FEBRE
Resumo do guia de prática clínica do CFF sobre Febre. Atividade realizada durante estágio supervisionado.
1. Fatores que agravam a febre - Temperatura ambiente e umidade do ar; - Vestuário e cobertura do corpo
1.1. Não é necessário dar um suador ao paciente. É mito que isso alivie a febre.
2. Condutas:
2.1. Encaminhamento a outro profissional ou serviço de saúde;
2.2. Terapia não Farmacológica;
2.2.1. Reduzir o desconforto da febre;
2.2.2. Aumentar a perda de calor, reduzindo a temperatura corporal.
2.2.3. Inclui: banhos de esponja com água morna, banho em água morna e manta fina. Roupas leves, não cobrir demais o paciente. Não utilizar soluções alcoólicas no corpo.
2.3. Terapia farmacológica;
2.3.1. Mais utilizados: ipubrofeno, AAS, naproxeno, dipirona e paracetamol. Contra-indicações: indicadas de acordo com os grupos especiais. Todos possuem diversas marcas, com exceção da TEUTO que não é disponibilizada. Preços variam de 5,99 a 29,00 reais (Novalgina, apresentação de 1g).
2.3.2. Cautela em regiões endêmicas de dengue, principalmente quanto ao uso de AAS.
2.3.3. Não recomenda-se o uso de dipirona, porque não foram encontrados estudos (revisões sistemáticas, meta-análises) recentes sobre o seu emprego na febre.
2.3.4. Cautela quanto ao seu uso devido a interações medicamentosas inclusive com fitoterápicos e drogas vegetais.
2.4. Educação e orientação ao paciente;
2.4.1. Quanto a forma de administração dos medicamentos
2.4.2. Quanto a conduta frente ao problema
2.4.3. Quanto a forma de utilização dos termômetros disponíveis.
3. É interessante que haja uma avaliação dos resultados
3.1. Avaliar os resultados obtidos com base nas suas recomendações ao paciente.
3.2. Avaliar os resultados também de acordo com o resultado que era esperado para o medicamento/terapia aplicada.
4. Novo Tópico
5. ACOLHIMENTO
5.1. ANAMNESE
5.1.1. Observar: - Início, frequência, duração; - Características (sintomas associados) e gravidade;
5.1.1.1. Deve-se mensurar a temperatura com termômetro, pois é o meio mais adequado. Observar a precisão do termômetro.
5.1.1.1.1. A partir de janeiro de 2019 ficou proibido o uso de termômetros de mercúrio no Brasil, em especial por profissionais da saúde.
5.1.1.2. Padrões de manifestação da febre: constante, intermitente, remitente, recidivante, recorrente. Essa classificação ainda não é suficiente para identificar a causa, mas ajuda na tomada de decisão para encaminhamento do paciente ao médico ou não.
5.1.2. Busca de infos para relacionar a febre com problemas de saúde. Ajuda a selecionar a intervenção mais adequada.
5.1.3. Identificar se houve falha terapêutica e/ou reações adversas.
5.2. No curso do estado febril, medir a temperatura sempre no mesmo aparelho e no mesmo lugar, afim de ter uma comparação correta dos resultados.
5.3. Serve para identificar situações que requerem intervenção do farmacêutico (orientação de qual medicação utilizar, p. ex), ou se há necessidade do encaminhamento para outro profissional de saúde, como por exemplo médico.
5.4. Sinais e sintomas associados podem ser características que auxiliam no encaminhamento do paciente de forma mais adequada, então é interessante conhecer algumas características de quadros clínicos.
5.5. Identificação de situações especiais e precauções: fatores que devem ser considerados já que podem interferir no diagnóstico e terapia do paciente.
5.5.1. Populações especiais
5.5.1.1. Crianças: De maneira geral, é interessante que a medida seja feita por via axilar, em termômetro eletrônico;
5.5.1.1.1. Evitar o uso profilático e rotineiro de paracetamol para prevenir febres após adm de vacinas. Pode haver diminuição de resposta com a adm do mesmo. Considerar tto profilático somente em casos com histórico de febre elevada em dose anterior ou histórico de convulsão febril.
5.5.1.2. Grávidas: De modo geral é uma condição comum.
5.5.1.2.1. Evitar uso de AINES.
5.5.1.2.2. Recomenda-se uso de paracetamol
5.5.1.3. Puérperas e lactantes: Na lactação pode ocorrer febre devido a inflamação do tecido mamário, e se deve encaminhar a outro profissional. Em puérperas febre deve ser investigada e encaminhada a outro profissional.
5.5.1.3.1. Medicamento durante a lactação deve ser avaliada com cautela, tentando sempre manter que a lactante possa continuar amamentando. Mais uma vez, evitar uso de AINES. Novamente é recomendado o uso do paracetamol.
5.5.1.4. Idosos: Deve-se tomar cuidado na avaliação de sua temperatura, já que é uma população que pode apresentar infecções afebris e com hipotermia, e infecções com estado febril estão associadas a infecções graves. Mensuração difícil. Utilizar a via axilar.
5.5.1.4.1. Evitar utilizar AINES, já que aumentam risco de sangramento GI (ainda mais com agentes antiagregante plaquetário). Utilizar o paracetamol como primeira escolha.
5.5.2. Situações especiais quando há uma doença crônica.
5.5.2.1. Hipertensão arterial: Evitar uso de AINES Quando não for possível, utilizar somente pelo tempo mínimo necessário. Utilizar preferencialmente paracetamol.
5.5.2.2. Insuficiência cardíaca: Situação pode ser agravada pela febre. AINES também afetam negativamente, uso deve ser evitado. Paracetamol é o mais indicado.
5.5.2.3. Doença gastrointestinal: Evitar o uso de AINES, devido efeitos adversos no TGI graves. Utilizar paracetamol.
5.5.2.4. Insuficiência renal: Evitar uso de AINES, pois pode gerar efeitos adversos renais. Utilizar paracetamol.
5.5.2.5. Asma: AINES, AAS, paracetamol. dipirona podem causar efeitos adversos pulmonares. Recomenda-se uso de ipubrofeno
5.5.2.6. Epilepsia: Pode haver propensão a episódios convulsivos associados à febre. Necessário esclarecimento a essa população.
5.5.2.7. Arboviroses (dengue, zika, chicungunha, febre amarela) Utilizar preferencialmente dipirona ou paracetamol. No caso da febre amarela, não tratar a febre. TODAS devem ser encaminhadas e são de notificação compulsória
5.6. Tentar identificar se a febre é causada por medicamentos.
5.6.1. Sendo induzida por fármacos, encaminhar prontamente.