SÍNDROMES TÓXICAS
by Fernanda Nocchi
1. Síndrome Extrapiramidal
1.1. Tratamento: Suporte. Administração de L-dopa e agonistas dopaminérgicos + anticolinérgicos, entretanto esses medicamentos somente podem minimizar os sintomas.
1.2. É caracterizada pela interferência na via nigro-estrial, favorecendo o bloqueio de receptores dopaminérgicos, com supremacia da atividade colinérgica.
2. Síndrome Serotoninérgica
2.1. Sinais e sintomas: Náusea, vômitos, diarréia, diaforese, rubor facial, taquicardia ou bradicardia, oscilações nos níveis de pressão arterial, taquipnéia, lacrimejamento, delírios, alucinações, ataxia, midríase. Rigidez, hiperreflexia, hipertermia semelhante à síndrome neuroléptica maligna. Coma, midríase fixa, mioclonia, convulsões e arritmias cardíacas em casos graves.
2.2. Esta síndrome é causada pela estimulação excessiva de receptores serotoninérgicos centrais e periféricos
2.3. Tratamento: O tratamento da síndrome serotoninérgica consiste, principalmente, da retirada do medicamento suspeito de ter desencadeado a síndrome, fornecimento de cuidados de suporte, controle da agitação, administração de antagonistas serotoninérgicos, controle da instabilidade autonômica, controle da hipertermia.
3. Causas Tóxicas: Antipsicóticos: haloperidol, droperidol, clorpromazina, flufenazina, trifluperazina, perfenazina, tiotixeno, pimozida, risperidona. Antieméticos: metoclopramida e bromoprida.
4. Síndrome Anticolinérgica
4.1. É a síndrome resultante do antagonismo da acetilcolina nos receptores muscarínicos
4.2. Sinais e sintomas - Componente Central: alteração da consciência, desorientação, discurso incoerente, delírio, alucinações, agitação, comportamento violento, sonolência, coma, depressão respiratória central e raramente convulsões. Componente Periférico: hipertermia, midríase, membranas e mucosas secas, pele vermelha, quente e seca, vasodilatação periférica, taquicardia, diminuição da motilidade intestinal e retenção urinária.
4.3. Causas Tóxicas: Antidepressivos tricíclicos, anti-histamínicos (antogonistas H1 da histamina), atropina, escopolamina, vegetais beladonados (“ex: saia branca”)
4.4. Tratamento: O tratamento é primariamente de suporte (manter a função cardiovascular e respiratória). O paciente deve ser protegido de lesões auto-provocadas. Para isto, pode ser necessária contenção física ou farmacológica (diazepam)
5. Síndrome Colinérgica
5.1. Esta síndrome é determinada pela diminuição da atividade da enzima acetilcolinesterase.
5.2. É deflagrada pelo aumento de liberação de catecolaminas (anfetaminas); bloqueio de sua recaptação (cocaína); interferência no metabolismo (inibidores da Monoaminooxigenase, MAO); e estimulação direta de receptor (adrenalina).
5.3. Causas Tóxicas: Agrotóxicos organofosforados e carbamatos, fisostigmina (Ant-1) e certos cogumelos de ação muscarínica.
5.4. Tratamento: Suporte. Para a intoxicação aguda como inseticidas organofosforados e carbamatos, recomenda-se a administração de atropina. O uso de pralidoxima é recomendado apenas nas primeiras horas da intoxicação aguda por organofosforados. Em casos de convulsão esta pode ser controlada com diazepam.
5.4.1. Sinais e sintomas - Componente Central: agitação, alteração da consciência, letargia, convulsões, coma e progressão para óbito. Componentes Muscarínicos: miose, bradicardia, broncorréia, broncoespasmo, vômitos, diarreia, sialorréia, lacrimejamento e incontinência urinária. Componentes nicotínicos: midríase, taquicardia, broncodilatação, hipertensão, diaforese, fraqueza e fasciculação muscular.
6. Síndrome Sedativo-Hipnótica e Opióide
6.1. Sinais e sintomas: Sonolência, letargia, torpor, coma, depressão respiratória, hipotonia, hipotermia, hiporreflexia, hipotensão, bradicardia, ruídos hidroaéreos diminuídos, pupilas normais ou alternando miose/midríase (barbitúricos) ou miose puntiforme (opióide).
6.2. Causas Tóxicas: Sedativos-hipnóticos: álcool etílico, barbitúricos e benzodiazepínicos. Opióides: codeína, difenoxilato, fentanil, heroína, morfina e ópio.
6.3. Tratamento: O tratamento é primariamente de suporte (manter a função cardiovascular e respiratória). Após identificação do agente tóxico, se necessário, pode-se tomar medidas específicas para cada caso, alguns exemplos são: Benzodiazepínicos / Flumazenil *; Opióides / Naloxona; β-bloqueadores / Glucagon; Metanol / Etanol; Antidepressivos Tricíclicos / Bicarbonato de Sódio.
7. Sinais e sintomas - espasmos da musculatura da face (lábios, língua e região da mandíbula), pescoço (rigidez de nuca, torcicolo) e membros (sinal da roda dentada), tremores musculares nas extremidades, movimentos involuntários, sialorréia, sonolência. Em casos graves, hipertonia dolorosa generalizada, torpor, coma, miose ou midríase.
8. Síndrome Adrenérgica
8.1. Causas Tóxicas: Anfetamina e derivados, cocaína, efedrina, fenilefrina, pseudoefedrina; cafeína e teofilina em doses excessivas.
8.2. Tratamento: Suporte. Contenção física ou farmacológica.
8.2.1. Sinais e sintomas: Agitação, delírios, paranóia, taquicardia (ou bradicardia se o agente é um agonista alfa-adrenérgico puro), palidez (ou rubor), hipertensão, hipertermia, diaforese, piloereção, midríase e hiperreflexia. Convulsões, hipotensão e arritmia cardíaca em casos graves.