1. Principais conceitos e relações
1.1. Clima
1.1.1. O clima está relacionado aos diversos fenômenos que ocorrem na atmosfera da Terra, como frentes frias, tempestades e furacões, que estão ligados tanto às mudanças meteorológicas como a um conjunto de variações dos elementos meteorológicos.
1.2. Climatologia: O estudo do clima
1.2.1. A Climatologia possibilita que sejam reunidas semelhanças entre várias regiões do planeta por meio da análise das variações médias dos elementos meteorológicos, ao longo das estações do ano, por um período médio de 30 anos.
1.3. Atmosfera e sua importância para os climas
1.3.1. É a camada gasosa que envolve o planeta, composta principalmente por gases e vapor d'água, e que quanto maior a altitude menor a densidade e mais rarefeita se torna a atmosfera.
1.3.1.1. A camada mais importante é a Troposfera (Tropo = Movimento) onde se acumulam 99 % dos gases e ocorrem as manifestações e fenômenos climáticos.
1.3.1.1.1. A Troposfera é variável (6 a 20 km), sendo mais delgada nos polos e menos espessa na linha do equador, e a temperatura varia nas camadas da atmosfera, onde existem camadas muito frias ou muito quentes.
1.4. Classificação de Köppen-Geiger
1.4.1. A classificação climática mais utilizada é a de Köppen-Geiger. Ela é baseada na Fitogeografia e na Ecologia, já que a vegetação natural de cada grande região da Terra é, essencialmente, uma expressão do clima nela registrado.
1.4.1.1. Dessa forma, as fronteiras entre regiões climáticas foram elaboradas para corresponder, na medida do possível, às áreas de cada tipo de vegetação, razão pela qual as distribuições globais dos tipos climáticos e a distribuição dos biomas apresentam grande ligação.
1.4.1.1.1. De maneira geral, as diferenças entre os climas estão associadas à variação de latitude e altitude, como também à ação das massas de ar, surgindo, assim, climas quentes em áreas de baixa latitude, climas secos em regiões desérticas e de semiaridez, climas temperados em latitudes médias e climas frios em elevadas latitudes e altitudes, sendo que cada um possui características diferentes em relação a temperatura, pressão, umidade e pluviosidade. O mapa a seguir espacializa mundialmente a classificação climática de Köppen-Geiger:
2. Climas quentes
2.1. Climas quentes são climas localizados em áreas de baixa e média latitude, próximas à linha do Equador e aos trópicos, onde as temperaturas são mais elevadas devido à incidência direta dos raios solares durante todo o ano, sendo eles o clima equatorial, o tropical e o subtropical.
2.1.1. Clima equatorial
2.1.1.1. O clima equatorial é localizado na zona intertropical, próximo à linha do Equador, com médias mensais de temperatura em torno de 25°C, baixa amplitude térmica e elevados índices pluviométricos, superiores a 2000 mm de precipitação total anual. Como nessas regiões há grandes florestas equatoriais, o índice de evapotranspiração é constante, o que eleva a umidade do ar.
2.1.1.1.1. A dinâmica da atmosfera nessas regiões é marcada pela presença da zona de convergência intertropical e pelo predomínio de fenômenos convectivos, o que ocasiona precipitação intensa, em geral, associada a trovoadas durante o período mais quente do dia, no início da tarde.
2.1.2. Clima tropical
2.1.2.1. O clima tropical está localizado na zona intertropical, entre o trópico de Câncer e o trópico de Capricórnio, sendo denominado megatérmico por possuir temperaturas médias anuais superiores a 20 °C. Pode ser dividido em: tropical úmido, tropical úmido e seco, tropical monçônico e tropical de altitude.
2.1.2.1.1. Tropical úmido – É um clima com temperaturas elevadas no verão, podendo atingir até 40 °C, e amenas no inverno, com uma média de 20 °C. Do tipo quente e úmido, possui elevado índice pluviométrico, com média térmica elevada durante o ano e amplitude térmica baixa. Pode ser encontrado no litoral brasileiro, na África e no Sudeste Asiático.
2.1.2.1.2. Tropical úmido e seco – Existem grandes semelhanças entre esse clima e o clima tropical úmido, no entanto, o clima tropical úmido e seco possui verão chuvoso e inverno seco, com pluviosidade entre 1000 e 2000 mm ao ano. Pode ser encontrado na Região Central do Brasil e nas savanas africanas.
2.1.2.1.3. Tropical monçônico – Clima encontrado no sul da Ásia e leste da África, bastante influenciado pelas monções. Possui verões quentes com chuvas torrenciais e invernos secos.
2.1.2.1.4. Tropical de altitude – Esse clima possui o mesmo regime de chuvas do clima tropical úmido, mas as temperaturas se assemelham às do clima subtropical, com a presença de geadas, como nas serras da Região Sudeste do Brasil.
2.1.3. Clima subtropical
2.1.3.1. Verifica-se o clima subtropical em regiões geográficas próximas ao sul do trópico de Capricórnio e ao norte do trópico de Câncer, com temperaturas que variam normalmente entre 0 °C e 20 °C.
2.1.3.1.1. Apresenta baixas médias térmicas anuais e elevada amplitude térmica. As chuvas são bem distribuídas durante o ano, podendo chegar a 2000 mm. Tem incidência na Região Sul do Brasil, sendo o clima brasileiro que mais se assemelha à zona temperada do planeta.
3. Climas secos
3.1. Os climas secos são marcados por baixa umidade do ar e pluviosidade anual, podendo apresentar temperaturas baixas ou elevadas. Devido à baixa umidade atmosférica, esses climas possuem alta amplitude térmica diária, com elevadas temperaturas durante o dia e baixas temperaturas à noite. São localizados em áreas desérticas e semidesérticas. Os principais são árido e semiárido.
3.1.1. Clima árido ou desértico
3.1.1.1. O clima árido ou desértico é caracterizado por noites frias e dias quentes, possuindo as maiores amplitudes térmicas diárias do planeta, com temperaturas que podem variar de 0 °C a 50 °C. Suas principais áreas de ocorrência são: o norte do México, o sudoeste dos EUA, o norte da África, a Arábia, o Irã, o Paquistão, o interior da Austrália, o sudoeste da África do Sul e a faixa litorânea do Peru e do Chile.
3.1.2. Clima semiárido
3.1.2.1. O clima semiárido possui baixa umidade e pouco volume pluviométrico, apresentando normalmente uma precipitação média anual entre 300 mm e 800 mm. Pode ser encontrado em áreas semidesérticas e no Nordeste brasileiro, devido à dinâmica irregular das massas de ar que atuam nessa área.
4. Climas frios
4.1. Os climas frios são encontrados em latitudes ou altitudes elevadas e possuem invernos longos e verões curtos. Estão divididos em: polar, frio continental e frio de montanha ou de altitude ou siberiano.
4.1.1. Polar
4.1.1.1. O clima polar localiza-se nas altas latitudes, nas regiões polares. O mês mais quente não supera 10 °C, e o inverno pode registrar temperaturas de –35 °C. Na região do Ártico, a temperatura pode chegar aos –60 °C, e na Antártida, registram-se temperaturas de –85 °C.
4.1.1.1.1. Sua localização abrange, no hemisfério Norte, o norte da Sibéria, do Alasca e do Canadá, toda a Groenlândia e a maior parte da Islândia. No hemisfério Sul, compreende todo o continente antártico. A precipitação anual é muito reduzida, com média pluviométrica normalmente inferior a 250 mm. As baixas temperaturas no verão e as altas pressões no inverno não favorecem a evaporação, e a precipitação se dá, principalmente, sob a forma de neve.
4.1.2. Frio continental
4.1.2.1. O clima frio continental situa-se, essencialmente, entre os paralelos 55 °C e 65 °C nas regiões da Noruega, do Alasca, da Sibéria e do Canadá. Esse clima registra temperaturas extremamente baixas, inferiores a –10 °C nos meses de novembro a fevereiro, e ligeiramente superiores a 0 °C de junho a agosto. Sua pluviosidade é baixa durante todo o ano.
4.1.3. Frio de montanha
4.1.3.1. No clima frio de montanha, a temperatura diminui com a altitude devido à decrescente capacidade de o ar absorver a energia solar. A redução da densidade e da umidade do ar, a partir de certa altitude, limita cada vez mais a absorção do calor solar por parte da atmosfera. A temperatura tende a ser muito baixa, mas a amplitude térmica é bastante elevada por causa da intensa insolação durante o dia e da forte irradiação durante a noite.
4.1.3.1.1. Com o aumento da altitude, há uma elevação na ocorrência das precipitações até que a quantidade de vapor de água na atmosfera tenha diminuído de modo sensível. A pressão diminui com a altitude e, dessa forma, o efeito da baixa pressão junta-se à rarefação do ar. Passados os 4000 m, a maior parte das pessoas começa a sentir os efeitos do chamado “mal da montanha”, que se caracteriza por dores de cabeça, tonturas, náuseas, fraqueza e hemorragias no nariz e nos ouvidos.
5. Climas temperados
5.1. Os climas temperados são localizados em latitude entre os trópicos e os círculos polares na Zona Temperada Norte e Sul, sendo predominantes na porção norte do planeta devido à maior concentração de continentes nessa região. De maneira geral, são climas com as quatro estações do ano bem definidas, em que a temperatura varia normalmente ao longo do ano, com a média térmica acima de 10 °C nos meses mais quentes, e entre –3 °C e –18 °C nos meses frios. São divididos em: temperado continental, temperado oceânico, temperado mediterrâneo e temperado subártico.
5.1.1. Temperado oceânico
5.1.1.1. No clima temperado oceânico, o verão é suave, e as temperaturas médias mensais variam entre 15 °C e 20 °C. No inverno, as temperaturas são moderadas, geralmente superiores a 5 °C. A amplitude térmica anual é inferior à registrada no temperado continental. A precipitação distribui-se de forma regular ao longo do ano, embora se registrem valores mais elevados no outono e no inverno, entre 500 e 2500 mm. O clima temperado oceânico é característico, por exemplo, das cidades de Limoges (França) e Prince Rupert (Colúmbia Britânica, Canadá).
5.1.2. Temperado mediterrâneo
5.1.2.1. As regiões caracterizadas pelo clima temperado mediterrâneo têm verões quentes e secos, bem como invernos frios e relativamente chuvosos. Os verões nas regiões próximas ao mar Mediterrâneo são menos secos que os das outras regiões desse clima, que podem ser encontrados na costa oeste da América do Sul e do Norte, no sul da Austrália e na África do Sul. O período de chuva ocorre de 2 a 4 meses no inverno, com média pluviométrica anual entre 300 e 900 mm, dificilmente ocorrendo precipitações no restante do ano. Lisboa (Portugal) e Madri (Espanha), por exemplo, possuem esse clima.
5.1.3. Temperado subártico
5.1.3.1. O clima temperado subártico pertence às regiões do interior dos continentes, também em latitudes superiores a 45º Norte/Sul. É caracterizado por certa escassez de chuvas, normalmente no inverno, devido à distância das áreas de influência marítima e, de igual maneira, por uma elevada amplitude térmica anual. Possui verões curtos e frescos, bem como invernos longos, com seis meses de temperaturas abaixo de 0 °C. Punta Arenas (Chile) e Monte Dinero (Argentina) são exemplos de cidades com esse clima.
5.1.4. Temperado continental
5.1.4.1. O clima temperado continental possui invernos rigorosos e verões quentes. As precipitações são mais elevadas no verão, podendo ocorrer sob a forma de neve no inverno. As chuvas variam anualmente entre 500 e 1200 mm e concentram-se no verão e na primavera. Esse clima é próprio das regiões do interior dos continentes e possui notável amplitude térmica estacional, com as temperaturas de verão bastante altas que contrastam fortemente com os invernos muito frios. A temperatura média anual é inferior a 10 °C. Moscou (Rússia) e Chicago (EUA) são exemplos de locais onde esse clima é predominante.