1. Criadores da CDU
1.1. Paul Marie Ghislain Otlet: (Bruxelas, 1868 — 1944) foi autor, empresário, visionário, advogado e ativista da paz; ele é uma das pessoas que são consideradas os pais da ciência da informação, uma área que ele chamava de "documentação". Otlet criou a Classificação Decimal Universal, um dos exemplos mais proeminentes de documentação facetada.
1.2. Henri La Fontaine: (Bruxelas,1854 — 1943) foi um jurista e político belga. Foi presidente do Gabinete Internacional Permanente para a Paz, agraciado com o Nobel da Paz de 1913. Juntamente com Paul Otlet é considerado um dos criadores da documentação. La Fontaine era advogado e foi autor de um conjunto de textos e manuais sobre legislação e de uma história da arbitragem internacional. Foi também o fundador da revista La Vie Internationale.
2. Diferença entre CDD E CDU
2.1. A CDD trabalha no mínimo com três dígitos, que podem se seguidos por um ponto e subclasses. Para complementar a tabela principal, Dewey criou a tabela de divisões de forma, língua, literatura, geográfica e de tempo. Sua notação é fácil, baseando-se em números arábicos na sequência decimal e também utiliza letras do alfabeto. Suas classes principais sempre são escritas em centena e se subdividem decimalmente. Uma característica fundamental desse sistema é a adaptabilidade de sua notação às necessidades de bibliotecas de natureza e tamanho diferentes. A CDD pode ser empregada para classificações genéricas, e, igualmente, para classificações específicas.
2.2. A CDU é um sistema de conceitos hierarquicamente estruturados, onde o conhecimento está dividido em dez classes que se subdividem novamente em forma decimal, do geral ao específico. Sua estrutura é formada por tabelas principais, tabelas auxiliares e índice alfabético. As tabelas auxiliares têm uma estrutura própria utilizando símbolos matemáticos e pontuação ordinária para diferenciação dentro da notação. Sua notação é formada por números decimais além de indicadores de facetas especiais, com os dois pontos como um sinal de relação versátil.
3. O que é
3.1. É um sistema de classificação documentária desenvolvido pelos bibliógrafos belgas Paul Otlet e Henri la Fontaine no final do século XIX. Ela é baseada na classificação decimal de Dewey, mas usa sinais auxiliares para indicar vários aspectos especiais de um assunto ou relações entre assuntos
4. CDU no Brasil
4.1. O IBICT é o responsável pela CDU no Brasil desde 1997
4.2. Versão mais recente
4.2.1. 2ª Edição‐Padrão Internacional em Língua Portuguesa do ano de 2007, o conteúdo está atualizado com alterações e modificações feitas pelo Consórcio CDU no período de 1996 a 2004.
5. Edições da CDU
5.1. Desenvolvidas
5.1.1. em vários idiomas, a única completa é a terceira edição em alemão. Tem dez edições sendo a nona edição traduzida para português;
5.2. Médias
5.2.1. em 1962 inicia-se sua preparação para servir de meio termo entre a desenvolvida e a abreviada. As edições médias têm 25% da desenvolvida. Atualmente há três edições médias: em alemão, em francês e em português, tradução feita pelo IBICT em 1972;
5.3. Abreviadas
5.3.1. atingem 10% das edições desenvolvidas, dando o verdadeiro sentido universal da CDU. Traduzidas em 16 línguas;
5.4. Condensadas
5.4.1. dão uma visão de conjunto da classificação. Traz 2,5% da edição desenvolvida
5.5. Especiais
5.5.1. apresentam uma ou algumas classes relacionadas;
5.6. Parciais
5.6.1. extraída das desenvolvidas são como que separatas com ou sem acréscimo dos Projetos de extensões ou de assuntos afins.
6. Objetivo
6.1. Servir de base para a compilação do Repertório Bibliográfico Universal
7. Classificação
7.1. Processo de classificar
7.1.1. Pela cor
7.1.2. Pela forma
7.1.3. Por data
7.1.4. Por prioridade
7.1.5. entre outros.
7.2. Produto
7.2.1. Conjunto de conceitos estruturados e arranjados sistematicamente, de acordo com os objetivos, critérios ou características determinadas. Ex.: CDD, CDU.
7.3. Classificar
7.3.1. palavra do latim classis (para designar grupos entre o povo romano)
7.4. Manifesta
7.4.1. “Em atividades [processo de classificar] de nomeação, definição, análise, generalização, discriminação, demarcação, amostragem, filtragem, padronização, distribuição, separação, individualização, identificação, seleção, agrupamento, categorização, ordenação, posição, organização, distinção, correlação, tabulação, mapeamento, correspondência, desenho, controle, estruturação e coordenação.” (SATIJA, 1998, p. 32)
7.5. Classificar é:
7.5.1. “Entendida como processo mental de agrupamento de elementos portadores de características comuns capazes de ser reconhecidos como uma entidade ou conceito, constitui uma das fases fundamentais do pensar humano.” (CAMPOS, 1973, p.16)
7.5.2. “O processo mental de reconhecimento e agrupamento; o ato de ordenar grupos ou classes em determinada ordem; o ato ou a arte de determinar o lugar no qual uma coisa (objeto, ideia, documento, etc.) deve ser enquadrada num sistema de classificação.” (SAYERS, 1955)
7.5.3. “A arte de dar aos livros um lugar exato num sistema de classificação, no qual os vários ramos do saber ou a descrição da vida humana, em seus vários aspectos, estão agrupados conforme suas semelhanças e diferenças ou suas relações recíprocas”. (MERRIL, 1958)
7.6. Zedler, em 1733, cunhou o nome, no Universal Lexicon: palavras latinas classis + facere: Representar uma divisão de apelações do Direito Civil. Final séc. XVIII: empregada para a ordenação das ciências.
7.7. Sistemas de classificação
7.7.1. “Um mapa completo de qualquer área do conhecimento, mostrando todos os seus conceitos e suas relações.” (LANGRIDGE, 1977)
7.7.2. “Conjunto de classes apresentado em ordem sistemática. É uma distribuição de um conjunto de ideias por um certo número de conjuntos parciais, coordenados e subordinados. (PIEDADE, 1983, p.29)
8. Metadados
8.1. Metadados é uma forma de descrever recursos eletrônicos dispostos na internet. Na literatura, o temo é genericamente definido como dados sobre dados: um conjunto de elementos que possuem uma semântica padronizada, possibilitando descrever as informações eletrônicas ou recursos eletrônicos de maneira bibliográfica.
9. Classificação bibliografica
9.1. Linguagem documentária, sistema verbal‐simbólico, artificialmente construído, a partir de signos normatizados, que, geralmente, buscam cobrir todos os campos do conhecimento. (TRISTÃO; FACHIN; ALARCON, 2004)
9.2. Linguagem estruturada, que possui uma divisão por classes, que são divididas em subclasses, e assim, sucessivamente, até chegar ao termo mais específico. Essa sequência, geralmente, respeita a ordem natural das coisas.
10. Edição mestre
10.1. A 2ª edição (de 1927) tornou‐se o arquivo‐mestre do CDU, passando a receber as alterações e correções até 1993.
11. Melhor adaptaçao
11.1. Em unidades especializadas, pois você pode aplicar a CDU da melhor forma que achar para especificar um assunto.
12. Manutenção e atualiazaçao
12.1. A partir de Janeiro de 1992, a responsabilidade pela atualização e manutenção da CDU ficou com o Consórcio CDU (UDC Consortium): ◦ Sediado na Holanda e formado por instituições de informação: Espanha, Países Baixos, Reino Unido, Japão e a própria FID (extinta em 2002); ◦ O Consórcio CDU assumiu todas as responsabilidades e direitos autorais pela CDU.
13. Principios fundamentais
13.1. Classificação
13.1.1. Por ser uma classificação no sentido restrito da palavra, agrupa ideias nos seus aspectos concordantes;
13.2. Universalidade
13.2.1. Inclui todas as ramificações do conhecimento humano, encarando-as de vários aspectos;
13.3. Decimalidade
13.3.1. O conhecimento humano é dividido em dez classes, que também se subdividem decimalmente, do geral ao específico, pela adição de cifras decimais.
14. Características Gerais
14.1. Mono‐hierárquica
14.1.1. Unidimensional: um lugar para cada coisa e cada coisa no seu lugar;
14.2. Exaustiva e específica
14.2.1. a exaustividade é possibilitada à medida em que a CDU permite representar tanto os assuntos mais gerais quanto os mais específicos: facilitado pelo sistema decimal.
14.3. Sistema decimal
14.3.1. permite representar os assuntos até o infinito, do GERAL para o ESPECÍFICO: cada dígito acrescido à direita representa um assunto mais específico.
14.4. Linguagem universal
14.5. Analítico‐sintética ◦ A CDU é semi‐facetada; ◦ permite decompor a análise de um determinado assunto em suas várias dimensões, principalmente, com o uso das tabelas auxiliares.
15. Sonho de Otlet
15.1. O sonho de Otlet: oferecer um índice de assuntos por meio do RBU que permitiria ir (por assunto) às especificidades do conhecimento; tinha a ideia de que o acesso ao conhecimento por todos os povos levaria a uma maior compreensão da concepção de alteridade: conhecer o outro (seus direitos e diferenças), para obter a paz mundial.
16. Tratamendo da informaçao
16.1. Indexação
16.1.1. Objetivos
16.1.1.1. Orientar o usuário sobre o conteúdo intelectual e a localização do documento;
16.1.1.2. Ser o elo de ligação entre o usuário e a informação
16.1.1.3. Auxiliar a recuperação entre o usuário e a informação
16.1.2. O que é:
16.1.2.1. Operação que consiste em escrever e caracterizar um documento, com o auxilio da representação dos conceitos nela contidos
16.1.3. Princípios
16.1.3.1. Especificidade
16.1.3.1.1. Assuntos devem ser identificados tão especificamente quanto possível
16.1.3.2. Exaustividade
16.1.3.2.1. Assuntos devem ser incluídos na sua totalidade em função das necessidades informacionais do usuário e do sistema de informação.
16.1.4. Etapas
16.1.4.1. Conhecimento do conteúdo do documento
16.1.4.2. Escolha dos conceitos
16.1.4.3. Tradução dos conceitos escolhidos
16.1.4.4. Incorporação dos elementos sintáticos
16.1.5. Intrumentos
16.1.5.1. Sistemas de classificação
16.1.5.1.1. CDU
16.1.5.1.2. CDD
16.1.5.2. Thesaurus
16.2. Linguagens de indexação
16.2.1. Características
16.2.1.1. - Controle da linguagem de indexação; - Linguagem de indexação livre; - Linguagem de indexação natural
16.2.2. As linguagens de indexação são linguagens artificiais, isto é, construidas à partir de um conjunto de regras que servem para representar abreviadamente o conteúdo de um documento.
16.3. Catalogação
16.3.1. O que é:
16.3.1.1. É uma atividade geralmente relacionada às bibliotecas e que consiste em registrar um conjunto de informações sobre um determinado documento ou conjunto de documentos. As informações registradas variam de acordo com o tipo de documento que está sendo catalogado.
16.4. Análise de assunto
16.4.1. O que é:
16.4.1.1. O processo de extrair conceitos que traduzam a essência de um documento é conhecido como “análise de assunto” para alguns, análise temática para outros e ainda como análise documentária ou análise de conteúdo.
16.4.2. Etapas
16.4.2.1. Identificação dos tópicos do livro;
16.4.2.2. - Identificação da intenção do autor;
16.4.2.3. - Inferência dos possíveis usuários;
16.4.2.4. - Relação dos tópicos de assunto com a coleção existente;
16.4.2.5. - Relação dos tópicos de assunto com o esquema de classificação e lista de cabeçalho de assunto.