A CONDIÇÃO DIALÉTICA DO SUJEITO E DA HISTÓRIA

Fenomenologia existencial

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A CONDIÇÃO DIALÉTICA DO SUJEITO E DA HISTÓRIA by Mind Map: A CONDIÇÃO DIALÉTICA DO SUJEITO E DA HISTÓRIA

1. ONTOLOGIA E PROJETO

1.1. o sujeito não é ser em-si

1.1.1. o qual não precisasse estabelecer relação para existir

1.2. é ser para-si

1.2.1. é por princípio liberdade, pois não está determinado no seu vira-ser

1.2.1.1. é um projeto:

1.2.1.1.1. não está pronto, está por se fazer, e ele será precisamente aquilo que fizer com aquilo que se fez dele.

1.2.1.1.2. eleger um projeto, qualquer que seja ele, faz-se uma obrigação ontológica para os sujeitos rumo à humanização.

1.2.2. “o fundamento do para-si é justamente a relação com o outro”. (SARTRE)

1.2.2.1. É a parir da relação com o outro que o sujeito apreende significados e sentidos para o mundo e para si, e, mais do que isso, é a partir dessa relação que é significado como um ser humano entre outros seres-humanos.

1.2.2.1.1. experimenta a alienação e a sensação de estar fora da história, como se esta fosse estranha a ele já que ela é escrita por outros também

1.3. Por ser projeto, o sujeito é definido por um futuro

1.3.1. se faz no presente, com base num passado e dirigido por um desejo, por aquilo que ainda não é e projeta vir a ser

1.3.1.1. transita a partir de um campo de possíveis sociais e históricos

1.4. O Projeto

1.4.1. não é um acontecimento que o sujeito toma consciência em determinado momento de sua vida

1.4.2. acontece no plano do vivido, resulta no/do próprio sujeito, pois é sobre o projeto que o sujeito se constitui

1.4.2.1. mesmo se esse projeto for alienado ou for vivido no plano de uma refl exão não posicional de si.

1.4.3. existe desde que o sujeito é lançado no mundo e se encontra condicionado a todas as suas experiências vividas

1.4.3.1. as quais oferecem um contorno ou uma coloração particular

1.4.3.1.1. diferencial entre o projeto de um sujeito e de outro.

1.4.4. Caracterizado por ser dinâmico

1.4.4.1. é sempre atualizado, e se constitui num movimento de totalizações, retotalizações e destotalizações incessantes

1.4.4.1.1. É por causa disso que Sartre fala que a vida desenvolve-se em espiral.

1.4.5. campo de instrumentos (teóricos e práticos)

1.4.5.1. são fundamentais, podendo tanto dos desviar de nosso projeto inicial, promovendo sofrimento

1.4.5.2. ou nos levar ao encontro dele, possibilitando realização existencial,

1.4.5.3. ou ainda, podendo imprimir a possibilidade de alteração do projeto inicial

1.5. Por meio de um movimento dialético e não excludente, alteram-se e formam novas sínteses, num único ato

1.5.1. “cada significação transforma-se, não cessa de se transformar e sua transformação repercute sobre todas as outras” ( SARTRE)

2. para entender um sujeito

2.1. deve ser buscada a sua especificidade histórica, restituindo-lhe suas funções e suas múltiplas dimensões

2.1.1. evitando assim o risco de cairmos na generalidade

2.2. Para compreender e analisar o sujeito

2.2.1. Sartre propõe uma saída do abstrato para o concreto, buscando evitar as significações idealistas para recolocar o homem no seu quadro histórico

2.2.1.1. quais os instrumentos e o campo de possíveis em cada época e num contexto existencial específi co.

3. o sujeito se constitui a partir das relações e, conseqüentemente, das mediações que estabelece com o mundo.

3.1. o homem, em seu sentido genérico, se faz um sujeito singular/original, já que pode se fazer diferente do que a história fez dele

3.1.1. um sujeito universal, já que contém a história da humanidade em si, e se encontra aberto a uma diversidade de possibilidades em curso.

4. A verdadeira pesquisa intelectual, implica numa passagem pela singularidade do pesquisador.

4.1. Para isso precisa situar-se no universo social,para capturar e destruir nele e fora dele os limites que a ideologia impõe ao saber

4.1.1. É no nível da situação que pode agir a dialética da interiorização e da exteriorização

4.1.1.1. é um trabalho dialético de um universal singular sobre universais singulares,

4.1.1.1.1. primeiro no concreto, depois no abstrato

5. Perspectiva histórico-dialética

5.1. Dialética

5.1.1. o conhecimento provém da experiência concreta dos homens na cotidianidade como fruto das relações dos sujeitos com as coisas, com a cultura, com outros sujeitos e com o tempo

5.1.1.1. a humanização

5.1.1.1.1. a realidade, promovendo projetos individuais e coletivos e, consequentemente, produzindo sujeitos singulares e sociedades diversificadas que compõem a história humana.

5.1.2. considera, improdutivo tentar reduzir compreensões da realidade a explicações lógico-formais.

5.1.3. o ser é dialético

5.1.3.1. no plano ontológico

5.1.3.1.1. ele é uma totalidade que implica a afirmação e a negação

5.1.3.2. considerar que os homens, suas objetivações e seus trabalhos, as relações humanas, enfim, são o que há de mais concreto

5.1.3.3. no plano antropológico

5.1.3.3.1. o ser se realiza não apenas enquanto mundo natural, mas também e, fundamentalmente, como mundo histórico

5.1.4. sujeito concreto aparece como sujeito livre histórico, essencialmente temporal

5.1.5. Adotar o método dialético, portanto, é

5.1.6. a concepção de práxis

5.1.6.1. é uma passagem do objetivo para o objetivo, através da interiorização

5.1.6.1.1. o projeto, superação subjetiva da objetividade no sentido da objetividade, estendido entre as condições objetivas do meio e as estruturas objetivas do campo dos possíveis, representa em si mesmo a unidade movente da subjetividade e da objetividade, essas determinações cardeais da ação.

6. O MOVIMENTO PROGRESSIVO REGRESSIVO E A PESQUISA

6.1. uma forma de compreender o sujeito, na medida em que busca se amparar em análises que percorrem as sínteses totalizadoras, tanto das singularidades como do coletivo

6.1.1. o duplo movimento que vai da singularidade à universalidade,

6.1.1.1. singularidade, sempre dentro da perspectiva histórica

6.1.1.1.1. síntese horizontal

6.1.1.1.2. síntese vertical

6.2. Na medida em que a condição humana é entendida como dialética, torna-se impossível ao pesquisador ausentar-se da relação com o seu objeto.

6.2.1. dois momentos específicos.

6.2.1.1. da cumplicidade ou analítico regressivo

6.2.1.2. criticidade ou histórico genético

6.2.2. A descrição fenomenológica é fundamental para a efetivação do método

6.2.2.1. Partindo da premissa de que ser e aparecer são a mesma coisa

6.2.3. Isto quer dizer que os sujeitos e as situações históricas podem se fazer diferentes do que são, já que considerar a temporalidade e a mudança, pode estar ampliando suas possibilidades de ser no mundo.