1. Ocorrem 470.000 casos por ano no mundo, é relacionada à baixa renda, condições sanitárias precárias e infecção bacteriana frequente. Acomete mais jovens na faixa etária de 7 anos, principalmente no período pré-escolar e escolar. Etiologia: EBHGA, grupo C ou G7. Somente cepas nefritogênicas (Presença de proteína M na parede das células, a qual é responsável por induzir a imunidade durante a infecção) são capazes de causar glomerulonefrite.
2. É um processo inflamatório de origem imunológica que acomete todos os glomérulos de ambos os rins, é uma sequela tardia não supurativa de estreptocócica, é a glomerulopatia mais comum da infância.
3. QUADRO CLÍNICO
3.1. Edema, hipertensão e hematúria, manifestam de 10-20 dias, no máximo 6 semanas após infecção estreptocócica. Indisposição, inapetência, cefaléia, edema periorbital em até 85% dos casos. Aumento brusco de peso. Hematúria. menos frequentes: cólicas abdominais, hipertermia, vômitos alimentares. Evolução natural: 7-15 dias após o início há desaparecimento de edema, aumento da diurese e normalização dos níveis tensionais. após 3 ou 4 semanas há o restabelecimento clínico geral.
4. EXAMES COMPLEMENTARES
4.1. Dosagem do complemento sérico. (Geralmente diminuído)
4.2. Ureia e creatinina. (Geralmente elevadas)
4.3. Alterações de sódio, potássio e bicarbonato.
4.4. Discreta anemia
5. TRATAMENTO
5.1. De acordo com o quadro clinico e situação socioeconomica. Repouso limitado, cota hidrica 20ml/kg/dia, dieta inicial com arroz e frutas, pobre em sódio. Restrição proteica em casos de IRA. Restrição de potassio em casos de oliguria importante.
5.1.1. *infecção estreptocócica: penicilina V 25.000-50.000 UI/kg/dia, VO, 6/6h, 8-10 dias.
5.1.2. ou penicilina benzatina dose única de 600.000U para <25kg e 1.200.000U >25kg.
5.1.3. ou eritromicina 30mg/kg/dia por 10 dias.7
5.1.4. *Diuréticos em congestão cardiocirculatória importante, oligo anúria e hipertensão sintomática: furosemida 1-5mg/kg/dia.
5.1.5. *Hipotensores em casos de que a hipertensão persista apesar do desaparecimento do edema e da oligúria, ou em hipertensão sintomática.
5.1.6. Hidralazina: 0,2-9,5 mg/kg/dose, EV 4/4h ou 6/6h. ou 1-4mg/kg/dia, VO, 8/8h.
5.1.7. Nifedipina: 0,1-0,25 mg/kg/dose 3/3h ou 4/4h ou 1-3mg/kg/dia, VO 6/6h ou 12/12h.
5.1.8. *Congestão circulatória: reduzir hipervolemia com furosemida 1-5mg/kg/dia. restrição hídrica, assistência ventilatória, sedação. dobutamina. Diálise peritoneal.
5.1.9. *Encefalopatia hipertensiva: nifedipina 0,2mg/kg sublingual, 4/4h ou 6/6h.
5.1.10. em emergências usar nitroprussiato de sódio 0,5-8mcg/kg/min, EV.
5.1.11. *Insuficiência renal aguda: restrição hidrossalina, kayexalate/sorcal 1g/kg, VO suspensão de 10% ou 20%, 4/4h ou 6/6h, nebulização com beta-2-adrenérgicos.