15. AS VIVÊNCIAS DO TEMPO E DO ESPAÇO E SUAS ALTERAÇÕES

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15. AS VIVÊNCIAS DO TEMPO E DO ESPAÇO E SUAS ALTERAÇÕES by Mind Map: 15. AS VIVÊNCIAS DO TEMPO E DO ESPAÇO E SUAS ALTERAÇÕES

1. - No estado de êxtase, há perda das fronteiras entre o eu e o mundo exterior; - A vivência do espaço no indivíduo em estado maníaco é a de um espaço extremamente dilatado e amplo, que invade o das outras pessoas; - Nos quadros depressivos, o espaço exterior pode ser vivenciado como muito encolhido, contraído, escuro e pouco penetrável pelo indivíduo e pelos outros; - Já o paciente com quadro paranoide vivencia seu espaço interior como invadido por aspectos ameaçadores, perigosos e hostis do mundo; - No caso do indivíduo com agorafobia, o espaço exterior é percebido como sufocante, pesado, perigoso e potencialmente aniquilador.

2. ANORMALIDADES DA VIVÊNCIA DO ESPAÇO

3. Alguns pacientes com esquizofrenia experimentam certa passividade em relação ao fluir do tempo; sentem que sua percepção temporal é controlada por uma instância exterior ao seu Eu. Outros, geralmente mais graves, sofrem verdadeira desintegração da sensação do tempo e do espaço. As alterações das vivências do tempo, de modo geral, estão associadas a alterações da experiência do self, marcantes na esquizofrenia (Stanghellini et al., 2016).

4. Alterações da vivência do tempo na esquizofrenia

5. Inibição da sensação de fluir do tempo (inibição do devir subjetivo) - Certos pacientes com depressão grave expressam sua vivência do tempo dizendo que o tempo encolheu, que não passa, deixou de fluir, ou que está passando muito mais devagar que o normal. - Indivíduos muito ansiosos descrevem uma pressão temporal, como se o tempo de que dispõem fosse sempre insuficiente. - Pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) grave ocasionalmente experimentam uma lentificação enorme de todas as atividades, sobretudo quando devem completar alguma tarefa.

6. Atomização do tempo: Esse fenômeno ocorre nos estados de exaltação e agitação maníaca, geralmente acompanhados da chamada fuga de ideias e de distraibilidade intensa.

7. Ilusão sobre a duração do tempo: Trata-se da deformação acentuada da percepção da duração temporal

8. Embora em quadros depressivos leves pareça haver uma percepção do tempo mais precisa, fenômeno chamado de “realismo depressivo” (Kornbrot et al., 2013), nos graves a passagem do tempo é percebida como lenta e vagarosa.

9. ANORMALIDADES DA VIVÊNCIA DO TEMPO E RITMO PSÍQUICO NAS SÍNDROMES DEPRESSIVAS E MANÍACAS

10. ESPAÇO E TEMPO PROFANOS E SAGRADOS Segundo o historiador Mircea Eliade (1992), o espaço e o tempo têm qualidades particulares e diferentes para o homem religioso em relação ao não religioso. O espaço sagrado constitui uma experiência primordial, que corresponde à fundação do mundo. Da mesma forma, por meio dos ritos, o homem religioso passa da duração temporal ordinária para o tempo sagrado. Esse é um tempo indefinidamente recuperável, repetitivo, por tratar-se de um tempo mítico e primordial, tornado presente por meio do rito, da festa religiosa.

11. Qualidades da vivência de tempo Experiência da temporalidade é fundamental para o senso de coerência e continuidade do self e da identidade pessoal (Stanghellini et al., 2016). Vários elementos compõem a experiência de temporalidade: percepção do tempo, estimação prospectiva e retrospectiva de intervalos, percepção da duração, experiência da passagem do tempo e duração antecipada. Tempo tem relação com as experiências corporais.

12. O neurocientista Armin Schnider (2013) postula a filtragem da realidade.

13. PERCEPÇÃO DO TEMPO E SENSO DE REALIDADE

14. A dimensão temporal da experiência humana relaciona-se com os chamados ritmos biológicos.

15. Para Martin Heidegger (1889-1976): A morte e, por consequência, a temporalidade definem a condição humana.

16. Para o filósofo francês Henri Bergson (1859-1941): quando o espaço e o tempo foram considerados como do mesmo gênero. Estudou-se o espaço, determinou-se sua natureza e sua função, depois transportaram-se para o tempo as conclusões obtidas – justaposição e sucessão.

17. • Para o físico Isaac Newton (1643-1727) e o filósofo Gottfried W. Leibniz (1646-1716), o espaço e o tempo produzem-se exclusivamente fora do homem e têm uma realidade objetiva plena. • Em contraposição a essa noção, o filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804), não se pode conhecer realmente nada que exista fora do tempo e do espaço.

18. Assim esse importante filósofo medieval levantou questões difíceis e sutis sobre o tempo e a temporalidade.

19. Mais tarde, Santo Agostinho irá questionar “[...] o que é, por conseguinte, o tempo? Se alguém me perguntar, eu sei; se o quiser explicar a quem me fizer a pergunta, já não sei” (Puente; Baracat Jr., p.122). Para ele, só o tempo passado e o futuro podem ser longos ou curtos; apenas eles têm duração.

20. Em seu “Tratado do tempo” (Física IV, 10-14), Aristóteles busca abordar algumas das principais dificuldades teóricas sobre a natureza do tempo e a temporalidade – se o tempo existe ou não e se ele é constituído por momentos presentes que se sucedem.

21. DEFINIÇÕES BÁSICAS As vivências do tempo e do espaço constituem-se como dimensões fundamentais de todas as experiências humanas. O ser, de modo geral, só é possível nas dimensões reais e objetivas do espaço e do tempo. Portanto, o tempo e o espaço são, ambos, condicionantes fundamentais do universo humano e estruturantes básicos da nossa experiência.