YOGA E POLÍTICA: A arte do convívio ético entre indivíduos

Curso Yoga e Política da Plataforma EAD (baixo-custo) do Yoga Contemporâneo editado e produzido por Roberto Simões.https://robertosimoes.eadplataforma.com/curso/yoga-politica-e-sociedade/

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1. Yoga e Política: O yoga pode nos auxiliar a construir uma ética (sentido de vida) de convívio com o Outro?

1.1. Yoga como Máquina-de-Guerra ou Mecanismo de Libertação de Desejos (por mais vida)

1.2. Yoga como Aparelho-de-Captura do Desejo ou Estrutura de Poder e Dominação

2. Propostas ou Modelos de Sociedade

2.1. A construção social da realidade

2.1.1. Platão

2.1.1.1. Cidadão da aristocracia ateniense, pós-guerra do Peloponeso e puto com a democracia da sua pólis que condenou a morte seu mestre (Sócrates)

2.1.1.1.1. O Homem e suas 3 potências

2.1.1.1.2. Paidéia ou "Processo Educacional" (7-30anos) separando pelo intelecto e "motivações"|classes

2.1.1.2. O que leva alguém viver em sociedade?

2.1.1.2.1. Cidade Simples

2.1.1.2.2. Cidade Complexa

2.1.2. Aristóteles

2.1.2.1. Política é a arte do convívio e está intimamente ligado à Ética (sentido de vida)

2.1.2.1.1. Os Homens buscam (causa final) a Eudaimonia (prudência)

2.1.3. Epicuro: o primeiro "hippie" grego

2.1.3.1. "A concepção educativa e política do pensador helenístico significou um rompimento com a dos pensadores clássicos gregos, como Platão e Aristóteles, porque convocava os freqüentadores de sua escola a afastar-se da vida pública e das atividades ligadas à política. Essa visão “negativa” em relação à política constituiu uma das características fundamentais de seu pensamento educativo e pode ser compreendida em parte pelo contexto social em que viveu Epicuro. Este foi marcado por profundas transformações como a decadência da polis grega, da democracia enquanto sistema político e pela implantação da Monarquia Alexandrina ou macedônica. Tais mudanças colocaram em crise os principais ideais formativos da sociedade grega clássica e oportunizou o desenvolvimento de outras concepções filosóficas" (SOUZA & PEREIRA E MELO)

2.1.3.1.1. Epicuro vive em uma Grécia (pólis) em transformação. Mas, ao contrário de Platão e Aristóteles que visavam (idealmente) reconstruir a era de "ouro" da pólis, aquele edificou (e não apenas teorizou como estes) uma "mini-sociedade" baseada em vida comunitária. O Jardim das Delícias de Epicuro era sua escola e projeto (sempre em construção) em busca da eudaimonia, através da ataraxia.

2.1.3.1.2. No momento em que o quadro tradicional da cidade grega se extingue diante de um império cujas decisões escapam a critica como à deliberação de seus súditos, o filósofo se acha confinado seja à teoria pura, seja à predicação simplesmente moral, desde o instante em que a política, a mais alta forma da práxis para os gregos, cessa de depender dela para depender de um amo estrangeiro (CHATÊLET, 1973, p. 168).

2.1.3.1.3. Com essas mudanças formou-se um novo cenário territorial, econômico, político e cultural no Mundo Antigo, cujo resultado foi a constituição de uma Cosmópolis, um vasto sistema político, uma monarquia de cunho universalista, que uniu sob o mesmo cetro o Ocidente e o Oriente e converteu a Grécia em apenas mais uma província dentre as demais de um vasto império (JAEGER, 2002, p. 16). Esta nova composição marcou a destruição definitiva da polis tradicional grega. A pólis vai se transformando em cosmopolita: "diferente".

2.1.3.1.4. O epicurismo teve a finalidade, num mundo dilacerado pela guerra civil e enlouquecido pela superstição, de fazer a humanidade voltar à felicidade. Seu principal pensamento era o de que uma sociedade feliz deve basear-se na “amizade”, quer dizer, num acordo mútuo para não infligir nem sobre injustiças, e não na “justiça”, isto é, numa constituição ideada por um legislador, e imposta por sanções (FARRINGTON, 1968, p. 13).

2.1.3.1.5. tetrapharmakon

2.1.3.2. Fechando o rolê epicurista:

2.1.3.2.1. O ideal político de Epicuro apresenta de uma forma particularmente contraditória, pois criticava os ideais da educação clássica e helenística com preocupações universalistas.

2.1.3.2.2. Na contramão de Platão e Aristóteles (elitistas por assim dizer), Epicuro propõe o total afastamento das questões “mundanas” e conclamou ao recolhimento e a interioridade que considerava o essencial para uma vida feliz.

2.2. Os Contratualistas

2.2.1. Influências:

2.2.1.1. Revolução Copernicana

2.2.1.1.1. 1. Heliocentrismo com seu livro "As revoluções dos orbes celestes": Cosmos Infinito.

2.2.1.2. Reforma Protestante

2.2.1.2.1. 2. Ruptura do poder religioso centralizado: cria-se uma infinidade de tendências, seitas e interpretações diversificadas dos dogmas e certezas da cristandade.

2.2.1.3. Revolução Inglesa: base da Rev.Industrial

2.2.1.3.1. 3. Com o fim da Dinastia Tudor (1603), a coroa Inglesa passou a Dinastia Stuart, que não possuía a mesma habilidade de seus antecessores com a diplomacia com o Parlamento e a força da burguesia ascendente para referendar o domínio mercantil da Inglaterra, "bem como aprovar desapropriações, conceder monopólio".

2.2.1.3.2. 4. A burguesia inglesa em ascensão associado ao parlamento fortalecido e, ao crescente acirramento de conflitos religiosos" entre católicos e protestantes, a sociedade inglesa entra em uma crise política nunca antes visto e estoura a Guerra Civil (1642-1648) o que levou à condenação do monarca Carlos I e, mesmo havendo uma restauração da monarquia inglesa com Carlos II e Jaime II, o poder absoluto do rei fundamentado na origem divina e no patriarcado vão desmoronando.

2.2.1.4. Em suma:

2.2.1.4.1. (a) não há mais como apostar na centralidade do Cosmos

2.2.1.4.2. (b) na unidade religiosa ou na ordenação política

2.2.1.4.3. (c) a Razão passa a ser o instrumento para "se entender o conhecimento como forma de representação

2.2.1.4.4. (d) o mundo é "diversidade" agora, não denota uma "homogeneidade" em si

2.2.1.4.5. (e) impõem-se agora novos caminhos para o conhecimento

2.2.1.4.6. (f) só é possível "dar certo" realizando CONTRATOS de convivência em que a maioria concorde?

2.2.2. Thomas Hobbes (1588-1679)

2.2.2.1. Foi secretário de Francis Bacon, um dos fundadores da filosofia que dará base (junto a R.Descartes) ao método científico e ao empirismo.

2.2.2.1.1. Publica o "Leviatã", sua obra-prima em 1651

2.2.3. John Locke (1632-1704)

2.2.3.1. Escritos e Pensamento

2.2.3.1.1. Em 1689-1690 publicou "Carta sobre a tolerância", defendendo a liberdade de escolha religiosa do indivíduo e a ideia de um Estado laico.

2.2.3.1.2. No seu "Primeiro Tratado sobre o Governo Civil" combate a tese segundo o qual os monarcas teriam o poder legitimado pelo patriarcado, uma vez que seriam os descendentes diretos dos grandes pais da humanidade determinados por Deus, ou seja, Adão e Eva.

2.2.3.1.3. No seu "Segundo Tratado sobre o governo civil" foi buscar a origem do poder político. Nessa obra lança as bases de uma democracia liberal e representativa, que influenciará economistas como Adam Smith.

2.2.3.1.4. Em 169, editou o "Ensaio sobre o entendimento humano", em que combate o inatismo, que afirmava que já existiam no espírito humano algumas ideias não oriundas da experiência, como a ideia de Deus, fundamentando a corrente denominada de empirismo.

2.2.3.2. Diferenças de Hobbes

2.2.3.2.1. Assim como Hobbes, Locke inicia sua investigação com a descrição de uma hipotética situação em que os homens viveriam de acordo com a natureza. O "Estado de Natureza" seria um estado de perfeita liberdade.

2.2.3.2.2. Em oposição ao conceito de Hobbes, a liberdade natural, para Locke, não se confunde com o que ele denomina licenciosidade. A igualdade é outro pressuposto do Estado de Natureza.

2.3. Montesquieu e Rosseau

2.3.1. Com Hobbes e Locke, desenvolve-se a teoria do pacto social, enquanto com a trinca grega, a ideia de uma geografia social onde se cria uma espécie de bolha para que todos viva bem. Entrementes, todos eles desenvolvem teorias em que trocamos nossa liberdade "natural" para uma vida segura. Com exceção de Epicuro, todos os outros asseguram que o Estado fará isso pois os homens não conseguem sozinhos.

2.3.1.1. Assim, é ilusão pensar que há um bem geral ou público que se expressa em uma vontade pública; o que há são os indivíduos que querem viver plenamente suas vidas para tanto desejam proteção do Estado como garantia, por isso se sujeitam a ele, migrando de indivíduos (singulares) à sujeitos ou sujeitados a outro(s).

2.3.1.1.1. Montesquieu e Rosseau, indo além de Locke - que tenta defender a limitação da soberania do poder do Estado a fim de proteger a liberdade dos indivíduos (claro, apenas àqueles que seguirem pactuando socialmente com o acordo que, em geral, você nem fez parte totalmente, mas quem você elegeu para representá-lo).

2.3.2. Montesquieu

2.3.2.1. Ele propõe a tripartição dos poderes, pois perseguia a aplicabilidade da filosofia política à maior diversidade possível de circunstâncias.

2.3.2.1.1. Executivo, Legislativo e o Judiciário

2.3.2.1.2. "Quando, na mesma pessoa ou no mesmo corpo de magistratura, o poder legislativo está reunido ao poder executivo, absolutamente não há liberdade".

2.3.2.2. Ele deixa de lado a ideia do pacto social e defende um relativismo incompatível com a moralidade "evidentes em si".

2.3.2.2.1. Ele tenta provar em seus escritos que não pode haver vida social sem virtudes morais. Ele critica tanto os valores "orientais" muçulmanos quanto os do "ocidente" cristão, e visa definir os verdadeiros valores fundadores das "luzes": razão, justiça, liberdade e tolerância.

2.3.2.2.2. Perante a crescente diversidade de leis e costumes, ele vê regularidades e tinha por objetivo criar uma ciência das leis positivas e mostrar que, mesmo em meio a diversidade cultural, politica e religiosa, a racionalidade poderia agir e que a "boa lei" poderia corrigir dificuldades naturais.

2.3.2.2.3. Para ele existem 3 espécies de governos:

2.3.3. Rosseau

2.3.3.1. No sue livro "Do contrato social", Rosseau retoma a discussão sobre a soberania, conceito fundamental para o pensamento político moderno. Mas, ao contrário de Hobbes e Locke, interroga-se sobre o fundamento legítimo da soberania e a origem da desigualdade social.

2.3.3.1.1. Enquanto para aqueles a questão era a racionalidade, Rosseau questiona se essa ideia pura e universal pode alcançar a dimensão prática da política.

2.3.3.1.2. Ele não busca fundamentos lógicos, mas de uma autoridade que torne os indivíduos tão livres no estado de sociedade quanto o eram no estado de natureza.

2.3.3.2. Ao contrário de Montesquieu, Rosseau não julga que separar os poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) signifique garantir que a vontade geral se distancie das paixões humanas, preservando-se, deste modo, da corrupção. Significa, ao contrário, que a soberania não se componha de diferentes partes e que o executivo esteja subordinado ao legislativo. Rosseau então recusa a divisão dos poderes, confrontando-se com Montesquieu. Rosseau questiona (ou teme?) que os poderes não devem estar reunidos nas mesmas mãos; em Montesquieu: teoria da moderação dos poderes; para Rosseau:teoria da soberania absoluta do povo. Este é muito mais democrático, enquanto aquele (assim como Voltaire) uma monarquia limitada ou despotismo esclarecido.

2.3.3.2.1. "O homem nasce livre e por toda parte se encontra sob grilhões".

2.3.3.2.2. A força, para Rosseau, não estabelece o direito, pois a "ordem social é um direito sagrado que serve de base a todos os outros. Esse direito, entretanto, não deriva absolutamente da natureza, está fundando sobre convenções. Trata-se de saber quais são essas convenções".

2.3.3.2.3. No livro "Discurso dobre a origem da desigualdade entre os homens", Rosseau diz que a instituição da propriedade dá origem à sociedade, à corrupção dos homens e ao desenvolvimento da desigualdade; pois estabeleceu-se aí a divisão entre pobres e ricos e, para legitimá-la, estes impuseram leis que fundaram a sociedade civil.

2.3.3.2.4. A origem da soberania está no povo e só ele a exerce.

2.4. As Estruturas de Poder e Dominação

2.4.1. Marx

2.4.1.1. Luta sobretudo contra o idealismo, daí surge o materialismo histórico

2.4.1.1.1. Marx opõe-se a uma filosofia idealista, por isso, sua filosofia possui base material. Em outras palavras, os pensamentos não surgem do nada e seu critério de verificação só pode ser a realidade. São homens pertencentes à natureza e não fora dela.

2.4.1.1.2. Mas essa postura - "observação empírica da sociedade" - não se converte num empirismo. Ela deve afastar de fato a especulação e a mistificação do dogmatismo, mostrando os vínculos existentes entre a produção material e essas relações

2.4.1.2. Para ele, a sociedade humana se organiza em torno da produção econômica: "motor da história".

2.4.1.2.1. Mesmo o nivel economico ser determinante sobre os outros níveis, não o é em todas as sociedades

2.4.1.2.2. Estabelece-se aí (seja no nivel economico, politico ou religioso/ideológico) uma dominação (todas) entre os agentes de produção (os homens) e os meios de trabalho (as forças produtivas), e a dos homens entre si. Em suma, entre os que tem a propriedade (donos dos meios de produção) com aqueles que nela trabalham (donos da força de trabalho).

2.4.1.3. A transformação social só pode acontecer questionando-se a relação de poder fundada sobre o economico, ou seja, tomar o Estado e com isso acabar com a dominação de classe.

2.4.1.3.1. Do modo de exploração feudal passamos às manufaturas, e depois à indústria.

2.4.1.3.2. E dessas transformações econômicas, mudanças sociais surgem: dos servos aos moradores dos burgos, dos mestres-artesãos aos trabalhadores da indústria.

2.4.1.3.3. E o yoga e os yogi(ni)s modernos? Criam mercadorias de venda e indústrias yoguicas também.

2.4.2. Weber

2.4.2.1. Assim como Marx, Weber estudou a gênese do capitalismo moderno. E, como Marx, adotou a ideia da apropriação privada dos meios de produção como fator decisivo na constituição do capitalismo.

2.4.2.1.1. Mas, ao invés de pensar o desenvolvimento dos meios de produção ser o fator decisivo, Weber enfatiza a emergência do um ethos racional de condução da vida: uma progressiva racionalização das normas e máximas éticas como principal característica da cultura ocidental (leia-se européia).

2.4.2.1.2. A religiosidade ética própria ao Ocidente tem como finalidade a salvação da alma, e não o sucesso terreno.

2.4.3. Foucault

2.4.3.1. Assim como Marx e Weber, Foucault vai se debruçar a compreender como o sistema social capitalista funciona, e mais, como atua para organizar as vidas dos sujeitados ao ordenamento capitalista ou simplesmente, capitalistas. Sobretudo as estruturas de poder que o capitalismo constrói e o sentimento de falta (subjetividades) essencial para que o capitalismo, como organização social, se mantenha de pé.

2.4.3.2. Foucault descreve que a lei infringida torna-se castigo, e a lei irritada, envolve condutas, no âmbito institucional.

2.4.3.2.1. Diversas formas institucionais, mesmo invisíveis, se tornam responsáveis por criar a subjetividade capitalista, sobretudo de ordenamento dos corpos. Pois, como o cerne do capitalismo é a transformação de tudo em mercadoria, inclusive como vimos com Marx, os trabalhadores, quanto mais ordenado "racionalmente" e pragmaticamente, como vimos em Weber por influência da teologia da prosperidade protestante (sobretudo calvinismo), o sistema penitenciário, hospitalar e até educacional, funcionam na domesticação de corpos que serão produzidos para aumentar a produção.

2.4.3.2.2. O filósofo também encontra que em toda forma de poder, na história das sociedades há formas de resistência.

2.4.3.2.3. O poder para Foucault, está em toda parte, provém de todos os lugares. O poder é permanente, repetitivo, inerte, autoreprodutor, busca se fixar. E o poder não é uma instituição e nem uma estrutura, não é uma certa potência de que alguns sejam dotados: é o nome dado a uma situação estratégica complexa numa sociedade determinada.

2.4.3.2.4. O intelectual que atua no domínio do “universal” e do “exemplar” é substituído pela figura do intelectual que necessariamente ocupa uma posição específica. Sua atuação é local e regional. Seu engajamento, como qualquer engajamento político, apenas terá significado se não comportar uma pretensão totalizadora e puder atuar localmente no regime de “verdade/poder” em que estiver inserido.

3. Homo Socius

3.1. Como nos Tornamos Humanos

3.1.1. Antecipando Perigos

3.1.2. Perseverando na Vida

3.1.3. O Outro nos tornando Humanos

3.2. Organizações Sociais

3.2.1. Sociedades Primitivas

3.2.2. Sociedades Imperiais

3.2.3. Sociedades Capitalistas