1. O bastão de Esculápio
1.1. Essa representação remete a Asclépio, o deus grego da medicina, cujo nome em latim é Esculápio. O símbolo representa a árvore da vida (cajado) e o elo entre o conhecido e o desconhecido (serpente).
1.1.1. Sua semelhança com o caduceu de Hermes, símbolo comercial em que duas serpentes se enrolam em torno de um bastão com asas, é até hoje motivo de confusão.
1.2. No Brasil, o bastão de Esculápio prevalece, mas o caduceu de Hermes ou sua versão estilizada sem as asas podem ser vistos em algumas instituições e softwares médicos. Se a simbologia é alvo de debates e mudanças, imagine como a prática médica é influenciada por novas descobertas!
2. De volta à medicina mágica e religiosa
2.1. A medicina tem suas raízes nas culturas da antiguidade, em sistemas que se baseavam na magia e na religião. Quando o assunto é evolução da ciência médica, alguns povos antigos merecem destaque. Acompanhe!
3. Babilônios
3.1. Na Babilônia, os primeiros médicos eram sacerdotes. Eles tratavam principalmente transtornos mentais, que eram atribuídos à possessão por demônios e curados com rituais religiosos.
3.1.1. A contribuição desses curadores para a medicina foi enorme, uma vez que eles descreveram em detalhes diversas doenças e descobriram muitos princípios médicos.
4. Egípcios
4.1. A medicina egípcia foi influenciada pelo misticismo do Oriente e pelo contato com a natureza trazido da África. O destaque da época (cerca de 2.850 anos a.C.) foi Imhotep, o primeiro médico conhecido pelo nome.
4.1.1. Em um dos papiros médicos mais importantes, são descritos ferimentos e tratamentos cirúrgicos, abandonando um pouco a veia religiosa.
5. Hebreus
5.1. O povo de Israel acreditava que um único Deus era responsável pela saúde e pela doença. Assim, os médicos hebreus tinham como função principal supervisionar as regras de higiene social.
5.1.1. O vasto conhecimento anatômico desse povo veio da dissecação de animais sacrificados.
6. A história da medicina clássica
6.1. Já falamos em Esculápio, mas não mencionamos sua crença em cultos mágicos, como usar uma serpente, o símbolo de poder no mundo dos mortos, para lamber ferimentos. Apesar de contar com alguns seguidores, seus adeptos não eram tão coesos.
6.2. Como a religião e os sacerdotes não dominavam o cotidiano dos gregos, os rituais mágicos foram rapidamente abandonados na Grécia. Graças às navegações, o contato com nações vizinhas motivou estudos filosóficos na busca por explicações racionais para tudo, inclusive para as doenças
6.2.1. Foi nesse contexto que surgiu a medicina clássica. O primeiro nome que devemos citar aqui é Pitágoras, o maior responsável pelo desenvolvimento do sistema de medicina humoral.
6.2.1.1. De acordo com ele, o desequilíbrio entre os 4 humores do corpo — sangue (coração), fleuma (cérebro), bílis amarela (fígado) e bílis preta (baço) — era a causa de diversas enfermidades.
6.2.1.2. A teoria do equilíbrio do corpo por meio dos humores ganhou força com o pai da medicina, Hipócrates. Foi ele quem lançou as bases para uma abordagem racional da medicina.
6.2.1.2.1. Os escritos hipocráticos reúnem mais de setenta tratados que abrangem diversos assuntos, enfatizando a importância do tratamento e do prognóstico.
7. Hindus
7.1. A medicina do extremo oriente era baseada na luta entre as forças de destruição (Shiva) e restauração (Vishnu).
7.1.1. As práticas médicas não eram dissociadas dos rituais de encantamento, uma vez que os hindus também acreditavam na possessão demoníaca.
7.1.1.1. Muitos efeitos da idade, doença e morte foram descobertos por esse povo.
8. Os avanços da medicina científica moderna
8.1. O racionalismo foi aplicado pela primeira vez à medicina com Hipócrates.
8.2. Na Europa, no entanto, essa relação sofreu um apagão durante a Idade Média, quando as doenças voltaram a ser atribuídas a causas divinas, e os templos se tornaram os locais de curas milagrosas.
8.2.1. Durante esse período, os avanços da medicina se concentraram nos povos árabes, persas e judaicos.
8.2.2. Foram eles que codificaram a medicina grega e incorporaram escritos egípcios e ideias indianas para gerar importantes conhecimentos, tais como:
8.2.2.1. -distinção entre a varíola e o sarampo;
8.2.2.2. -reconhecimento das reações alérgicas;
8.2.2.3. -percepção da febre como forma de o corpo combater doenças;
8.2.2.4. -descoberta da natureza contagiosa das doenças infecciosas;
8.2.2.5. -identificação da circulação do sangue pelos pulmões;
8.2.2.6. -ênfase da experiência sobre a doutrina.
8.2.2.7. Foi durante o Renascimento que a história da medicina moderna começou na Europa.
8.2.2.7.1. Os cientistas e pesquisadores se desvencilharam da visão tradicional e baseada na ordem divina que justificava as doenças. Os tratamentos passaram a ser determinados por observações, experimentos e conclusões embasadas pela pesquisa científica.
9. A prática médica na atualidade
9.1. A história da medicina não tem um fim, pois nós vivenciamos a cada dia as inovações que impactam a área médica.
9.2. Atualmente, enxergamos o crescimento na humanização dos atendimentos, com a oferta de serviços de atenção integral ao paciente.
9.2.1. O objetivo agora não é apenas curar as doenças, mas oferecer melhor qualidade de vida para promoção do bem-estar físico, mental e social.
9.2.1.1. A tecnologia e os avanços da ciência se inserem nesse novo panorama de crescimento da medicina preventiva, com instrumentos voltados para que o cidadão se torne protagonista da sua saúde.
9.2.1.2. Os médicos devem estar atentos a essa nova realidade, que é influenciada por diversos fatores, incluindo:
9.2.1.2.1. -envelhecimento da população;
9.2.1.2.2. -maior preocupação dos pacientes com hábitos de vida saudáveis;
9.2.1.2.3. -flutuação nas taxas de mortalidade infantil;
9.2.1.2.4. -desenvolvimento de aplicativos para monitoramento da saúde (contadores de passos, calculadoras de calorias, calendários menstruais e tantos outros);
9.2.1.2.5. -aplicação de softwares para gestão de consultórios e clínicas;.
9.2.1.2.6. -preocupação com o uso racional de recursos (economia de energia, papel e água);
9.2.1.2.7. -desenvolvimento de métodos diagnósticos e de tratamento mais ágeis e confiáveis.
9.2.1.2.8. Acompanhar essas transformações demanda atualização constante. As maneiras de ficar por dentro das novidades que despontam vão desde a participação em eventos de medicina até a realização de uma pós-graduação, passando, ainda, pelos cursos de curta duração.