
1. ACOLHIMENTO, ANAMNESE E PLANO DE CUIDADO
1.1. ACOLHIMENTO
1.1.1. Consiste na identificação da demanda.
1.1.1.1. Pode acontecer por encaminhamento do indivíduo pelo médico, pela busca ativa do farmacêutico ou pela demanda espontânea. É necessário construir uma relação de confiança!
1.1.1.2. Ambiente tranquilo, confortável e com privacidade é importante.
1.1.1.3. O farmacêutico deve
1.1.1.3.1. Abordar os benefícios da vacinação
1.1.1.3.2. Demonstrar disponibilidade para solucionar dúvidas que o paciente e/ou familiar apresentar
1.2. ANAMNESE
1.2.1. Permitirá a identificação das necessidades vacinais, que devem seguir os calendários estabelecidos por:
1.2.1.1. – Plano Nacional de Imunização (PNI);
1.2.1.2. – Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)
1.2.2. Coletar e registrar
1.2.2.1. Idade
1.2.2.2. Sexo
1.2.2.3. Condição atual de saúde
1.2.2.4. Presença de doença
1.2.2.5. Medicamentos em uso
1.2.2.5.1. Medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico deverão ser suspensos por 6 semanas após a aplicação da vacina contra varicela.
1.2.2.5.2. Não é recomendado o uso profilático e rotineiro de antiinflamatórios, analgésicos e antitérmicos para prevenir febre, pois podem reduzir a resposta imune.
1.2.2.6. Exposição a doenças no trabalho
1.2.2.7. Plano de viagens para regiões endêmicas
1.2.2.8. Estado vacinal prévio
1.2.2.9. Identificar situações especiais e preucações
1.2.2.9.1. Alergia
1.2.2.9.2. Eventos adversos
1.2.2.9.3. Prazo da ultima vacina administrada
1.2.2.9.4. Gravidez
1.2.2.9.5. Planejamento da gravidez
1.3. PLANO DE CUIDADO
1.3.1. Selecionar as vacinas e insumos necessários
1.3.2. Higienizar as mãos
1.3.3. Administrar vacinas
1.3.4. Descartar os residuos gerados
1.3.5. Preencher o cartão de vacinação e as DSFs
1.3.6. Registrar as vacinas e as doses
1.3.7. Informar sobre reações adversas
1.3.8. Monitar os pacientes por 30 minutos após a vacinação
1.3.9. agendar as datas das próximas vacinas
2. ESTRUTURA E INSUMOS
2.1. Antes da higiene das mãos, dispor na bancada todo o material que será necessário e conferir se há espaço suficiente nos coletores, para descarte dos resíduos.
2.2. Recomendações fundamentais - frascos multidoses:
2.2.1. Seguir o prazo de uso e temperatura recomendados nas referências técnicas dos fabricantes - pode ser de poucas horas
2.2.2. Manter na temperatura indicada, geralmente de 2°C a 8°C,
2.2.3. Registrar data e hora da abertura do frasco-ampola para controle e uso no prazo determinado
2.3. Inspecionar a integridade da embalagem exterior, o seu prazo de validade
2.4. Verificar se houve interrupção da Cadeia de Frio (nunca utilizar vacinas que tenham sofrido interrupção da Cadeia de Frio),
2.5. Nunca deixe de inspecionar a integridade da vacina, de sua embalagem e o seu prazo de validade
2.6. Especificação de seringas
2.6.1. Seringas com bico em rosca são as mais indicadas para medicamentos pela via IM,
2.6.2. Optar por seringas que tenham dispositivo de segurança, tecnologia que reduz o risco de acidente percutâneo, pois isola a agulha após a realização do procedimento.
2.7. Especificação de agulhas
2.7.1. Dimensões descritas na embalagem de agulhas contêm duas medidas: calibre e comprimento
2.7.2. A primeira medida é o calibre da agulha e a segunda medida é o comprimento, em milímetros
2.7.2.1. EXEMPLO: 0,70 X 25 (0,70 É O CALIBRE E 25 É O COMPRIMENTO, EM MILÍMETROS).
2.7.3. Há um código de cores do canhão da agulha, cada cor identificando o calibre da agulha
2.7.4. VIA INTRAMUSCULAR:
2.7.4.1. Por exemplo, a administração IM exige uma agulha mais longa do que a administração SC
2.7.4.1.1. comprimento de 20 mm: podem ser mais adequadas para crianças, especialmente com reduzido volume de tecido muscular
2.7.4.1.2. comprimento de 25 mm: suficiente para atingir o deltóide e o vasto lateral na maioria dos pacientes (mais indicados para vacinação)
2.7.5. VIA SUBCUTÂNEA
2.7.5.1. Agulhas mais curtas reduzem o risco de injeção IM - são consideradas mais seguras para todos os pacientes, especialmente crianças
2.7.5.1.1. Fazer prega subcutânea (usando 2 ou 3 dedos para pinçar o local) e usar ângulo de 45 graus são estratégias indicadas na aplicação de vacinas na via SC para reduzir o risco de aplicação no músculo
2.7.6. VIA INTRADÉRMICA
2.7.6.1. Para aplicação na via intradérmica, agulhas de 13 mm são as mais indicadas. O Manual de Normas e Procedimentos em Vacinação, do MS, publicado em 2014, indica a agulha 0,38 x 13, ou seja, com calibre de 0,38 mm
2.8. EPIs
2.8.1. Segundo a NR 32, “os EPIs, descartáveis ou não, deverão estar à disposição em número suficiente nos postos de trabalho, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou a reposição”
2.8.1.1. SOBRE O USO DE LUVAS
2.8.1.1.1. Não substituem a higienização das mãos. A proteção conferida por elas não é total e existe a possibilidade de contaminação das mãos durante a sua remoção
2.9. PREPARO DA DOSE
2.9.1. verificar se as características organolépticas da vacina correspondem ao descrito nas referências técnicas dos fabricantes
2.9.1.1. Ao considerar suspeita de desvio de qualidade, registrar queixa técnica no NOTIVISA.
2.9.2. Seringas preenchidas oferecem maior segurança pois têm a dose pronta para ser administrada!
2.9.3. Frasco-ampola - sistema que se mantém fechado durante todas as etapas do preparo da dose. A técnica asséptica no manuseio destes frascos irá garantir a esterilidade do seu conteúdo. Outros cuidados fundamentais:
2.9.3.1. utilizar uma nova agulha a cada aspiração, preparo e/ou aplicação,
2.9.3.2. nunca manter uma agulha fixada na película de borracha do frasco,
2.9.3.3. a reconstituição da vacina deve ser feita de acordo com as instruções das referências técnicas dos fabricantes, em especial o volume, tipo de diluente, prazo e temperatura de armazenamento.
2.9.4. No caso de suspensões acrescenta-se o cuidado de movimentar o frasco-ampola antes da aspiração da dose para garantir a ressuspensão e consequente administração da dose prescrita
2.9.5. As vacinas orais
2.9.5.1. Podem ser unidose, como é o caso da rotavirus, ou multidose, como é apresentada a vacina oral contra poliomielite (VOP), disponível no sistema público de saúde
2.10. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
2.10.1. VIA ORAL (VO)
2.10.1.1. Vacinas aplicadas na via oral têm absorção na mucosa e ação no trato gastrointestinal. Se a criança cuspir ou regurgitar: Não é indicado refazer. Quando vacinas orais forem administradas junto de outras vacinas injetáveis, optar por fazer a oral primeiro, por ser a menos desconfortável
2.10.2. VIA INTRADÉRMICA (ID)
2.10.2.1. Aplicação na derme
2.10.2.1.1. Ocorre a formação de uma pápula imediatamente após a injeção,
2.10.2.1.2. Usada para aplicação de BCG
2.10.2.1.3. Vacina antirrábica pode também ser aplicada na via ID em algumas situações (em geral, utiliza-se a via IM
2.10.2.2. Não há recomendação sobre a necessidade de fazer antissepsia da pele com álcool a 70° antes da administração vacinas por via ID, SC e IM
2.10.3. VIA SUBCUTÂNEA (SC)
2.10.3.1. Por serem pouco vascularizados, a absorção do medicamento através dos capilares no SC é lenta e contínua,
2.10.3.1.1. • A seleção do local de administração considera
2.10.3.1.2. • Por oferecer menor risco de a vacina atingir a circulação sanguínea, a via SC é indicada para aplicação de vacinas atenuadas,
2.10.3.2. Usar prega subcutânea com os dedos polegar e indicador da mão não dominante (podendo acrescentar o dedo médio), fazer uma prega subcutânea para evidenciar o tecido SC, formando uma dobra que se destaque da camada muscular,
2.10.3.3. • Usar agulhas curtas. As agulhas indicadas para a aplicação de vacinas SC têm comprimentos de 13 mm, segundo o Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação, publicado em 2014 pelo Ministério da Saúde, e o comprimento de 16 mm é o indicado por referências americanas e australianas.
2.10.3.4. Ângulo: fazer a angulação que evite injeção no músculo:
2.10.3.4.1. – O uso de ângulo menor que 90° é indicado quando há risco de aplicação IM considerando-se a espessura de SC do local e o comprimento da agulha disponível
2.10.3.4.2. – Referências australianas e americanas indicam exclusivamente o ângulo de 45° nas injeções subcutâneas de vacinas,
2.10.3.4.3. – O manual do MS (2014) indica que o ângulo pode ser ajustado conforme a massa muscular do vacinado
2.10.3.5. Não há recomendação sobre a necessidade de fazer antissepsia da pele com álcool a 70° antes da administração vacinas por via ID, SC e IM
2.10.4. VIA INTRAMUSCULAR (IM)
2.10.4.1. Deltóide
2.10.4.1.1. É o local mais usado para a aplicação de vacinas IM em adultos, Indicado para a vacinação de indivíduos com mais de 24 meses de idade, segundo o Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação do Ministério da Saúde (2014) e as referências técnicas dos fabricantes de vacinas
2.10.4.2. Vasto lateral
2.10.4.2.1. Segundo o Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação do Ministério da Saúde (2014), é o local indicado para a aplicação de vacinas em crianças com menos de 24 meses
2.10.4.3. Dorso glúteo
2.10.4.3.1. não é indicado para vacinas, sendo a região de escolha para a aplicação de imunoglobulinas e soros
2.10.4.4. Ventroglúteo
2.10.4.4.1. apesar de muito segura e indicada em muitas literaturas, deve ser utilizada apenas por profissionais que estejam capacitados
2.10.4.5. Usar técnica em Z:
2.10.4.5.1. Usar agulha com comprimento que atinja o tecido muscular. Agulhas com 25 mm de comprimento são indicadas para a maioria dos pacientes,
2.10.4.5.2. Aplicar com ângulo de 90° - pode ser ajustado, conforme o volume muscular no local da injeção,
2.10.4.5.3. Se a massa muscular for pouco desenvolvida (p. ex., crianças pequenas, indivíduos idosos ou muito magros), pode-se também fazer a elevação do músculo (prega muscular), puxando-o entre o polegar e os outros dedos da mão
2.10.4.5.4. Não há recomendação sobre a necessidade de fazer antissepsia da pele com álcool a 70° antes da administração vacinas por via ID, SC e IM