
1. Crise de 1929
1.1. a maior crise econômica do sistema capitalista teve início em 24 de outubro de 1929, nos Estados Unidos, não o afetando somente, mas se configurando em uma crise global chamada de A Grande Depressão
1.2. contexto histórico
1.2.1. enquanto os países europeus se encontravam em uma forte recessão após a Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos da América se tornou uma grande potência, passando a ser a base da economia global.
1.2.2. devido à queda na economia europeia, os EUA se tornaram grandes exportadores de produtos industriais e agropecuários, e, assim, o liberalismo econômico corroborou com a ampliação da quantidade dos bancos e das suas ações. esses bancos passaram a oferecer crédito tanto para os estadunidenses quanto para estrangeiros, valorizando o dólar ao ponto de este ser elevado ao status de moeda referência mundial. Tal período, assim, ficou conhecido como "anos felizes" ou "anos loucos".
1.2.3. o rápido e intenso crescimento estadunidense, assim como o exacerbado consumo de bens e produtos contribuíram para o descontrole, ainda que isto fosse incentivado pelo próprio governo ao propagar o "american way of life", imposto aos cidadãos uma lógica de consumo obsessivo e tóxico pautado na busca pela felicidade através do ato de consumir cada vez mais, o que produzia um grande lucro.
1.2.3.1. fordismo
1.3. causas
1.3.1. com o amplo desenvolvimento econômico ao longo de dez anos, o terreno para a crise estava fertilizado pela produção que crescia ao mesmo passo que o consumo desenfreado. no entanto, houve o ponto em que o consumo passou a diminuir, movimento que não foi seguido pela produção, que continuava a aumentar. Como os salários não acompanhavam a demanda de produção, aqueles que desejavam produzir já não eram capazes de comprar. o desenvolvimento da indústria aumentou o número de desempregados, o que afetou a linha de lucro. ademais, a recuperação das economias europeias afetou diretamente os grandes compradores de produtos vindos dos EUA, que, então, passaram a não consumir o mesmo que antes. Dessa maneira, como a produção estadunidense não parava, o mercado estagnou.
1.3.2. durante os "anos felizes", muitos estadunidenses compraram ações na bolsa de valores, ato muito incentivado e fácil de concretizar. Com a mudança de cenário, muitas pessoas tentaram, de forma desesperada, vender suas ações a fim de arrecadar dinheiro para a própria sobrevivência. essa quantidade enorme de ações sendo vendidas motivou a desvalorização da bolsa e a queda descontrolada do valor das ações, o que ficou conhecido como "o crash da bolsa".
1.3.3. em outubro de 1929, a falência dos empresários, bancos e cidadãos deu início à crise capitalista, que gerou uma reação em cadeia frente aos outros países, uma vez que a economia dos EUA era o alicerce mundial. a recessão que se seguiu expôs muitas pessoas à miséria e ao desespero, incitando a depressão e, consequentemente, muitos suicídios.
1.4. o fim
1.4.1. após a vitória de Roosevelt, em 1932, a economia voltou a se estabelecer. O candidato foi eleito pela promessa de intervir profundamente no Estado a fim de reparar os danos da crise, indo para o lado oposto ao liberalismo.
1.4.2. New Deal
1.4.2.1. o plano de recuperação total da economia propunha o controle sobre bancos e instituições financeiras, a criação da previdência social e a construção de obras de infraestrutura para gerar empregos. O plano foi bem sucedido e, assim, recuperou a economia estadunidense, mesmo que a instabilidade tivesse permanecido por quase uma década.
2. Crise de 2008
2.1. a causa dessa crise, que talvez tenha sido pior que a grande depressão, foi a bolha imobiliária estadunidense. Essa bolha foi causada pelo aumento nos valores imobiliários que não foi acompanhado por um aumento da renda da população.
2.1.1. uma bolha imobiliária é o fenômeno que descreve a cessão de mais créditos, atraindo consumidores, o que causou a valorização dos imóveis. Muitos desses empréstimos foram de alto risco e, como muitos não tiveram uma forma de pagar, os bancos foram descapitalizados. ou seja, os bancos ofereceram empréstimos a juros baixos a população financiar a compra de imóveis, mesmo que a pessoa não tivesse renda suficiente para quitá-los. A grande procura por imóveis fez com que os preços aumentassem. A consequência foi uma bolha imobiliária, uma vez que as pessoas financiaram imóveis a um preço muito acima do que realmente valiam. Dessa forma, os bancos começaram a aumentar a taxa de juros dos empréstimos, isto é, as pessoas teriam que pagar mais juros em cima do valor emprestado, o que muitas não tinham condição de fazer. Com efeito, os bancos não tinham mais dinheiro para realizar suas operações.
2.2. causas
2.2.1. apesar de associar-se a crise com a falência do banco Lehman Brothers, as origens do problema estão nos anos 90 devido à larga prática da hipoteca.
2.2.1.1. como muitas pessoas que não tinham a possibilidade de quitar o empréstimo o conseguiram, os "subprime mortgages" representavam as hipotecas de alto risco.
2.2.1.1.1. o mercado financeiro lastreado nessas hipotecas, negociaram ao redor do mundo, aumentando o risco dessas operações
2.2.2. a estagnação da renda das famílias e o alto gato do governo com a guerra do Afeganistão e Iraque contribuíram para a crise. A alta inflação fruto dos gastos com a guerra fizeram com que, a partir de 2004, os juros aumentassem a fim de diminuir a inflação.
2.2.2.1. o aumento dos juros pôs famílias em uma situação financeiramente delicada, uma vez que, agora, não conseguiam mais créditos nem honrar suas dívidas provenientes das hipotecas.
2.2.2.1.1. em 2006, as instituições que ofereciam hipotecas de alto risco começaram a quebrar, impactando de forma direta os bancos maiores envolvidos nas ações com o Lehman Brothers.
2.3. consequências
2.3.1. sistema financeiro mundial
2.3.1.1. quando o governo se negou a salvar o banco que ia à falência, as bolsas ao redor do mundo entraram em colapso por conta dos investidores que resgataram suas aplicações, reduzindo a liquidez do mercado
2.3.1.1.1. os bancos se tornaram incapazes de cobrir tantos saques.
2.3.1.2. como o governo não deu auxílio, o Bank of America comprou a maior corretora estadunidense, fazendo com que as bolsas mundiais perdessem 30% do seu valor.
2.3.1.2.1. a AIG – uma das maiores seguradoras do país –, então, teve seu crédito rebaixado por ter subscrito mais contratos de derivativos de crédito do que sua capacidade de pagá-los. Isso significa que a seguradora informou que teria a capacidade de quitar mais empréstimos do que tinha dinheiro para fazer. Com isso, o governo norte-americano decidiu intervir e injetar recursos públicos para salvar a empresa
2.3.2. Estados Unidos da América
2.3.2.1. a renda coletiva das famílias teve uma queda maior que 25% e o desemprego chegou a 10,1%.
2.3.3. Europa
2.3.3.1. a população europeia teve maior prejuízo nos países em que a principal fonte de renda é o turismo.
2.3.3.1.1. redução dos direitos trabalhistas
2.3.4. Brasil
2.3.4.1. o impacto no Brasil, por ser um país emergente, não foi tão visível, mas pode ser sentido pelas maiores empresas.