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Educação by Mind Map: Educação

1. Portanto, não existe a dicotomia civilização versus barbárie. A barbárie transita e está em todos os três níveis.

2. Perigo da Relativização (Atenção, com essa linha de raciocínio, fica tentador aceitar a ilusória relativização como resposta para a classificação da barbárie)

2.1. RELATIVIZAÇÃO seria se colocar em uma posição de NÃO CRITICIDADE ao olhar para o mundo: "não se pode julgar a cultura, costumes e atos dos outros, uma vez que estes são relativos a história de cada local, sendo todos somente diferentes"

2.1.1. Civilização X Barbárie -> opinião depende do contexto e de quem analisa.

2.1.1.1. ERRADO

2.2. POR QUE É PERIGOSO? Ao abrir espaço para a aceitação de qualquer costume, justificamos que a barbárie se perpetue sem nenhuma consequência para os agentes e sem nenhuma justiça ou ajuda para as pessoas inseridas, à força, em tal situação.

2.2.1. Exemplo: Aceitar a privação forçada dos direitos das mulheres sob regimes autoritários do Oriente Médio, por defesa de reconhecer a "complexidade cultural do mundo"

2.3. FAZENDO ISSO, SE JUSTIFICA TAMBÉM A PRÓPRIA BARBÁRIE, visto que você está inserido em sua própria lógica.

2.3.1. Muitas vezes, esse fenômeno não é explicitado, sendo difícil de pontuar, por isso, de novo, o porquê de tão perigoso

2.3.1.1. "A mulher usa burca pela cultura em que está inserida igualmente á mulher que é sensualizada por estar inserida em NOSSA cultura"

3. Francis Wolf

3.1. "Civilização e Barbárie"

3.1.1. Estágios da Barbárie (tipologia não condicionante)

3.1.1.1. Corresponde a um estágio arcaico da história, da política e da socialização

3.1.1.2. Relacionado a um estágio anterior da cultura, tecnologia e conhecimentos de um povo

3.1.1.3. A barbárie de terceiro nível corresponde à mais nociva, por se tratar de um estágio, por mais "avançado" que seja, pré-humano, estado de existência que abre espaço para uma desumanização justamente por meio civilização, que pode ocorrer através da linguagem, de abusos físicos e de hierarquias, mas principalmente marcada pelo genocídio (Se justificando a partir dos olhares 1 e 2)

3.1.1.3.1. Ex: Alemanha Nazista, Europa Imperialista, Colonização, Fardo do Homem Branco etc.

4. Conclusão: Todos temos práticas "bárbaras"-> O VERDADEIRO BÁRBARO É AQUELE QUE SOMENTE ACREDITA NA BARBÁRIE DO OUTRO e que não abre possibilidade para reconhecer a outra cultura como legítima -> Uma vez que civilização e barbárie compõem um fluido, ou seja, primordialmente não são estáticos muito menos antagônicos ou auto-excludentes; são manchas que, ora se acentuam, ora ficam opacas, transitando compulsoriamente para todos os lados e habitando em todas as pessoas

5. Apesar de independentes, os autores, ao se relacionarem com educação, se completam e se ligam por um fio condutor nas 3 ideias: O uso da educação em combates à barbárie, seja ela a barbárie de denominar alguém bárbaro, ou a "barbárie" presente na opressão e na alienação que aprisionam as pessoas no status quo.

6. Ponto Comum -> existência de uma dicotomia entre civilização e barbárie, onde a primeira representa uma posição vista como superiormente humana e a outra, um estágio primitivo e selvagem

7. O que Francis vai propor é que enxerguemos sim que EXISTE BARBÁRIE, tanto em nossos costumes quanto nos dos outros.

8. HÁ BARBÁRIE NA CIVILIZAÇÃO

9. .

10. Paulo Freire

10.1. Pedagogia do Oprimido

10.1.1. Educação bancária: Essa esvazia a essência inicial do ato de educar, degradando e comprimindo a reflexão e o diálogo no processo de aprendizagem

10.1.1.1. Quem o faz-> O motivo dessa educação alienadora parte de um princípio definido por "manter as classes dominantes no poder", assim, esses inserem essa lógica na sociedade e formulam os educadores para empregar tal método de alienação, fazendo com que esses, mesmo desconhecendo, perpetuem a opressão em seu ensino (opressão essa "vestida" de estabilidade e conservação dos costumes)

10.1.1.2. Como ocorre -> A identificação desse processo vem da educação passiva, em que o educador apenas narra ideias já pré estabelecidas e o educando as digere, aceita sem uma auto-reflexão crítica. Logo, a erradicação do diálogo é peça fundamental, dando lugar à um modelo educativo homogêneo e expositivo. Quanto menos oposições à esse modelo, mais eficiente são seus resultados, o que sugere que é preciso domesticar cada vez mais a sociedade para um maior efeito dessa técnica, e para, consequentemente, manter permanentemente as classes dominantes (aquelas que elaboram as metas educacionais) na própria posição de dominantes.

10.1.1.2.1. Obediência e Repetição

10.1.1.3. Qual o efeito-> Sendo configurado a somente depositar informações, cada vez mais passivamente, as pessoas são domesticadas na escola a obedecer o mesmo sistema do qual ela elas fazem parte no mundo : o de, somente, reter narrativas, sem pensar, sem individualidades, sem personalidade, um corpo simplesmente dominável, além de não promover a libertação das pessoas do sistema.("Retroalimentação da máquina")

10.1.1.4. O conceito bancário vem da assimilação das mentes dos educados com depósitos, que recebem informações e apenas as armazenam.

10.1.2. A opressão e alienação por meio da educação

11. Theodor Adorno

11.1. Educação pós Auschwitz

11.1.1. O texto parte, obviamente, dos eventos gerados pelo Nazismo como pontapé da discussão; girando em torno dos mecanismos que possibilitaram o genocídio CALCULADO como política de Estado

11.1.1.1. O ideário nazista se baseia no conceito civilização x barbárie (Wolf) em que aquela sociedade "primorosa" (Alemanha do século XX) se deixou embebedar pelo arsênico de que era superior, culturalmente e moralmente, as outras e justificou seu fracasso (Primeira Guerra Mundial) pela presença de "tumores" residentes naquela sociedade que seriam os responsáveis pelos males da tal. Logo, a fim de restaurar a glória de seu povo, o partido propõem eliminar os supostos "tumores " para alcançar uma sociedade "pura"; utilizando, o que a Escola de Frankfurt chamou de, razão instrumental, da qual Adorno faz parte inclusive.

11.1.1.1.1. Para sua concretização, então, todo o conhecimento alemão foi usado sem reflexão. Essa alienação, por sua vez, foi construída a partir da EDUCAÇÃO proposta pelo Estado, prevalecendo a técnica em detrimento da ponderação, prevalecendo o entendimento do objeto como fim e não o objetivo dado a ele. Portanto, a desestímulo da reflexão foi proposital e crucial para o funcionamento do sistema nazista.

11.1.1.1.2. A medida que o Estado promove uma educação pautada em meio de chegada a profissionais técnicos porém controláveis, o investimento à coletivização é de suma importância para alcançar o objetivo.

11.1.2. Auschwitz é a metonímia usada pelo autor para se referir ao Holocausto (extermínio de judeus, comunistas, opositores ao nazismo, homossexuais, etc)

12. Todas as metas educacionais devem ter um objetivo: evitar que Auschwitz não se repita

12.1. Possível por meio de uma educação que proponha autonomia e auto-reflexão crítica.

12.2. A principal ameaça atual para o ressurgimento de "Auschwitz"é o nacionalismo, ou seja, submeter o indivíduo à nação, ao coletivo, de modo que o indivíduo perca sua autonomia e passe a fazer parte, de maneira involuntária e ingênua, do processo que retroalimenta os desejos daqueles que permanecem no "controle"do coletivo.

12.3. O objetivo, porém, não pode ser atingido, de hipótese nenhuma , por meio da opressão e sim atingido pela reflexão.

13. Nota-se o PODER, este podendo ser usado de diferentes maneiras e com diferentes objetivos, QUE A EDUCAÇÃO APRESENTA NA FORMAÇÃO DO PENSAMENTO DAS PESSOAS E CONSEQUENTEMENTE, NA EXECUÇÃO DE SEUS ATOS.

13.1. Pode causar, se usada como foi na Alemanha nazista, e no modelo bancário, a perda das qualidades, das individualidades, identidades e do potencial de percepção e resistência diante da macroestrutura.

13.1.1. Dessa forma, deve-se reverter o modelo que apresenta continuamente a visão do violento, e que ofusca o ponto de vista do violentado.

14. Educação libertadora: "Educador lado a lado ao educando"

14.1. Estimula a participação ativa do aluno simultaneamente e conjuntamente ao professor durante o processo de aprendizagem

14.1.1. Freire não nega a autoridade da escola ou do professor, mas defende que o educador tenho como cerne o aluno, e que esse expresse suas opiniões, dúvidas e ideias para que depois o professor apresente ao aluno uma conscientização do mundo partindo das ideias apresentadas pelo educando, de modo que haja dialogo e respeito entre os agentes atuantes no projeto educacional.

14.1.1.1. Fazendo com que o Aluno tenha uma educação reflexiva, autônoma e liberta de influências.

14.1.2. Metamorfose do objeto e método ao passo da interação educador-educando. Não deve haver um centro no processo educacional (sendo esse centro o professor ou o aluno).

15. Por meio do diálogo, de debates, questionamentos constantes, problematizações,

16. Por isso tão criticada: o implemento da educação libertadora estaria indispensavelmente atrelado a uma ruptura com o modelo tradicional de educação, este que estaria recoberto com a visão "bancária".

16.1. A fim de dar acabar com o ciclo da opressão.