
1. Carreira Diplomática
1.1. Em 1943, Vinicius de Morais foi aprovado no concurso para Diplomata e seguiu para os Estados Unidos, onde assumiu o posto de vice-cônsul em Los Angeles. Serviu sucessivamente em Paris, a partir de 1953, em Montevidéu, a partir de 1959 e novamente em Paris em 1963.
1.2. Vinicius voltou definitivamente ao Brasil em 1964. Em 1968 foi aposentado compulsoriamente pelo Ato Institucional Número Cinco. O compositor era malvisto pelo governo militar, pois era artista e bebia. Foi expulso do serviço diplomático, depois de 26 anos de carreira.
2. Poemas de Vinícius de Moraes
2.1. Vinicius de Moraes foi um poeta significativo da Segunda Fase do Modernismo. Ao publicar sua Antologia Poética, em 1955, admitiu que sua obra poética se dividia em duas fases:
2.1.1. A primeira fase carregada de misticismo e profundamente cristã, começa em O Caminho para a Distância (1933) e, termina com o poema, Ariana, a Mulher (1936).
2.1.2. A segunda fase, iniciada com Cinco Elegias (1943), assinala a explosão de uma poesia mais viril. “Nela – segundo ele – estão nitidamente marcados os movimentos de aproximação do mundo material, com a difícil, mas consistente repulsa ao idealismo dos primeiros anos.”
2.2. Seu grande tema foi o amor e suas múltiplas manifestações: saudade, carência, desejo e paixão. O "Poetinha", como era chamado, foi um escritor da modernidade amorosa como expressou no poema Soneto da Fidelidade (1946)
2.2.1. “De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento Quero vive-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento. E assim, quando mais tarde me procure Quero saber a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure.”
2.3. Ao englobar o “mundo material” em sua produção artística, Vinicius se inclina por uma lírica comprometida com o cotidiano, onde buscou os grandes dramas sociais do seu tempo. Um exemplo é o poema Rosa de Hiroshima (1954)
2.3.1. “Pensem nas crianças Mudas telepáticas Pensem nas meninas cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas oh não se esqueçam Da rosa da rosa Da rosa de Hiroshima”. (...)
3. Teatro
3.1. Em 1956, Vinicius de Moraes estreou o musical Orfeu da Conceição, no palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com cenário de Oscar Niemeyer e música de Tom Jobim. Foi o ponto de partida para a Bossa Nova.
3.2. Em 1959, o filme Orfeu do Carnaval, do francês Marcel Camus, baseado na peça de Vinícius, ganhou a Palma de Ouro de Cannes e o Oscar de melhor filme estrangeiro.
3.3. Orfeu da Conceição (1954)
3.4. Cordélia e o Peregrino (1965)
3.5. Pobre Menina Rica (1962)
4. Vida pessoal
4.1. O lugar preferido da casa de Vinícius era a banheira, onde passava horas a fio escrevendo.
4.2. Nos shows, se apresentava sentado diante de uma garrafa de uísque. No final da vida, diabético, foi obrigado a trocar o malte pelo vinho branco. Mas jamais abriu mão de seu doce preferido, o papo-de-anjo.
4.3. Vinicius casou-se nove vezes e teve cinco filhos. O primeiro casamento, com Beatriz Azevedo de Mello foi o mais longo e durou onze anos.
4.4. Suas outras esposas fora: Regina Pederneira, Lila Bôscoli, Maria Lúcia Proença, Nellita de Abreu, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta Rodrigues e a última, Gilda Matoso.
4.5. Vinicius de Moraes faleceu no Rio de Janeiro, no dia 09 de julho de 1980, quando compunha a trilha do programa infantil “Arca de Noé” devido a problemas decorrentes de um edema pulmonar agudo e o coração não resistiu.
5. Prosa
6. Biografia de Vinicius de Moraes
6.1. > Ocupação Poeta brasileiro > Data do Nascimento 19/10/1913 > Data da Morte 09/07/1980 (aos 66 anos)
6.2. Vinicius de Moraes (1913-1980) foi um poeta e um dos maiores compositores da música popular brasileira, além de ter sido um dos fundadores da Bossa Nova, um movimento musical surgido nos anos 50. Foi também dramaturgo e diplomata.
6.3. Marcus Vinicius Melo Morais, conhecido como Vinicius de Moraes, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de outubro de 1913. Filho do funcionário público e poeta Clodoaldo Pereira da Silva e da pianista Lídia Cruz desde cedo já mostrava interesse por poesia.
6.4. Entre os seus maiores sucessos está "Garota de Ipanema" que teve a letra escrita por Vinicius e a canção composta por Tom Jobim, em 1962
6.5. Ingressou no colégio jesuíta Santo Inácio onde fez os estudos secundários. Entrou para o coral da igreja onde desenvolveu suas habilidades com a música. Em 1928 começou a fazer as primeiras composições musicais.
7. Faculdade de Direito
7.1. Trabalhou como representante do Ministério da Educação na censura cinematográfica, até 1938, quando recebeu uma bolsa de estudos e seguiu para Londres, onde cursou Literatura Inglesa na Universidade de Oxford.
7.2. Em 1929, Vinicius iniciou o curso de Direito da Faculdade Nacional do Rio de Janeiro. Em 1933, ano de sua formatura, publicou seu primeiro livro de poemas, O Caminho Para a Distância. Nessa época, já era amigo dos poetas Manuel Bandeira, Mário de Andrade e Oswaldo de Andrade.
7.3. Trabalhou na BBC londrina até 1939. Em 1940, de volta ao Brasil, iniciou a carreira jornalística no jornal “A Manhã”, escrevendo uma coluna como crítico de cinema.
8. Carreira musical e parcerias
8.1. A carreira musical de Vinicius teve início em 1927, quando começou a compor com Paulo e Haroldo Tapajós, mas só se consolidou na década de 1950, com os momentos dos três grandes fundadores da Bossa Nova na música popular brasileira: Vinicius, Tom e João Gilberto.
8.2. Cada vez mais voltado para a música, escreveu letras para músicas inéditas de Tom Jobim, como Lamento do Morro e Mulher, Sempre Mulher, gravadas em 1956. Entre outras músicas destacam-se:
8.2.1. Eu sei que vou te amar (1958) – escrita em parceria com Tom Jobim,
8.2.2. Chega de Saudade (1958) – letra de Vinícius e música de Tom Jobim,
8.2.3. Garota de Ipanema (1963) – letra de Vinicius e música de Tom Jobim, foi um dos maiores sucessos da dupla,
8.2.4. Minha Namorada (1964) – feita em parceria com Carlinhos Lira,
8.2.5. Arrastão (1965) – feita em parceria com Edu Lobo. Venceu o I Festival de Música Popular Brasileira da TV Excelsior,
8.2.6. Samba em Prelúdio (1962) e Canto de Ossanha (1966) – feitas em parceria com Baden Pawell, que juntos produziram mais de cinquenta músicas.
8.2.7. Gente Humilde (1970) – música de Garoto, letra de Vinícius e de Chico Buarque.