O que é TIPO IDEAL?

Get Started. It's Free
or sign up with your email address
O que é TIPO IDEAL? by Mind Map: O que é TIPO IDEAL?

1. CONTEXTUALIZANDO

1.1. MAX WEBER (1864 - 1920)

1.1.1. nascido no Reino da Prússia, falecido na Alemanha, foi um sociólogo, jurista e economista

1.1.1.1. direito, economia, história, ciência política e a sociologia

1.1.2. assim como Marx e Durkheim, se propôs a compreender as transformações das grandes sociedades que sofreram influência da Revolução Industrial

1.1.2.1. dedicou-se a política, administração pública (governo) religião e economia

1.1.3. obras principais

1.1.3.1. a ética protestante e o espírito do capitalismo (1905)

1.1.3.2. a objetividade do conhecimento na ciência política e na ciência social (1904)

1.1.3.3. a ciência como vocação (1917)

1.1.3.4. economia e sociedade (1922)

1.1.4. TIPO IDEAL

1.1.4.1. chave fundamental para compreensão de sua obra

2. CONCEITUANDO

2.1. tipo ideal

2.1.1. consiste em um instrumento analítico lógico e preciso

2.1.2. cientista social o utiliza para compreender os fenômenos sociais

2.1.3. não existe na sociedade em sua forma "pura"

2.2. realidade

2.2.1. é ininteligível

2.2.2. não somos capazes de compreendê-la em sua essência

2.2.3. enquanto cientistas, criamos mecanismos advindos da nossa própria razão que possam traduzir e quantificar os fenômenos sociais de forma criteriosa e sistemática

2.2.4. Weber cria o processo de abstrair o particular de fenômenos concretos

2.2.4.1. busca compreender um sentido particular para o indivíduo em suas ações

2.2.4.2. estabelece o conceito de "individualizante"

2.2.4.3. conceito "histórico-concreto"

2.2.4.3.1. caracterização sistemática dos padrões individuais concretos encontrados nas Ciências Humana

2.2.4.3.2. oposição ao conceito de generalização observado nas Ciências naturais

2.2.4.4. a caracterização sistemática dos padrões individuais concretos encontrados nas Ciências Humanas acaba por se opor ao conceito de generalização observado nas Ciências naturais

2.2.4.5. generalização

2.2.4.5.1. qualidade das Ciências Naturais

2.2.4.5.2. filtra as características mais comuns dos fenômenos que compõem seu objeto de estudo

2.2.4.5.3. qualquer atributo que não condiga com a generalidade é considerado como incidente ao acaso, mera irregularidade

2.2.4.5.4. tal particularidade pode ter sua causa explicada a partir de uma lei ou norma geral que submete todos os indivíduos de uma determinada organização social

2.2.4.6. TIPO IDEAL

2.2.4.6.1. em oposição ao conceito de generalização

2.2.4.6.2. aborda as particularidades de uma ação social racionalmente direcionada a uma finalidade

2.2.4.6.3. TRAGTENBERG (1997)

2.2.4.6.4. não possui conteúdo condizente com o que encontramos na realidade

2.2.4.6.5. propõe qualificar os atributos dos fenômenos reais por meio da investigação científica

3. Conceito EM MOVIMENTO

3.1. duas formas de aplicabilidade para o conceito

3.1.1. 1. comparação se os fatos da realidade se aproximam ou se afastam do tipo ideal construído pelo cientista

3.1.2. 2. formulação de hipóteses para explicar a realidade

3.2. possibilidade prática

3.2.1. utilização do TIPO IDEAL para entendermos a atual crise política

3.2.2. ameaça ao sistema democrático

3.2.3. procedimentos

3.2.3.1. estabelecimento do comportamento do sistema, destituindo-se de irracionalidades

3.2.3.2. correlação entre sentimentos e causas das perturbações

3.2.3.3. mapeamento de como os indivíduos agem

3.2.3.3.1. se todos tivessem conhecimento de seus propósitos

3.2.3.3.2. se suas ações fossem conduzidas racionalmente em função de um propósito específico

3.2.3.3.3. desvios: imputados às vertentes irracionais

3.2.4. IRRACIONAL x RACIONAL

3.2.4.1. RACIONAIS (requisitos fundamentais)

3.2.4.1.1. ser orientado para um propósito (fim) visivelmente elaborado

3.2.4.1.2. artifício (meio) para se alcançar o fim é o mais apropriado

3.2.4.2. IRRACIONAIS

3.2.4.2.1. ausência de orientação para um propósito visivelmente elaborado

3.2.4.2.2. meio inapropriado para se alcançar o fim desejado

3.3. sistema compreensivo de conceitos

3.3.1. ponto de partida para qualquer análise social

3.3.2. ações sociais realizadas por um indivíduo num determinado meio social

3.3.2.1. ao qual se atribui sentido próprio e preestabelecido para essa ação

3.3.3. AÇÃO RACIONAL

3.3.3.1. REFERENTE A FINS

3.3.3.1.1. ação completamente racional

3.3.3.1.2. tem-se um fim ou um PROPÓSITO

3.3.3.1.3. perseguido com o auxílio dos métodos mais eficazes para atingi-lo

3.3.3.1.4. racional, o objetivo determina a ação

3.3.3.1.5. o propósito é perseguido através de meios eficazes

3.3.3.2. EM RELAÇÃO A VALORES

3.3.3.2.1. a finalidade exercida não exerce influência sobre a ação

3.3.3.2.2. VALOR exerce influência sobre a ação

3.3.3.2.3. a finalidade não determina a ação e sim algum valor

3.3.3.2.4. movida pela ética, pela religião, pela política

3.3.4. AÇÃO AFETIVA

3.3.4.1. estimulada por SENTIMENTOS

3.3.4.1.1. raiva

3.3.4.1.2. amor

3.3.4.1.3. tristeza

3.3.4.1.4. medo etc.

3.3.5. AÇÃO TRADICIONAL

3.3.5.1. respaldada pelo HÁBITO, pela TRADIÇÃO

3.3.5.2. figura no limite do que se tem por ação

3.3.5.3. dificuldade de se conceber uma ação "pura"

3.3.5.3.1. ações sociais, assim como os tipos ideais não são encontradas em formas puras, mas misturadas entre si

3.3.5.4. hábitos intrínsecos às experiências dos indivíduos

3.3.6. FORMAS DE DOMINAÇÃO

3.3.6.1. existem 3 tipos de dominação legítima (Weber, 2004)

3.3.6.1.1. RACIONAL

3.3.6.1.2. TRADICIONAL

3.3.6.1.3. CARISMÁTICA

3.3.6.2. inovou trazendo a questão

3.3.6.2.1. qual é o meio pelo qual se governa?

3.3.6.2.2. é a partir do monopólio do uso legítimo da violência

3.3.6.2.3. estado atua em nome da sociedade

3.3.6.2.4. o que motiva a obediência?

3.3.6.3. levam o complemento de legítimo

3.3.6.3.1. sem o consentimento daqueles que são dominados não haveria dominação

4. Conceito e seus usos

4.1. RACIONAL LEGAL

4.1.1. burocracia é a forma mais comum

4.1.2. consistem em regras que organizam a dominação

4.1.3. submetem todos às mesmas normas, até o soberano

4.1.4. não há diferenciação entre soberano e súdito

4.1.5. existe uma racionalização

4.1.5.1. fenômeno abrangente, sem necessariamente ser consciente

4.1.5.2. processo macrossocial

4.1.5.3. ideia de despersonalização

4.1.5.4. o mando é impessoal

4.1.5.5. quem ordena são as leis

4.1.6. o procedimento (elaboração/execução)é determinante

4.1.6.1. o burocrata não interfere em nada

4.1.6.2. apenas executa o que a lei determina

4.1.6.3. não há alteração do seu conteúdo

4.1.6.4. mesmo em discordância, pois o mundo é destituído de sentido

4.1.6.5. tudo é absolutamente previsível

4.1.6.6. ações previamente determinadas pelas leis

4.2. TRADICIONAL

4.2.1. seu exemplo mais comum é o patriarcado

4.2.1.1. instituição social/sociedade organizada a partir da dominação masculina

4.2.2. ou o patrimonialismo

4.2.2.1. posse de determinado patrimônio

4.2.3. caracteriza-se por ser totalmente contrário da dominação racional legal

4.2.4. marcada pela pessoalidade

4.2.4.1. obedece a pessoa, não às leis

4.2.5. a pessoa é respeitada enquanto tal

4.2.5.1. não há técnica, não um padrão racional legal

4.2.5.2. é a pessoa que domina

4.2.6. fator fundamental

4.2.6.1. TEMPO

4.2.6.1.1. a antiguidade assegura a permanência do soberano

4.2.6.2. argumento histórico

4.2.6.2.1. mas se justifica pela fidelidade

4.2.7. o dominador faz o que ele quiser

4.2.7.1. governa de acordo com sua vontade

4.2.7.2. total liberdade ao soberano

4.2.7.3. estabelecido por uma dinâmica senhorial

4.2.7.4. não é regido por contratos

4.2.7.5. o que existe é o arbítrio e a vontade do dominador

4.3. CARISMÁTICA

4.3.1. seu tipo mais comum reside na figura do profeta, do guerreiro ou do demagogo

4.3.2. dominação fundamentada na pessoalidade

4.3.2.1. não pelo lugar que se ocupa

4.3.2.2. como na tradicional, que se ocupa o lugar de dominação por ser pai/proprietário etc.

4.3.3. pode ser qualquer pessoa

4.3.3.1. o carisma não escolhe o indivíduo

4.3.3.2. o indivíduo que possui a devoção das pessoas

4.3.3.3. possui um componente mágico

4.3.3.4. faz com que os indivíduos depositem obediência nele

4.3.4. não há nada de racional

4.3.4.1. o líder carismático agrega um séquito de fiéis como um profeta

4.3.4.2. possui a capacidade e que é reconhecido por essa capacidade

4.3.5. reitera o modo como Weber vê a dominação

4.3.5.1. só existe quando há o reconhecimento ou a confiança no mando

4.3.5.2. atribui-se capacidades sobrenaturais

4.3.5.3. dominação por meio dessas capacidades (atribuídas)

4.3.6. forma mais efêmera (passageira) de dominação

4.3.6.1. quando morre, o líder perde o poder

4.3.6.2. desprovida de regras

4.3.6.3. mais imprevisível de todas

4.3.6.3.1. meios de dominação são absolutamente irracionais e obedecem a uma relação relação de fé

4.3.6.3.2. líder pode ser autoritário ou não

4.3.6.4. tende a se tornar por tradição quando há o fator de hereditariedade envolvido

4.4. dificilmente serão (as dominações) encontradas em suas formas puras

4.4.1. haverá um hibridismo

4.4.2. análise

4.4.2.1. coloca-se a sociedade em questão em contraposição aos tipos ideais

4.4.2.2. verifica-se quais características predominam

4.4.2.3. formula-se o modelo específico de cada sociedade

4.5. pode-se pensar, atualmente, a enorme influência que líderes religiosos exercem sobre milhões de pessoas

4.5.1. interferências no curso de eleições

4.5.2. presença de formas personalista das relações entre eleitores e políticos

4.5.3. interferência de burocratas para além do âmbito das leis

4.5.4. passado patrimonialista histórico do Brasil

4.5.4.1. desigualdades e injustiças sociais

4.5.4.2. possibilidade de leitura por meio dos tipos ideais de Weber

4.5.5. apropriação de ferramentas analíticas

4.5.5.1. abertura de portas para compreensão da nossa própria história

4.5.5.2. abertura de maior possibilidade de interferência na realidade

4.5.5.3. combate a injustiças

4.5.5.4. ferramenta de luta e resistência contra as mazelas sociais