Moral e Ética

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1. Moral

1.1. Imperativo Categórico: Conceito elaborado por Kant que considera Moral apenas a ação oriunda de um dever incondicional. Logo o sujeito moral sente-se intimamente obrigado a agir segundo determinadas regras. Sua ação para ele é necessária, isto porque o bem moral é um bem em si.

1.1.1. Durkheim, sociólogo francês, aceita a definição de Kant e para ele o plano moral corresponde a uma realidade humana, realidade esta durante séculos despertada pela religião, mas também passível de ser ocupada pelos mandamentos do Ser Coletivo.

1.1.1.1. Na área da Psicologia, Freud (1991) não hesitou em afirmar que o superego “se manifesta enquanto imperativo categórico”. Não há um “tribunal da razão” como se refere Deleuze, mas há um tribunal baseado nas esferas inconscientes.

1.1.1.1.1. Freud (1971) também expressa seu pessimismo moral dizendo que em numerosos adultos, o medo da punição, e não o sentimento do dever, explica a correção de seus atos. Tanto Durkheim quanto Freud acreditam na hipótese de que a moral instala-se em cada indivíduo por um processo de interiorização, uma pressão social que molda o indivíduo.

1.2. Existem dois tipos de relativismo moral, um que podemos chamar de axiológico, outro de antropológico.

1.2.1. O relativismo axiológico implica pensar que todos e quaisquer valores morais assumidos por diversas culturas ou pessoas (e as regras de conduta decorrentes) equivalem-se, sendo impossível estabelecer uma hierarquia entre eles ou considerar alguns como imorais.

1.2.1.1. Escreve Spaemann (1994): “A tolerância não é, de forma alguma, a decorrência natural do relativismo moral, como é frequentemente afirmado. A tolerância tem seu fundamento numa convicção moral bem determinada, uma convicção para a qual exige-se universalidade".

1.2.1.1.1. O relativismo antropológico é de outra espécie: não consiste em afirmar que todas as opções morais se valem, mas que, de fato existem.

1.3. as pesquisas de Kohlberg mostram que poucos são os indivíduos que chegam ao estágio da moral pós-convencional, a maioria ficando na moral convencional, justamente aquela que pensa a moral como garantia de estabilidade social (e não como inspiração para uma sociedade melhor, como pensam aqueles no estágio ulterior).

1.3.1. o objetivo das investigações de Kohlberg e Piaget foi o de observar e analisar a dimensão racional da moralidade, não sua dimensão afetiva. Falam pouco ou nada no que tange ao aspecto energético da ação e ficam devendo uma explicação para a ação moral que leve em conta a relação entre juízo e volição.

1.3.1.1. as teorias psicológicas clássicas da motivação para a ação moral são baseada no relativismo moral e a heteronomia básica de cada indivíduo e as teorias do juízo moral são embasadas na realidade da autonomia e da progressiva unidade da moral, mas nos privamos de um entendimento do querer agir.

2. Ética

2.1. Spitz (1995) faz dessa preferência: “Esse termo (ética), que tomou uma importância cada vez maior, veio para aliviar o inextricável embaraço daqueles que desejariam falar em moral sem ousar pronunciar esta palavra”. Desse modo, apenas o nível de abstração faz a diferença entre os dois termos.

2.1.1. Ricoeur (1990) define moral como o fizemos até agora. Todavia, reserva o termo ética para outro plano: o da definição e busca do que seja uma ‘vida realizada’, ou, em termos filosóficos clássicos, uma ‘vida boa’ ou ‘feliz’.

2.1.1.1. O plano ético referente ao tema da ‘vida boa’ e o plano moral, ao tema dos deveres para com outrem e para consigo mesmo. Falamos em plano ético para diferenciar forma e conteúdo. Com efeito, as respostas ao que seja uma ‘vida boa’ podem variar, logo, há variadas éticas, como há diversas morais.

2.1.1.1.1. A questão da vida boa não é nova, que ela preocupa os filósofos desde a antiguidade, e que as respostas dadas costumam responder pelo nome de eudemonismo (teoria da felicidade como bem para o homem).

2.2. Kant (1994), um dos primeiros a colocar ordem nos conceitos de moral e ética, propõe que se defina ética como a ciência das leis da liberdade (a física seria a ciência das leis da natureza).

2.2.1. há dois argumentos de Kant incontornáveis:

2.2.2. O primeiro se refere a variedade de respostas possíveis ao que seja a felicidade. Para ele embora o conceito de felicidade sirva em todos os casos de base para a relação prática dos objetos da faculdade de desejar, ele é apenas o título geral dos princípios subjetivos de determinação e nada determina especificamente.

2.2.2.1. Em suma, para Kant (1990), a moral é uma ciência que ensina não a maneira pela qual nós devemos nos tornar felizes, mas aquela pela qual devemos nos tornar dignos da felicidade. Essa última definição de moral, rica e precisa, mostra o quanto os planos moral e ético não se articulam facilmente. Todavia, a referência à ‘dignidade’ fornece-nos uma pista de como estabelecer essa articulação.

2.2.3. O segundo é pautado na busca da felicidade que é determinada pela sensibilidade, logo por algo sobre o qual o homem não tem domínio, em relação ao qual, portanto, é heterônomo. Ora, a responsabilidade moral implica a autonomia.

3. Moral e Ética

3.1. Ricoeur (1990) apresenta uma posição, por assim dizer, intermediária, ao estabelecer “a primazia da ética sobre a moral, a necessidade para a perspectiva ética de passar pelo crivo da norma (moral), e a legitimidade de um recurso da norma à perspectiva (ética) quando a norma conduz a impasses práticos”. Teríamos, portanto, o seguinte quadro: a moral limita a ética.

3.1.1. Cada um seria livre para escolher a ‘vida boa’ que quiser, contanto que reconheça aos outros o mesmo direito, que não os trate como instrumento e que se preocupe com seu bem-estar.

3.1.1.1. “o sentido verdadeiro da vida não reside nem no prazer, nem na conservação” diz o filósofo Spaemann.

3.2. Concordamos com o inevitável reducionismo implicado pelas teses hedonistas, embora reconheçamos não ser fácil derrubá-las. Mas há uma coisa nelas que deve ser resgatada: a identificação de algo que esteja presente em todas as opções possíveis de felicidade, ou, melhor dizendo, algo que explica – pelo menos em parte – as escolhas feitas para viver uma ‘vida boa’. Acreditamos encontrar esse invariante na noção de sentido da vida.

3.2.1. Camus (1973) elege o suicídio como grande problema filosófico porque julga que “o sentido da vida é a mais urgente das perguntas”.

3.2.1.1. Para esse Taylor, ‘dar sentido’ é “definir o que torna as reações apropriadas: identificar o que torna algo um objeto digno delas e, correlativamente, melhor definir a natureza das reações e explicar tudo que está implicado quanto a nós mesmos e nossa situação no mundo”.

3.2.1.1.1. Como escreve Collin (2003), “a reflexão ética moderna esteve frequentemente confrontada à questão da perda de sentido da vida” (p. 41). Desse modo, para nós, o invariante do plano ético é a busca de sentido para a vida, e os diversos conteúdos dependerão dos diversos sentidos atribuídos à vida. Já podemos perceber uma relação entre o plano ético e o plano moral: se o grande problema da vida é ela fazer sentido, deduz-se que a moral, ela mesma, e as obrigações dela derivadas, devem também fazer sentido.

3.3. Piaget (1954) concordava plenamente com Freud, por ver, na tendência à superação de si mesmo, o vetor do desenvolvimento e a motivação central para as ações. Assumimos, portanto, a hipótese de que a vida somente pode fazer sentido para quem experimenta o sentimento de nela autoafirmar-se, expandir-se, em uma palavra, atribuir-se valor. Pela recíproca, quem não consegue, seja lá por que motivo for, atribuir a si próprio valor, não consegue dar sentido à sua vida e, logo, não usufrui de uma ‘vida boa’.

3.3.1. A tese acima exposta pode ser traduzida com dois ou- tros termos: representações de si e valor.

3.3.2. Entendemos o Eu como um conjunto de representações de si (imagens que a pessoa faz de si). Não importa conferir se tais representações - que podem ser conflitivas ou contraditórias - correspondem, de fato, ao que a pessoa realmente é ou a como é vista pelos outros, mas sim sublinhar o fato de que elas correspondem ao que ela julga ser.

3.3.3. Essas representações de si são sempre valor. Definimos valor como investimento afetivo, tal qual Piaget (1954), e assumimos que, inevitavelmente, o Eu é objeto de investimento afetivo. Por isso dizemos que as representações de si são sempre valor. Coerentemente com a teoria de Adler, assumimos também - e isto é essencial para nossa análise - que a busca de representações de si com valor positivo é lei fundamental da vida humana.

4. A práxis do psicólogo no contexto Moral e Ético

4.1. A prática do psicólogo em seu trabalho deverá estar alicerçada em seus afazeres profissionais e sociais, seguindo as regras do seu Código de Ética Profissional.

4.1.1. Neste aonde estão incorporadas as prescrições sobre as suas normas e formas de conduta moral e profissional, com os requisitos indispensáveis e necessários ao relacionamento correto dos psicólogos entre si, deles com seus pacientes e para com terceiros, interligando-se o saber fazer e o saber conduzir-se para a probidade harmoniosa de sua conduta social e do seu comportamento profissional.

4.1.1.1. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

4.2. Os profissionais da Psicologia atuam numa tentativa de análise comportamental de alguns enunciados verbais sobre moral e ética. A dissociação entre “dizer” e o “fazer” éticos a complexidade envolvida na assimilação de contingências sociais, regras ou leis são destacadas.

4.2.1. O reconhecimento e a atribuição de direitos são apontados como bases para o desenvolvimento de reconhecimentos éticos e para a superação da dissociação entre o “dizer” e o “fazer” éticos.