
1. SANGUÍNEO
1.1. As funções do tecido sanguíneo incluem o transporte de hormônios até seu local de atuação; transporte de gás oxigênio e nutrientes às células; captura de gás carbônico e excreções celulares; e defesa a agentes estranhos.
1.1.1. Quanto às células sanguíneas, são elas: HEMÁCIAS São também chamadas de glóbulos vermelhos, ou eritrócitos. Tais estruturas de forma discoide, e achatadas no centro, apresentam núcleo – exceto no caso dos mamíferos. Elas possuem em seu interior moléculas de uma proteína chamada hemoglobina, que é a responsável pela coloração vermelha do sangue, e também pela captura de oxigênio nos pulmões, transportando-o para as células do corpo. Quanto ao gás carbônico, menos de 25% dele se une à hemoglobina, e o restante é transportado pelo plasma. Em pessoas adultas, há cerca de 4,5 milhões dessas células em cada milímetro cúbico de sangue. Pouco mais de 40% dele é constituído pelas hemácias. LEUCÓCITOS Também chamados de glóbulos brancos, são células de formato circular, dotadas de núcleo. Desempenham funções de acordo com o tipo celular, embora a função de defesa seja a principal. Correspondem a pouco mais de 1% do volume total sanguíneo. Leucócitos podem ser granulosos ou agranulosos, de acordo com a presença ou não de grânulos em seu citoplasma, ao ser visualizado ao microscópio.
1.1.2. Leucócitos granulosos: - Neutrófilos. Núcleo com três lóbulos, geralmente. Fagocitam micro-organismos invasores e partículas estranhas. São os leucócitos mais abundantes. - Eosinófilos. Também chamados de acidófilos, o núcleo geralmente se apresenta com dois lóbulos. Graças principalmente a substâncias tóxicas liberadas por seus grânulos, são capazes de combater parasitas de maior tamanho, tais como vermes. Além disso, liberam anti-histamínicos, evitando a manifestação de processos alérgicos. - Basófilos. Possuem núcleo disforme, e seus grânulos se apresentam maiores em relação aos das duas células já citadas, geralmente mascarando seu núcleo. Ele é responsável pela liberação de heparina, um anticoagulante; e de histamina: substância que propicia maior eficiência na resposta dos anticorpos e neutrófilos a infecções, sendo também responsável pela manifestação de sintomas típicos da alergia, como vermelhidão e coriza.
1.1.2.1. Leucócitos agranulosos: - Monócitos. Possuem tamanho maior que as demais células, apresentando núcleo com formato semelhante ao de uma ferradura. Ficam por pouco tempo na corrente sanguínea, migrando para tecidos específicos, como os do baço, pulmões, fígado e encéfalo. Lá, transformam-se em células denominadas macrófagos, bastante eficientes no processo fagocitário de agentes invasores, células mortas, e demais resíduos. No tecido ósseo, os monócitos formam os osteoclastos, responsáveis pela reabsorção de tecido ósseo, permitindo sua regeneração por células responsáveis por essa função (os osteoblastos). - Linfócitos. Essas células responsáveis pela defesa do corpo possuem núcleo muito grande, quase ocupando todo o seu espaço. Podem ser de dois tipos: linfócitos T ou B. Estes produzem os anticorpos, capazes de reconhecer e combater substâncias estranhas e micro-organismos invasores. Já os linfócitos T atacam e destroem células anormais, como aquelas infectadas por vírus ou cancerosas (linfócitos T citotóxicos, ou CD8), ou estimulam a ação destes e dos linfócitos B (linfócitos T auxiliadores, ou CD4).
2. MUSCULAR
2.1. Funções do Tecido Muscular- Movimento do corpo Estabilização e postura Regulação do volume dos órgãos Produção de calor
2.1.1. O tecido muscular é classificado em três tipos: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso ou não-estriado.
2.1.1.1. O termo esquelético deve-se à sua localização, pois está ligado ao esqueleto. O tecido muscular estriado esquelético possui contração voluntária e rápida. Cada fibra muscular contém várias miofibrilas, filamentos de proteínas (actina, miosina e outras). A organização desses elementos faz com que se observem estriações transversais ao microscópio de luz, o que conferiu o nome estriado ao tecido. As fibras musculares estriadas esqueléticas possuem forma de longos cilindros, que podem ter o comprimento do músculo a que pertencem. São multinucleadas e os núcleos se situam na periferia da fibra, junto à membrana celular.
2.1.1.2. Estriado Cardíaco É o principal tecido do coração. Este tecido possui contração involuntária, vigorosa e rítmica. É constituído por células alongadas e ramificadas, dotadas de um núcleo ou dois núcleos centrais. Apresentam estrias transversais, seguindo o padrão de organização dos filamentos de actina e miosina. Porém, não se agrupam em miofibrilas. Diferencia-se do tecido muscular estriado esquelético por suas estriações serem mais curtas e não tão evidentes.
2.1.1.2.1. Célula = Fibra Muscular
2.1.1.3. Liso ou Não-Estriado Sua principal característica é a ausência de estriações. Presente nos órgãos viscerais (estômago, intestino, bexiga, útero, ductos de glândulas e paredes dos vasos sanguíneos). Constitui a parede de muitos órgãos, sendo responsável por movimentos internos como o movimento dos alimentos através do tubo digestivo. Este tecido possui contração involuntária e lenta. As células são uninucleadas, alongadas e com extremidades afiadas. Ao contrário dos tecidos estriado esquelético e cardíaco, o tecido muscular liso não apresenta estriações. Isto porque, os filamentos de actina e miosina não se organizam no padrão regular apresentado por células estriadas.
3. NERVOSO
3.1. A função do tecido nervoso é fazer as comunicações entre os órgãos do corpo e o meio externo. Tudo acontece de forma muito rápida. Através dos neurônios, o sistema nervoso recebe estímulos, decodifica as mensagens e elabora respostas. Por exemplo: o frio (estímulo externo) é recebido pelos receptores da pele, transmitido por neurônios sensitivos e interpretado no sistema nervoso central.
3.2. As células do tecido nervoso podem ser de dois tipos: neurônios e células gliais.
3.2.1. Neurônios Os neurônios transmitem informações através de mediadores químicos, os neurotransmissores, e de impulsos elétricos. Podemos identificar três regiões na maioria dos neurônios, são elas: Corpo celular: nele se localizam o núcleo e as organelas, por exemplo, mitocôndrias. Axônio: é um prolongamento longo do corpo celular, geralmente único, de espessura constante. É envolvido por macroglias de dois tipos: Oligodendrócitos e Células de Schwann. Dendritos: são prolongamentos curtos do corpo celular, com muitas ramificações que se afinam nas pontas.
3.2.2. Células da Glia As células da glia, ou neuróglias, são muito mais numerosas do os neurônios. Sua função é nutrir e proteger o sistema nervoso. Além disso, ajudam na regulação das sinapses e transmissão dos impulsos elétricos. Existem dois tipos de células gliais, a saber: Microglias: protegem o sistema nervoso, agindo de forma semelhante aos macrófagos. Macroglias: há quatro subtipos, cada uma com função específica, ajudando na transmissão dos impulsos nervosos. São elas: os astrócitos, os oligodendrócitos, os ependimócitos e as células de Schwann.
3.2.2.1. O tecido nervoso constitui os órgãos do sistema nervoso, que pode ser classificado em dois:
3.2.2.2. Sistema Nervoso Central Corte histológico do cerebelo, com suas reentrâncias. Tem uma camada mais interna, em rosa, que é a substância branca. Mais externamente está a substância cinzenta. Corte histológico do Cerebelo. Na parte central, em rosa, ficam os prolongamentos dos neurônios formando a substância branca. Na parte externa (córtex) ficam os corpos celulares, formando a substância cinzenta. Formado pelo encéfalo, que fica dentro da caixa craniana, e pela medula espinhal. No cérebro e cerebelo, que compõem o encéfalo, os corpos celulares dos neurônios se concentram na região mais externa (córtex) formando a substância cinzenta. Os prolongamentos (axônios) formam a região mais interna chamada substância branca. Enquanto que na medula espinhal, a substância branca é mais externa e a cinzenta é interna
3.2.2.2.1. Sistema Nervoso Periférico Formado pelos nervos e gânglios. Os nervos são compostos de fibras nervosas. As fibras, por sua vez, são constituídas pelos axônios e pelas células de Schwann, que os revestem. Os gânglios são porções dilatadas dos nervos, onde se concentram corpos celulares dos neurônios.
4. EPITELIAL
4.1. FUNÇÃO- Principal função do tecido epitelial é revestir a superfície externa do corpo, as cavidades corporais internas e os órgãos. Ele também apresenta função secretora.
4.1.1. CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO EPITELIAL- Epitélio Simples: são formados por uma única camada de células; Epitélio Estratificado: possuem mais de uma camada de células; Epitélio Pseudo-Estratificado: são formados por uma única camada de células, mas possui células com alturas diferentes, dando a impressão de ser estratificado.
4.1.2. Os epitélios também são classificados quanto à forma das células: Epitélio Pavimentoso: possui células achatadas; Epitélio Cúbico: as células apresentam-se em forma de cubo; Epitélio Prismático: as células são alongadas, em forma de coluna; Epitélio de Transição: a forma original das células é cúbica, mas ficam achatadas devido ao estiramento provocado pela dilatação do órgão.
5. CONJUNTIVO
5.1. Funções do tecido conjuntivo- O tecido conjuntivo apresenta inúmeras funções, conforme os seus diferentes tipos. Podemos destacar como funções: Sustentação; Preenchimento; Elasticidade; Proteção contra impactos; Armazenamento (gordura e íons); Defesa do organismo; Transporte de gases e nutrientes, entre outras.
5.1.1. Os tecidos conjuntivos podem ser: Tecido sanguíneo Tecido ósseo Tecido cartilaginoso Tecido adiposo Tecido conjuntivo propriamente dito
5.1.1.1. O tecido conjuntivo propriamente dito apresenta as seguintes células: → Células mesenquimais; Fibroblastos; Macrófagos; Plasmócitos; Mastócitos; Células adiposas; Leucócitos; Matriz extracelular.
6. ADIPOSO
6.1. Esse tecido tem a função de armazenamento de gordura em seu citoplasma. Essa função é muito importante como reserva de energia para momentos de necessidade. Isso se dá pelo fato da célula armazenar gordura. Além disso, outra função desse tecido é servir como isolante térmico, pois a gordura é um excelente isolante térmico em atribuição da sua localização próxima à superfície corporal, abaixo da hipoderme. Por fim, o tecido adiposo possui a função de preenchimento. Ele é encontrado ao redor dos órgãos e preenche os espaços, mantendo as estruturas fixas no lugar.
6.1.1. Classificação O tecido adiposo possui algumas variações celulares e estas podem ser classificadas de forma diferente. A diferenciação é no número de vacúolos de gordura presentes dentro de cada célula. Tecido adiposo unilocular- Esse tipo de tecido adiposo é chamado de unilocular porque suas células apresentam uma única bolha de gordura em cada célula, preenchendo quase todo o seu citoplasma e o núcleo se mantém periférico Tecido adiposo multilocular- Já nesse tipo de tecido adiposo, as suas células possuem vários vacúolos de gordura espalhadas em seu citoplasma e várias mitocôndrias, com seu núcleo centralizado no citoplasma.
7. CARTILAGINOSO
7.1. As principais funções das cartilagens são: Revestimento das articulações ósseas; Amortecimento de impactos e atrito entre os ossos; Auxílio nos movimentos corporais; Sustentação e proteção para algumas partes do corpo.
7.1.1. Tipos de Cartilagem As cartilagens são classificadas de acordo com a textura e quantidade de fibras presentes. Elas apresentam três tipos: Cartilagem Hialina: É formada por fibras de colágeno tipo II, sendo a cartilagem de revestimento ósseo mais abundante do corpo humano. É muito resistente e encontrada na traqueia, na laringe e no septo nasal. Cartilagem Fibrosa: Também chamada de fibrocartilagem, apresenta grande quantidade de colágeno I e não possui pericôndrio. É encontrada na mandíbula, coluna vertebral (entre as vértebras nos discos intervertebrais), menisco (joelho) e na articulação do púbis. Cartilagem Elástica: Cartilagem leve e flexível que apresenta grande quantidade de fibras elásticas (elastina) e baixa quantidade de colágeno. É encontrada nos ouvidos, epiglote e laringe.
7.1.2. São dois tipos de células que compõem o tecido cartilaginoso: Condrócitos: células adultas arredondadas (condros, cartilagem e citos, células) que ficam localizadas dentro de lacunas da matriz. Essa região é uma substância amorfa, com poucas fibras. Condroblastos: células cartilaginosas jovens (condros, cartilagem e blastos, célula jovem). São responsáveis pela produção da substância intercelular, que proporciona resistência ao tecido cartilaginoso.
8. ÓSSEO
8.1. Funções do Tecido Ósseo Suporte para as partes moles e protege órgãos vitais; Locomoção do corpo; Reservatório de cálcio para o organismo.
8.1.1. O tecido ósseo pode ser classificado em osso compacto e osso esponjoso: Osso Compacto É formado por partes sem cavidades visíveis. Estão tipos ósseos estão relacionados com proteção, suporte e resistência. Geralmente, são encontrados nas diáfises (haste longa do osso). Osso Esponjoso É formado por partes com muitas cavidades intercomunicantes. Representa a maior parte do tecido ósseo dos ossos curtos, chatos e irregulares. A maior parte é encontrada nas epífises (as extremidades alargadas de um osso longo).
8.1.2. As células deste tecido podem ser de três tipos: osteoblastos, osteócitos e osteoclastos. Os osteoblastos- localizam-se periferia do osso e possuem longos prolongamentos citoplasmáticos que tocam os osteoblastos vizinhos. São responsáveis pela produção da matriz óssea que se deposita ao seu redor. Quando aprisionados pela matriz recém-sintetizada, passam a ser chamados de osteócitos. Os osteócitos- são as células mais abundantes do tecido ósseo. Ao ficarem retidos na matriz celular, as projeções citoplasmáticas de cada célula diminui. Assim, os canais onde esses prolongamentos estavam situados servem de comunicação entre uma lacuna e outra. Os osteoclastos- são células volumosas e multinucleadas (6 a 50 núcleos). Originam-se da fusão das células do sangue, os monócitos. Entram em atividade na fase de reabsorção óssea, pois podem se mover nas superfícies ósseas e destruir áreas lesadas ou envelhecidas.