.1.1. Para fins de avaliação divide-se a memória em:

6.2.1.1.2. Sensorial, que recebe a informação dos órgãos dos sentidos e a retém por breve período de tempo (0,5 segundos);

6.2.1.1.3. Imediata, responsável pelo registro de informações ouvidas nos últimos 15 a 20 segundos; recente, que divide-se em de curto prazo (5-10min)

6.2.1.2. AVALIAÇÃO: Memória imediata; Memória recente; Memória remota.

6.2.1.3. ALTERAÇÕES e TRANSTORNOS: Amnésia: incapacidade parcial ou total de evocar experiências passadas.

6.2.1.3.1. Amnésia imediata: geralmente existe um comprometimento cerebral agudo.

6.2.1.4. Amnésia anterógrada: o paciente esquece tudo o que ocorreu após um fato ou acidente importante. Ex: traumatismo craniano, distúrbio dissociativo (histeria).

6.2.1.4.1. Amnésia retrógrada: esquecimento de situações ocorridas anteriormente a um trauma, doença ou fato importante.

6.2.1.5. Amnésia lacunar: esquecimento dos fatos ocorridos entre duas datas. Por exemplo: não se lembra o que fez no ano de 1995, o ano da sua separação.

6.2.1.5.1. Amnésia remota: esquecimento de fatos ocorridos no passado. Pacientes idosos com algum grau de demência.

6.3. INTELIGÊNCIA:

6.3.1. Conceito; Avaliação; Alterações; Transtornos.

6.3.1.1. CONCEITO: Capacidade de uma pessoa de assimilar conhecimentos factuais, compreender as relações entre eles e integrá-los aos conhecimentos já adquiridos anteriormente; de raciocinar logicamente e de forma abstrata manipulando conceitos, números ou palavras.

6.3.1.2. AVALIAÇÃO: É importante coletar informações sobre o desenvolvimento e rendimento escolar do paciente: idade de ingresso na escola, se repetiu algum ano, dificuldades em matérias específicas, dificuldade de leitura e escrita, quando parou os estudos, por que motivo (se por dificuldade em acompanhar).

6.3.1.3. ALTERAÇÕES e TRANSTORNOS: Deficiência mental: atraso ou insuficiência de desenvolvimento intelectual (QI inferior a 70), com interferência no desempenho social e ocupacional. É classificado como leve (classe espacial), moderado (escola especial), grave e severo.

6.3.1.3.1. Demência: deterioração global e orgânica do funcionamento intelectual sem alteração no nível de consciência.1 Frequentemente é acompanhada de: distraibilidade; déficit de memória; dificuldade em acompanhada de: distraibilidade; déficit de memória; dificuldade em abstração; e dificuldades com a linguagem.

6.3.1.4. Abstração: interpretação concreta de provérbios, por exemplo: "Quem tem telhado de vidro não deve atirar pedras no telhado do vizinho", resposta: "O vidro quebrará!".